tag:blogger.com,1999:blog-84680012728830712902024-03-04T21:35:25.530-08:00Você Faz a HistóriaA jornalista Célia Pires, eclética profissional de imprensa, é a editora da coluna “Você faz a história”, que tem a finalidade de focalizar personagens da cidade. Habilidosa, colhe, em suas entrevistas, dados importantes que lhe permitem a elaboração de reportagens e histórias interessantes(J.Rufino)Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-86292739880455924152023-04-17T10:46:00.000-07:002023-04-17T10:46:08.606-07:00<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzuhl6vHnwVB0-YP7DAJOvXhsoF71wY0KE0OyJWQ1qszqP15gVa16uPn6Td3qH7FNMEYhWaNCKBqBXIAH45Mg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-21876367371558343202022-12-30T11:46:00.000-08:002022-12-30T11:46:21.596-08:00Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-12439243993420883102018-03-20T10:03:00.002-07:002020-06-12T10:36:14.691-07:00<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Adilson Serrano : um cara do bem!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Para o músico as coisas acontecem, mas tem que ficar ligado e que na vida <span class="il">você</span> nunca pode ficar desligado e nem apagar valores</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Publicitário, músico e bombeiro, mas antes de tudo Adilson Serrano é um ser raro. Pela sua generosidade, pelo sua sororidade e sobretudo por sua humanidade.<br />Adilson é fundador da banda Crockodilo Rock e em seu empreendedorismo musical formou várias bandas, como a Auto Risco, Madja até chegar ao nome atual, Crokodilo Rock. Adilson tem o pôster de cada uma das formações.<br />Até chegar ao atual nome e formação, Adilson enfrentou várias baixas. Uma hora era o contrabaixista que saia da banda e em outra o vocalista. Até o dia que decidiu que os problemas acabariam se fosse o vocalista. Assim, ele é desde a segunda formação, o contrabaixista e vocalista.<br />Sua primeira apresentação foi onde é o Arte e Bola em um bar que se chamava ‘Bar não sei’. A sensação dessa primeira apresentação foi para ele de vitória, pois cantar e tocar contrabaixo, parece, mas não é assim tão fácil. “A gente tem que estar no automático, pois se parar pra pensar não vai”, ri ele, acrescentando que depois pensou: puxa vida eu consigo <span class="il">fazer</span>”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Além de simplesmente tocar</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Adilson também ressalta que também não basta ensaiar repertório, tocar ou cantar, pois a responsabilidade vai muito além disso, pois é necessário <span class="il">fazer</span> correr atrás de onde se vai tocar, <span class="il">fazer</span> um meio de campo com empresários, contatos com locais de eventos, clubes, montar material promocional para divulgação, montar um site, perfil no Facebook, instagram e administrar tudo isso. “ É como se fosse uma empresa”.<br />A banda hoje é oficialmente formada por Mateus Rangel(guitarrista) e Carlos Tito Garcia( baterista) e Adilson Serrano(vocalista e contrabaixo) que guardada as devidas proporções se apresentam desde barzinhos a grandes eventos.<br />Ele conta que a banda lançou em 2013, o CD autoral’ Gasolina’. Em </span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #1d2129; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">2015, o single Circo Brasil</span>. Em 2016 lançaram a música ‘Sempre Assim’ e em 2017 a música’ Recomeçar’ que para Adilson tem um grande valor sentimental, pois envolve sua companheiro e o pai da mesma. “ ´É sobre o amor além da vida”.<br />E sobre a música, Adilson tem aprendido uma grande lição: a música não muda o mundo, mas a música muda as pessoas, transmite coisas boas, energia ou diversão,”De alguma forma vai agir nas pessoas, no mundo não.Por isso resolvi <span class="il">fazer</span> outras coisas”.<br /><span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Adilson informa que todo material da banda estão no Site oficial da <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?hl=pt-BR&q=http://www.crockodilorock.com&source=gmail&ust=1521651519995000&usg=AFQjCNFLkhpfxwdUm23cDLFh_R42QWtCcA" href="http://www.crockodilorock.com/" style="color: blue;" target="_blank">www.crockodilorock.com</a></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #1d2129; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Independente</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Com 14 anos Adilson fazia o curso de torneiro mecânico no Senai e começou a trabalha nas Meias Lupo como ajudante de manutenção.”Desde então passei a pagar as minhas coisinhas”.<br />Na Lupo ficou de 84 a 89.Em 1990 foi estagiário no Banco do Brasil,paralelamente fazia faculdade de administração. Posteriormente foi para o Sesi onde ficou de 91 a 96.<br />Adilson chegou a ser representante de um editora infantil de São Paulo em 98 como representante de cosméticos.<br />A sua experiência como vendedor na Loja Cem foi memorável e guarda boas lembranças e é grato a um dos gerentes, o Leonildo que ajudou na sua ‘formação’ de vendedor. O ápice foi quando um cliente entrou para comprar apenas uma fita de vídeo e saiu da loja com a fita e uma televisão nova de 29 polegadas.<br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Chama o bombeiro</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">No final de 98 começou a procurar concursos para prestar, e entre vários sua mãe havia lhe trazido um que tinha par Corpo de Bombeiro.”Eu sempre gostei, mas nunca tinha pensado em ser bombeiro. Mas decidi prestar todos os concursos. Comprei as apostilas e me dediquei. Passei em Américo, no Banco do Brasil e o Bombeiro chamou para <span class="il">fazer</span> o teste físico”.Eram 89 vagas para cinco mil inscritos”.<br />Adilson optou pelo bombeiro, mas estava preocupado, pois fazia tempo que estava enferrujado e tinha dois meses para se preparar para o teste. Deu sorte na academia que procurou, a Atletic Center, pois o dono era um sargento que pediu para um dos professores o orientou nos exercícios que deveria <span class="il">fazer</span> no TAF(Teste de Aptidão Fisica).<br />Quando chegou para <span class="il">fazer</span> a prova em Ribeirão Preto na Cava do Bosque, já se assustou com a quantidade de pessoas que tinha por lá. As provas eram abdominal, barra, tiro de 50 metros e corrida de 12 minutos que sempre fica para o final. “Na prova de abdominal foi tudo bem. Na barra eu quase morri, mas fiz. No tiro de 50 metros foi tudo bem. O meu problema era a resistência de 12 minutos e embora tenha treinado no Ginásio da Pista, o mínimo que conseguia era na rapa do tempo. Fui. A hora que apitou para eu começar a correr pedi para Jesus me acompanhar porque ia ser difícil. Minha tática foi manter um ritmo do começo ao fim sem me estressar. Ai eu via aqueles moleques passarem. Quando falta dois minutos para terminar a prova apitam de novo, ou seja, para te lembrar que <span class="il">você</span> tem esse tempo para completar. Pensei: cara não vai dar. Vou enfartar, mas que se dane e aumentei o ritmo.Quando faltava duzentos metros pensei que fosse morrer, mas eu precisava passar de um ponto e fui.E minha vista turvando e ainda deu mais uns 30 segundos e eu continuei. Quando apita novamente <span class="il">você</span> tem que parar aonde está. Quando parei olhei de um lado tinha o alambrado e do outro grama. Eu sentia a alma indo. Sabe quando <span class="il">você</span> vai de encontro a luz? Fiquei ali não sei quantos minutos; Quando o cara que media ao as voltas e metros chegou perto de mim me perguntou? <span class="il">Você</span> está vivo?”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Adilson conta que tinha 30 anos e alguns meses quando prestou o TAF e considerando a sua idade havia ido muito bem na prova. “Consegui a pontuação e mais um pouco”.<br />Quando vou <span class="il">fazer</span> o exame médico, o cardiologista escreveu que tinha algo errado com seu coração só de auscultar. Adilson questionou e disseram que tinha 30 dias para entrar com um recurso. Procurou um cardiologista de Araraquara que não encontrou nada grave que afetasse seu desempenho. Enviou o laudo.<br />Quando recebeu a resposta através de um telegrama que ansiosamente aguardou.Tinha sido aprovado. Ele ri contando que tinha 89 vagas e que sua colocação foi 88.<br />Para ele entrar na Escola de Formação de Soldados do Corpo de Bombeiros , realizada em Jardinópolis e Ribeirão Preto, em 2000 foi um aprendizado. “Ali se quebrou todos os paradigmas que eu tinha. Foi nessa época que mudei. Eu tinha uma visão diferente do que era a policia militar, do que era o militar. Eu conheço também a realidade fora da PM.Quando fiz a escola eu era adulto, quando terminei era homem”, conta acrescentando que consegue distinguir o que é certo do que é errado e que foi uma mudança de 360 graus em sua vida.<br />Em 2002 se apresentou em Matão, com um intervalo de um ano e meio em Araraquara. “Estou em Matão até hoje onde trabalho na área técnica(tudo que seja relacionado a legislação contra incêndio)”.<br />Mas isso não o exclui de atender quando necessário ocorrências externas.<br />Um caso de ocorrência respiratória de um bebê, entre muitas, emociona Adilson até hoje. Quando chegaram até a casa, fizeram tudo o que podiam para salvar a vida da criança. Toda a assistência relativa a socorro envolvendo Bombeiro e Resgate e hospital foi dada, mas a criança não resistiu e veio a óbito.<br /> E a imagem daquela mãe tomada pela dor que pediu para chamar os bombeiros que atenderam a ocorrência nunca mais saiu de sua mente. Só de lembrar ele chora, pois mesmo enlutada aquela mãe os agradeceu por todo o esforço que fizeram. “A satisfação que a gente tem é quando <span class="il">você</span> consegue <span class="il">fazer</span> algo que diminua o sofrimento do outro”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Um pouco de Adilson</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Adilson Marcos Serrano nasceu no dia 26 de julho de 1969, na Maternidade Gota de Leite, em Araraquara. É filho de Milton Serrano e Edite Basolli Serrano, irmão de Amilton Luis Serrano e tem um relacionamento sério com Cris Campani.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Seu reduto sempre foi a Vila Xavier, cenário de uma infância muito feliz, apesar das dificuldades da época. Sempre rodeado de muitos amigos. Lembra com saudade que tinha uma rotina: todo dia depois da escola e do almoço jogar futebol no campinho. Ás 13h30 cravado estava todo mundo a postos.Foram muitos dedos machucados e joelhos ralados.<br />Adilson fala com alegria que ali foram formadas amizades para a vida toda e lições aprendidas. Tanto que se recorda que num desses jogos, ele e um dos colegas, o Vlademir, começaram a brigar, até que teve uma hora que um olhou para a cara do outro e perguntou: nós estamos brigando por quê? Não sei! Ah, então vamos jogar bola! Então, a lição de que é melhor brincar do que brigar foi muito importante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">E foi nessa época em que estudava no Antonio Lourenço Correa que ele é uns amigos resolveram montar um conjunto para imitar o Kiss. “Lembro que em 1983 o Kiss veio para o Brasil pela primeira vez e que a Globo fez a seleção de alguns momentos do show. Quando eu vi me lembro que pensei: gente o que que é isso? Fiquei alucinado.<br />Depois um amigo o convidou para montar um grupo para imitar o Kiss. Eles faziam de conta que tocavam. Todos os instrumentos foram fabricados por eles: a guitarra foi moldada na serra tico tico, as cordas eram de naylon de pescar, as baterias montadas com lata de tinta de papelão que tinham vários tamanhos, como pequeno, médio e grande., onde as grandes funcionavam como bumbo, as menores os tons de cima, enfim , montaram a bateria inteira.<br />O show que Adilson e seus amigos fizeram no ‘Antônio Lourenço’ foi épico, com direito até a imitação do cenário do canhão da banda. E com a plateia lotada, os meninos arrasaram na performance e na dublagem. “Foi ai que surgiu o meu interesse por música”, conta Adilson, acrescentando que todos os adolescentes que participaram da banda são seus amigos até hoje, mas que ele, embora atue em outras atividades, foi o único que escolheu a música.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">A partir da criação dessa banda adolescente foi que Adilson começou a se dedicar , a ter mais interesse pela área musical. Assim foi ter aulas de violão mas a maioria das coisas aprendeu mesmo na raça, utilizando,por exemplo as revistinhas com aulas de violão. Também passou pela Opus e com professores como o fantástico músico Fabiano Marquezine e Felipinho da Casinha Musical com quem teve aulas de contrabaixo.</span></div>
<div>
<span style="font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"><br /></span></div>
Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-42606769635934575892018-03-20T10:02:00.000-07:002018-03-20T10:02:14.149-07:00Alberto Vais Sobrinho é Ouro Fino<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 24pt; line-height: 36.8px;">Alberto Vais Sobrinho é Ouro Fino</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;">Uma das maiores alegrias do cantor sertanejo são as modas de viola. "Muitas contam a minha <span class="il">história</span>", diz ele</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">"Admiro a dupla Tião Carreiro e Pardinho"</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Célia Pires</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw5UNFUd1bPJd-w6F41sGTDsdDML8WiQR5qvTf3MCE9UW5oylJJljCSUdfXluuKFAsHCeUPC70s_HOYdQIwB2BQiMwgZqze3GkuAFilRh0arxzdKrUfS5Bk5wN4X7zKMtmjxRi7Rs4GTY/s1600/Ouro+fino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1594" data-original-width="1600" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw5UNFUd1bPJd-w6F41sGTDsdDML8WiQR5qvTf3MCE9UW5oylJJljCSUdfXluuKFAsHCeUPC70s_HOYdQIwB2BQiMwgZqze3GkuAFilRh0arxzdKrUfS5Bk5wN4X7zKMtmjxRi7Rs4GTY/s320/Ouro+fino.jpg" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguOdT0goXq8po-Mo3dDQY8h74dhoPmOlTBuJcxBY0BCqrX3k_-BErgx3Tt797QCCmoM9F6jijhgvmgGiyaPMMGYsbEkQm2Mu6p40S52RH2yQTe19iqakKpVZlPOC7UvXCcuziiz_6vdZw/s1600/OuroFino2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguOdT0goXq8po-Mo3dDQY8h74dhoPmOlTBuJcxBY0BCqrX3k_-BErgx3Tt797QCCmoM9F6jijhgvmgGiyaPMMGYsbEkQm2Mu6p40S52RH2yQTe19iqakKpVZlPOC7UvXCcuziiz_6vdZw/s320/OuroFino2.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto Vais Sobrinho mora em Américo Brasiliense. <span class="il">Faz</span> dupla com Tião Canhoto e seu nome artístico é Ouro Fino. Em seu programa de rádio a música mais pedida é ‘Minha <span class="il">história</span>’, uma espécie de autobiografia de Alberto e que retrata vários momentos de sua vida.<br />E por falar em vida, esse homem de coração sertanejo nasceu em Petrolândia, Santa Catarina, no dia 24 de maio de 1951. Filho de Paulo Luis Vais e de Laureci Vieira Vais. É irmão de Roberto, Gilberto, Célio, Maria Paulina, Zenita e dos saudosos Maria Liberaci, Norberto e João.<br />Na cidade natal ficou até a idade de 20 anos, onde começou a trabalhar na roça aos 14 anos, na fazenda Rio D'Jango da família Guetta que praticamente o adotou. Só voltava para casa nos finais de semana.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">O problema foi a escola, pois só cursou até a quarta série na escola Hermes Fontes. "A gente precisava ajudar os pais. Éramos em oito".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Para ir para casa nos finais de semana ia a pé. Eram 8 quilômetros de pernada para ir e também para voltar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Nesta fazenda ficou durante cinco anos, pois em determinado momento achou que aquilo não era vida para ele. Assim acabou indo se aventurar no Paraná, na cidade Vila Mercedes, onde trabalhou na 'enxada e no machado'.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">A passagem no Paraná foi curta, pois ficou doente por conta de comer o miolo do abacaxi e acabou com as 'paredes' de seu estomago. Até hoje não pode nem ver abacaxi! "Chegava da roça e comia abacaxi que tinha em volta da casa. Como adoeci acabei retornando para Petrolândia".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto conta que Petrolândia, que tem como meio de subsistência a lavoura, tinha como referência uma fecularia. Não tinha quase nenhum tipo de diversão como cinema. Para se distrair a rapaziada pescava e jogava bola aos domingos quando sobrava uma brechinha. "Hoje tem até umas praças legais lá, mas pouco frequentadas, pois o pessoal rala a semana inteira e quer mais é descansar, ficar sossegado nos finais der semana".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Depois de recuperado foi novamente trabalhar na roca, por empreitada até que decidiu ir tentar a sorte em São Paulo. Como a irmã Liberaci já morava na cidade ficou um tempo na casa dela até se acostumar com a cidade. Posteriormente foi morar em uma pensão. "A viagem para São Paulo foi feita junto com um amigo que levava uma carga de cebola para o Ceasa. Foram 12 horas de viagem".<br />Questionado sobre qual foi a sua percepção de São Paulo, conta que chegou assustado como a maioria.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Um metalúrgico</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Quando chegou, o cunhado Narbal o esperava no Ceasa. "Durante o tempo que fiquei na minha irmã, em Santa Adélia, foram quatro meses sem trabalhar. Não podia começar, pois os meus documentos que havia esquecido no hotel não chegavam. Quando chegaram fui trabalhar em uma metalúrgica, a Nordon, que ficava em Santo André. Isso foi em 1972".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Depois de três anos na Nordon como ajudante de caldeiraria achou que a coisa não estava muito boa e novamente retornou para a terra natal, onde novamente foi trabalhar na roça até que arrumou serviço na metalúrgica Rio Sulense. Desta vez como ajudante de soldador. 'Fiquei nesta metalúrgica durante cinco anos. Quando já dominava o ofício senti que era hora de retornar para São Paulo. E já na capital voltei a trabalhar no mesmo lugar, na Nordon. Ali fui contratado como meio oficial de soldador. Permaneci ali de 79 a 2003 onde acabei me aposentando", conta ele acrescentando que quando entrou novamente na empresa fez uma prece, no banheiro, profetizando que só sairia dali aposentado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Na Nordon, de meio oficial passou a soldador, depois para soldador especial. "A firma prestava serviços para a Petrobras, cervejaria, para a Rhodia, entre outros".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto conta que em 97 se aposentou, mas continuou trabalhando. Em 98/99 a Inepar (depois IESA) comprou a Nordon e em determinado momento, em 1999, veio para Araraquara. "Entre as centenas de soldadores fui um dos escolhidos para vir para a Araraquara. Fui trabalhar em Américo. Fiquei na empresa até 2003, quando a empresa me demitiu".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"> Quando veio para Araraquara foi montada uma república na Vila Xavier para os funcionários e aos poucos cada um foi buscando a família. "A mudança da família foi feita no dia do meu aniversário, 24 de maio. Fomos morar em Américo Brasiliense onde estou até hoje". </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto casou com a Maria do Socorro Moura Vais que conheceu em São Paulo. O grande amor morava na mesma rua onde morava sua irmã. "Nos casamos em 1982. Temos dois filhos, Juliana e os gêmeos João Paulo e Júlio Cesar. Vai <span class="il">fazer</span> 19 anos que moramos em Américo, Vila Cerqueira, mas minha mulher brinca que não quer morrer na cidade não. E eu digo brincando: e a gente tem lugar para morrer?".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Sempre que pode Alberto vai para Santa Catarina, especialmente para a cidade natal visitar os familiares que ficaram por lá.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Recanto Caipira</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto é um apaixonado por música. "Sempre gostei. Desde o tempo da Radio Nacional de São Paulo, quando meu pai ligava o rádio às 20h30 e a gente ficava escutando os caipiras. Meu pai tocava cavaquinho e, ele e o irmão, estavam sempre juntos bem como os tios por parte da mãe eram todos músicos, tocavam gaita (sanfona). Acho que essa coisa de música está no sangue".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Quando já estava em São Paulo, Alberto conheceu o saudoso Rondon, um senhor que tocava viola e cantava muito bem. Começamos a cantar junto e gravamos a música 'Ferreirinha'. Eu tocava viola e foi Rondon que me ensinou a tocar".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Com Rondon a dupla se separou somente por conta da vinda de Alberto para Araraquara, mas sempre que podia o amigo vinha para a região para tocarem juntos. Assim cantaram em muitos e muitos aniversários. "Esse não era parceiro, era amigo que ainda a gente sente muita falta dele".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Em dado momento, Alberto conheceu João Platino, de Araraquara, que ministrava a ele aulas de viola. "Juntos gravamos o disco 'Seresteiro da Lua' e em seguida o volume 2 que entra uma música intitulada 'Minha<span class="il">historia</span>' composta em parceria com o compositor Rubens Simões, de Brotas. é a minha vida. Fala de Araraquara e de Américo Brasiliense, dos meus filhos, de quando eu trabalhava em Petrolândia na junta de boi, do cachorro Guarani".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Posteriormente, através do amigo locutor Donizete de Paula entrou para a rádio Maranatá FM, de Américo. A parceria com Platino, mas a amizade continua. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto apresenta seu programa 'Recanto Caipira' há seis anos, das 17 às 19 horas, de segunda a sábado ao vivo e a cores. Uma das músicas mais pedidas e a 'Minha <span class="il">história</span>'.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Atualmente Alberto <span class="il">faz</span> dupla com Aguinaldo Ribeiro Feitoza, oTião Canhoto, que conheceu através da esposa do mesmo, Conceição que ligava na rádio pedindo músicas. "Um dia ela disse que seu marido já tinha tocado muita viola e cantado. Outro dia em que ela ligou perguntei se poderia falar com ele. Depois de um bom bate papo resolveram se conhecer. Nasceu a dupla Tião Canhoto e Ouro Fino. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Alberto tem o nome artístico de Ouro Fino, nome que sonhou. “No sonho alguém me perguntava qual o nome do meu parceiro. Eu disse que era João Platino e a pessoa me sugeriu que colocasse Ouro Fino. Assim ficou João Platino e Ouro Fino. Pegou”. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Antes de trabalhar no rádio trabalhou na Metal Brás, cujo proprietário Vanderlei que me chamava de violeiro me deu uma viola de presente. "Comecei a me dedicar somente ao rádio e à música e tocava em casa com meu filho João Paulo, que é professor de viola, até conhecer o Tião Canhoto. Já o meu filho Júlio trabalha como programado na rádio. Já a Juliana, minha filha, fez psicologia".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">A dupla com Tião já e o primeiro trabalho juntos é o CD 'Recordação de mineiro'. O bar do Baixinho, em Américo, acolhe a dupla todos os domingos, do meio-dia às 16 horas, com muito modão sertanejo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Pode se encontrar no You Tube trabalhos de uma antiga parceria com João Platino e no Facebook da rádio informações sobre seu programa. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Contato: 9997132733.</span></div>
<div>
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Matéria publicada em 17 de março de 2018</span></div>
Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-5562175097711633032018-03-20T09:57:00.001-07:002018-03-20T09:57:53.217-07:00Valdir Massucato, um patriota! <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4yQj3iubeqZLvT1o5UjKECZ2VREfPWfgix368mQmaRJzESxOAks_HWO_-2FAwpBRE5_rigqnFhyjBZTkV7T8tPgdvpHBxxb-0gzSyTDk8Q7VdJSOoNLi0t2US0cDQPX7sI9xhUkWZJwE/s1600/IMG_2171.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4yQj3iubeqZLvT1o5UjKECZ2VREfPWfgix368mQmaRJzESxOAks_HWO_-2FAwpBRE5_rigqnFhyjBZTkV7T8tPgdvpHBxxb-0gzSyTDk8Q7VdJSOoNLi0t2US0cDQPX7sI9xhUkWZJwE/s320/IMG_2171.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Valdir Massucato, um patriota! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">“Ficar só no whatsapp criticando não adianta”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Da redação</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">“A vida, às vezes, nos dá toques tão sutis que nossa antena não pega .Por isso percorri não somente o Caminho de Santiago, mas de mim mesmo. Agucei a minha percepção e hoje sinto até a energia das pessoas”. Essas são palavras do empresário Valdir Massucato, um inconformado com a corrupção assassina do país, que segundo ele, mata entre outras coisas, a educação e a saúde. Ele conta que não foi um garoto pobre, pois seu avô tinha propriedades, mas viveu no meio da pobreza e sabe das dificuldades que ela traz. </span><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">E embora venha de uma família politizada, o que fez com que Valdir Massucato pensasse em entrar para a politica foi a corrupção. “Acho que pessoas do bem, pessoas novas não entrarem na politica, o caminho fica aberto para corruptos. Então, o me instigou nesse momento foi essa corrupção desenfreada que o país está passando. Embora eu não precise disso, poderia estar curtindo a minha vida, alienado, mas não posso ver e ficar quieto. Ficar só no whatsapp criticando não adianta”.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"><br /></span><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Por essa razão, </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Massucato migrou do PSB para o Patriota de Araraquara, pois acredita</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"> na legenda, além de compartilho de muitas ideias defendidas pelo partido. “ Quero o melhor para a minha cidade e vou contribuir para que o partido cresça ainda mais”, diz ele que deverá se candidatar a um dos cargos na próxima eleição.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">(Matéria publicada em 18 de fevereiro de 2018)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt; vertical-align: top;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Um pouco de Massucato</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Valdir Massucato nasceu no dia 20 de dezembro de 1960, em Boracéia que dista 80 quilometros de Araraquara .É filho de Aurélio Massucato e Dines Massucato e irmão mais velho de Paulo. Esposo apaixonado desde sempre de Elaine Sgavioli Massucato e pai amoroso de Bárbara e Isabela.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Quando tinha 12 anos,o pai, uma pessoa extremamente generosa e querida em Boraceia foi eleito prefeito. Com isso, a família se mudou da zona rural para a cidade. Mas para o menino tímido que chegava da fazenda e já com destaque como filho de prefeito teve momentos bons, mas outros não propriamente constrangedores, mas não tão agradáveis”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Embora tenha sido prefeito somente uma vez, a prefeitura de Boraceia ganhou o nome de ‘Eugênio Massucato’ em, homenagem ao grande ser humano que foi às suas realizações, como por exemplo, conseguir o asfalto de Boracéia/Pederneiras e Boracéia/Bariri. Era tudo estrada de terra. Uma outra conquista foi a implantação do Colegial para a localidade, pois para cursar- lo era necessário se deslocar para outra cidade. “E meu era tão generoso que não quis seguir carreira politica; Ele achava assim como também acho que politica é para servir. Então foi candidato uma vez, na época pela Arena, fez a sua parte e achou que deveria dar a vez para outro”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; vertical-align: top;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt;">Secos e molhados</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Morar na fazenda Bairro Mombuca(colônia italiana) era para ele a coisa mais gostosa do mundo onde o lazer era nadar no rio Tietê que passava pertinho, pescar e jogar futebol. ‘Meu avô, Paulo Pinton, tinha um armazém de secos e molhados e eu gostava muito de trabalhar com ele. Isso desde os sete anos. Era uma época em que se podia trabalhar e era gostoso. Ficava ajudando ele no balcão”.<br />Valdir faz uma viagem ao passado e conta que esse seu avô tinha uma visão muito empreendedora para os padrões da época. ”Na venda tinha máquina de beneficiar arroz, milho. Ali se fazia fubá , tinha açougue e barbearia”.<br />Valdir sempre gostou de estudar e na escola da fazenda, além de aprender, como não tinha muitos alunos como nas escolas atuais, as aulas era para ele e para os amigos um momento de encontro.<br />O empresário ainda se surpreende ao lembrar que na fazenda onde nasceu, uma professora ministrava aulas para a primeira, segunda e terceira séries. Eram três lousas na sala de aula, “Ela tinha o controle da classe e quando tive que fazer o quarto ano, tinha que sair do sitio e andar 8 quilômetros de bicicleta para ir até outra escola. Brinco que minha voz é rouca de tanta poeira que engoli. Só não ia de bicicleta quando chovia ou quando estava muito frio, pois meu pai me levava”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Aprendiz</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Na época em se mudaram para a zona urbana de Boracéia, seu avô arrumou para Valdir para que fosse depois das aulas ser aprendiz em um escritório de contabilidade, já que não havia mais a possibilidade dele ajudar no armazém de secos e molhados e também para que não ficasse na rua. “O fato de ter trabalhado com meu avô desde criança e em um escritório de contabilidade dos 12 até os 17 anos foi muito importante para a minha vida profissional. O nosso lazer era no final de semana por que o restante era trabalho e escola. E quanto à remuneração eu nem recebia. Meu pai que me dava algum dinheiro, porque não era pelo dinheiro, mas sim pelo aprendizado”.<br />Posteriormente , como o pai fosse corretor de café, a família se mudou para Bariri, onde ficava sediado o escritório. Em razão disso, terminou o curso médio na referida cidade onde ficaram por três anos. ‘Meu pai retornou para Boraceia e eu fui para Bauru fazer cursinho e prestar vestibular para a faculdade de Direito”.<br /> Fez a faculdade na Instituição Toledo de Ensino. Só que nunca exerceu a profissão, pois nesse ínterim tinha que trabalhar e estudar.” Fui trabalhar na Coca- Cola como vendedor em 1979.Fiquei somente seis meses, pois o diretor viu algum potencial em e me colocou no treinamento da Coca-Cola Internacional. Quando voltei assumi a chefia de Promoções e Eventos. Posteriormente pela gerência de vendas da Coca- Cola em Bauru. Fui promovido a gerente comercial da fábrica da Coca-Cola em Marilia, quando da sua inauguração, onde me especializei a vender os produtos que não se vendia como Sprite, Tai e Kaiser. Nesse momento me destaquei por vender Kaiser e a mesma que era uma empresa coligada à Coca-Cola me convidou para assumir a Kaiser Nordeste. Fiquei em Salvador por dois anos”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Araraquara</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;"><br />Valdir conta que nessa mesma época estava inaugurando a fábrica de Araraquara e o presidente o convidou para que pudesse ficar mais perto da família. Ele argumentou que se fosse pela família não aceitaria, pois a mesma poderia visita-lo no Nordeste, mas se a empresa precisasse dele, viria, Assim veio para Araraquara.”Já faz 23 anos”.<br />Com mais uma promoção Valdir chegou a comandar a Kaiser do estado de São Paulo, Mato-Grosso , Triangulo Mineiro e Paraná. “Fiquei até 2001. Depois disso montei uma empresa consultoria, onde trabalhei com diversas empresas, onde a que mais se destacou foi a do grupo Montoro onde fiquei cinco anos, onde acabei me apaixonando por comunicação. Paralelamente, investia em hotéis desde 98, ou seja, o que eu ganhava eu investia em hotéis. Em 20012 parei com a consultora e me dediquei somente aos hotéis, como investidor de redes como a Accor, no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Ferroviária S/A</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">O pai de Valdir era palmeirense e torcia também pela Ferroviária. “ Fui o primeiro presidente da Ferroviária S/A.Ninguém queria(risos).por conta da imensa divida. Eu gostava de futebol, mas nem tanto. Era só para gerir, sem remuneração. Não ia aceitar, mas a lembrança do meu pai bateu fundo e acabou aceitando”. Sob sua administração, a Locomotiva voltou aos trilhos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Caminho de Santiago</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; line-height: 21.4667px;">Valdir queria fazer um retiro espiritual. Optou pelo Caminho de Santiago. Foi sozinho, a partir da França. “Lá você caminha e é você com você. E é tanta paz que você acaba refletindo sobre muitas coisas, como o fato de que a vida pode ser simples e gostosa. Você fica pensando em momento o homem achou que para ser feliz é preciso ter muita coisa, muita matéria para carregar?No caminho aprendemos a ser solidários. E o melhor é que depois de percorrido, o caminho não sai mais da gente. O caminho mudou a minha vida. Antes não observava os detalhes das coisas, das pessoas, se Deus existia, não que não acreditasse. Ficava procurado milagres. Nessa caminhada me lembrei de quando nasceu a minha primeira filha, da hora que foi amamentada, da beleza do momento em mesmo dormindo ela sugou o leite materno para se alimentar de leite e de amor. Quer coisa mais milagrosa do que isso?Me arrepia. Foi ai que me encontrei com Deus nessa recordação onde também”, diz acrescentando que hoje sua percepção é maior, onde a energia alheia é percebida. “Nada acontece à toa na nossa vida.“Aprendi que é preciso ser para ter e não o contrário”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 16.8667px; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-44648315707106740522018-03-20T09:40:00.002-07:002018-03-20T09:40:46.691-07:00Jorge Okada, o menino da sopa<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Publicada em 20 de março de 2017</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Jorge Okada, o menino da sopa</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ele guarda como relíquia a revista do O Imparcial do 135º aniversário de Araraquara. Em uma das páginas, o destaque é ele, ainda menino</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Célia Pires<br />Na segunda-feira, um senhor oriental muito simpático veio até a redação d’O Imparcial. Ele que é professor de origami e matemático. Trazia consigo um tímido sorriso, uma expansiva simpatia e uma revista antiga que carregava com todo cuidado.<br />Convidado a se sentar, contou que se chamava Jorge Okada, nome que, segundo ele, tinha vários homônimos, inclusive em Araraquara.<br />Já a revista, um exemplar do O Imparcial de aniversário dos 135 anos de Araraquara, de 1952, trazia uma reportagem sobre o Parque Infantil ‘Leonor Mendes de Barros’ com texto de João Ferraz e fotos de Lúcio Silva e Darc Gaudiosi. Uma das fotos trazia um menino oriental de uns três anos, comendo gulosamente um prato de sopa. O menino era ele, Jorge Okada, hoje com 71 anos.<br />“Como eu era muito comilão me pegaram no flagra na hora da foto, eu era tão guloso que quando acabava de tomar a sopa pedia mais e falava, caso não me dessem: daqui não saio!”.<br />Como Araraquara fará 200 anos em agosto próximo, Okada ressalta que achou interessante contar o que foi feito daquele menino mais de meio século depois.<br />A revista que era de seu pai foi transferida para Jorge quando ele já estava casado, com filhos. “Guardo como uma relíquia, principalmente por causa do parquinho. Tenho muitas histórias de lá. Para se ter uma ideia, no parquinho eu cantava para ganhar umas balas”.<br />Okada também se recorda que certa vez o Papai Noel do ‘Parquinho Noel’ era ninguém menos que o prefeito da cidade, Pereira Barreto.<br />São tantas lembranças que Okada traz como a que na creche do Parque Infantil naquela época era atendido pelo médico Dr. Logatti.<br />Questionado sobre onde mora, conta que atualmente reside em São Carlos, mas que já morou em São Pedro quando se aposentou, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos filhos.<br />Jorge Okada nasceu no dia 11 de junho de 1949, em Araraquara, no bairro de Santa Angelina. Filho de Issamu, natural de Osaka, Japão, e de Kiyo. “Meu pai veio com meus avós, minha mãe, Kiyo, natural de Ito, veio com um irmão dela, portanto não poderia vir, mas deram um jeitinho fazendo um casamento fictício para a imigração, Nem sei quem é, mas é uma pessoa que veio como marido dela.<br />Os pais de Okada se conheceram no Brasil, provavelmente em Olímpia. A vida destes imigrantes não foi fácil. Eles trabalhavam em um sistema que pode ser considerado de semiescravidão. Para se ter uma ideia tinham que comprar na venda da própria fazenda e era uma conta sem fim, pois sempre estavam devendo. “Meu pai era muito honesto e ficou, mas outros, que acabaram ficando bem financeiramente, fugiam sem pagar a dívida. Só que ele era uma pessoa honesta e de muita confiança e como tinha facilidade para fazer contas era quem controlava o peso das colheitas, como a de algodão e café, por exemplo.<br />Jorge se lembra que passaram pela fazenda Martinho Prado. Depois a família foi para Pradópolis. Como os irmãos de Jorge viviam doentes, o padrinho de uma das irmãs dele sugeriu que fossem para Araraquara, pois a cidade era boa, um local onde as pessoas tinham saúde. Assim vieram para cá. Foram morar próximo ao IEBA onde vendiam doce e posteriormente somente pipoca.<br />Quando tinha uns dois anos, a mãe o colocou no parquinho. "Minha irmã mais velha me levava nos ombros dela", diz acrescentando que no parquinho tinha um médico que se chamava Dr. Francisco Logatti que ao longo dos anos se tornou um amigo até o fim de sua vida. “Ele me tratava com um carinho muito especial. Quando fui estudar agrimensura, ele era o diretor da Escola Técnica de Agrimensura”.<br />Okada conheceu o filho de Dr.Logatti, Chiquinho, que também estava se preparando para prestar vestibular, pois iria ter o primeiro ano da Civil. Só que para Okada não deu certo, mas Dr. Francisco Logatti arrumou para que ele fosse trabalhar na Camargo Correa, em Ilha Solteira, cidade que ajudaria a construir. “Quase todas as ruas fui eu quem loquei”, diz o matemático.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Orgulho</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Okada sente um imenso orgulho de ter a sua vida misturada a de Francisco Logatti. Toda vez que vinha para Araraquara ia visitar o propulsor dos seus sonhos.<br />Depois foi trabalhar em Planura, na barragem e construção da cidade. Nesse lugar conheceu Mauricio, a pessoa que o levaria para São Paulo, onde poderia realizar seu sonho de fazer faculdade.<br />Em Araraquara chegou a trabalhar na Talavasso. Em São Paulo, onde se aposentou em 99, trabalhou no Metro da cidade. “Comecei na Hidroservice, trabalhou em Belém, Brasília, Mogi das Cruzes, entre ouros lugares como Engevix com os franceses na parte de ferrovia.<br />Essa questão de fazer faculdade foi muito penoso para Okada, pois na época, a família seguia uma tradição de respeito à hierarquia de que se o filho mais velho não fez faculdade nem seria o caçula que iria fazer. E esse era um dos motivos que Okada queria sair de casa, pois queria estudar, e quando Logatti veio com uma nova possibilidade, agarrou a mesma com unhas e dentes.<br />Para ele, fazer faculdade foi um desafio vencido. Ele que fez Mackenzie em São Paulo, a despeito da tradição oriental que poderia frustrar seus sonhos, carrega dos pais lições que considera valiosas: a mãe ensinou a não excluir ninguém, a não discriminar. Já o pai, a ser honesto e dizia: os outros podem ser desonestos com você, mas você não. “É essa honestidade que também deixo como legado para meus filhos”.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Araraquara</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O saudoso Nobolu foi presidente da Nipo, do Clube dos 50 e candidato a vereador. Recebeu várias homenagens de clubes como 22 de Agosto e até virou nome de rua, através de um projeto de lei de Mário Okama que estudou no IEBA(Instituto de Educação Bento de Abreu) com Jorge; o saudoso Teru, Tieko e a saudosa Ury.<br />“Eu devo tudo a Araraquara. Começando pela minha família que só melhorou de vida depois que se mudou para Araraquara, Eu me formei aqui no ensino técnico no Logatti. Depois fui para São Paulo fazer faculdade e lá me aposentei”.<br />Autor de vários projetos, fez matemática por causa de Okada. Ele conta que a fabriqueta de pipoca japonesa da família era feita artesanalmente. O negócio durou até o final da década de 60.<br />Família<br />Jorge Okada é casado com Maria Tamaki Okada, desde 1979. O casal que hoje ensina a fazer origamis teve três filhos: Dagoberto Yukio, Guilherme Takayoshi e Theofilo Satoshi. “Eu coloquei esses nomes para que não ocorrem homônimos como o meu, pois tive muita dor de cabeça, pois um homônimo devia em todos os cartórios”.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Lembranças</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
</div>
<h2>
“Uma vez uma professora deixou minha irmã de castigo. Quando eu vi peguei uma varinha e comecei a correr atrás da professora. Eu tinha uns três anos”. Eu me lembro de que estudava na escola João Manoel do Amaral que trouxe os alunos para conhecer no jornal O Imparcial o primeiro linotipo. Eu tinha sete anos. A criançada veio toda num caminhão FNM ver a novidade. Fui fazer matemática por causa de Oswaldo São Jorge que escrevia livros sobre a matéria”.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGOm15aoP2rLJxoItnyfUJQZrID8Rdd2-Klmv6A36ttEJkq10SCiWbDhhUpGT6LgTJfz9IPSUMfwLEmxRIc7johhKPwg5U6YuKl72cppR2o3HdFNW5JFXycUvbstTjE487L1O12-BHnE/s1600/17310956_1295672030515770_1837886242787457555_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="925" data-original-width="1388" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGOm15aoP2rLJxoItnyfUJQZrID8Rdd2-Klmv6A36ttEJkq10SCiWbDhhUpGT6LgTJfz9IPSUMfwLEmxRIc7johhKPwg5U6YuKl72cppR2o3HdFNW5JFXycUvbstTjE487L1O12-BHnE/s320/17310956_1295672030515770_1837886242787457555_o.jpg" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-75589875549028707512011-01-29T16:04:00.000-08:002021-05-11T18:02:06.114-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKYgjUyKpcXtK6DoHglgL8AJZ5m_vjwQs4kcJluJg60JPswFMUw1N8Mpd3Z0VMFiAWI84yNDPq51lizDNVBKp4KlOLOo8E8Y39kHbWz-XMddxnBlpkJ7tTi6pyy6a6TNpocmBxehdSNgY/s1600/ge_negrao.jpg"><img border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567764135655554210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKYgjUyKpcXtK6DoHglgL8AJZ5m_vjwQs4kcJluJg60JPswFMUw1N8Mpd3Z0VMFiAWI84yNDPq51lizDNVBKp4KlOLOo8E8Y39kHbWz-XMddxnBlpkJ7tTi6pyy6a6TNpocmBxehdSNgY/s16000/ge_negrao.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 222px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 333px;" /></a>
<div><strong><span style="font-size: 180%;"><span style="color: #990000;">Gê Negrão – Geraldo Hilário da Silva Filho</span>
</span></strong></div>
<div></div>
<div><em>O famoso apelido surgiu principalmente por conta de ser moreno e por gostar de música, em especial o samba
</em>
Nascido em Araraquara no dia 5 de janeiro de 1954, esse grande cara, literalmente, passou a primeira parte de sua infância no São José. “Me lembro que brinquei muito no parque infantil ‘Carmelita Garcez’ e outra parte passei no bairro do Carmo, onde morei até os 17 anos”. Gê, que é engenheiro civil, trabalha numa empresa, mas nunca abandonou a sua grande paixão que é a música. “Essa paixão começou no grupo escolar ‘Florestano Libutti’, onde o diretor era o Aristides Bussadori. “Eu tinha 8 anos de idade e já cantava. Também me recordo que no grupo tinha um orfeão e eu sempre fui ligado à arte. Se não me engano, uma sexta-feira de cada mês, as classes, naquela época, cantavam o Hino Nacional no galpão do grupo e cada classe tinha um ou dois alunos que recitavam, faziam poesia.
Eu sempre estava no time daqueles que declamavam. No próprio grupo tinha o Orfeão regido pela Maria Gaspar. Assim, duas vezes por semana quando terminavam minhas aulas pela manhã eu ficava junto com um outro amigo, o Gilson. Os ensaios aconteciam no anfiteatro da escola para ensaiar o canto orfeônico. Eu gostava daquilo.” Gê se recorda que sempre assistia ao programa Clube dos Artistas, especialmente o Almoço com as Estrelas, com Airton e Lolita Rodrigues. “Eu via as orquestras tocando e observava os bateristas. Eu via, mas não tinha essa informação. Assim, arrumei algumas latas, umas maiores e outras menores e montei uma bateria no fundo de casa. As vezes fico pensando que idéia foi essa de montar uma bateria e tocar com o cabo de vassoura? Tocava do meu jeito, mas o ritmo já estava ‘ juntando’ com a parte de canto.” Nessa questão de ritmo, Gê Negrão conta (rindo) que o músico Didinho Haddad sempre o convidou para tocar com ele, para estudar. “Ele é baterista e considera que eu tenho um ótimo ritmo. Eu nunca fui. Didinho até hoje me diz que está me esperando para eu ir a casa dele cada vez que nos encontramos.”
<strong>Os Bersanetti
</strong>
Assim o tempo foi passando. Gê terminou o grupo e começou o ginásio e lá tinha um grupo de amigos, de uma família tradicional do Carmo, os Bersanetti. Dinho, Salame, Carlinhos Bersanetti, Lelei, Mirandinha, Caduco, Tuca, Zinho, Desastre e outros. “Eles tinham um grupo de samba que sempre se reunia no carnaval e eu era muito amigo da família e nisso ficava vendo o pessoal tocar. De vez em quando alguém dizia para pegar um instrumento como um tamborim. Assim comecei a tocar com eles.
Quando dava os intervalos da orquestra do Clube 22 de Agosto a gente entrava e começava a cantar aqueles sambas antigos e aquilo foi ‘virando’.” Nessa mesma época o ginásio Victor Lacorte não tinha fanfarra. “Assim, todos os alunos, juntamente com o diretor da época, Paulo Cochar, arrecadaram dinheiro, adquiriram instrumentos e montaram a primeira fanfarra da escola. Mas eu já estava me formando e quase saindo de lá, pois não tinha colegial.” Quando foi para o EEBA em 70, a primeira providência de Gê Negrão foi fazer parte da fanfarra da escola. “Em 71 eu já era instrutor da fanfarra e lá fizemos uma revolução colocando as meninas para tocar na fanfarra. Surpreenderam, pois tocavam muito bem, algumas superavam os meninos em talento”.
<strong>Festivais e serenatas
</strong>
Dali do EEBA Gê começou a participar de festivais de música em Araraquara acompanhando alguns grupos, mas sempre na percussão. “Nessa época eu já havia começado a estudar violão. Quando terminou o colegial, fui para a faculdade (Logatti) de engenharia civil. Nessa mesma época conheci o Zé da Conceição e cantei muitas vezes com ele.” Gê conta que também montaram as escolas de samba, as baterias do Clube Araraquarense que fizeram, segundo ele, sucesso pra ‘xuxu’ nos anos 70. “A Escola de samba ‘Apesar de você’, onde o Tadeu Correa da Silva, Cardoso, Padeirinho, Salomão, Carlão, Marinho Belarde, Teroca, Claudião, Aru, Tuca, Paulinho Pasetto, Toninho Bitinga, Vartela, Amarelinho, Lau, Abi, Borghi (in memoriam), meu irmão João Renato (in memoriam), Ivan, Sergio Português, Carlinhos Java (in memoriam), Chiquinho Baterista (In memoriam), entre outros, tocavam também.” Gê conta que foram tocando e fazendo serenata. “Sempre gostei de fazer serenata com um grupo de amigos. Desde a época do ginásio. Escolhíamos uma menina e lá íamos nós. Muitas vezes bastava dizer que morava uma menina em certa casa que fazíamos serenata, às vezes nem sabíamos quem era. Às vezes aparecia, pai, mãe que convidava a gente pra entrar e a gente não sabia o nome de ninguém. A gente cantava pra eles também que gostavam”.
<strong>Pedaços de Choro
</strong>
Essa paixão por cantar fez com que Gê também integrasse grupos musicais. “Desde 96 faço parte do grupo ‘Pedaços de Choro’, que tinha em sua composição Flávio Módulo, Tinho, Carlinhos Bersanetti, Marcos Lima, Itamar e Peru (in memoriam). De 1989 até 2007 fiz parte do Coral Araraquarense regido pelo maestro Moacyr Carlos Júnior e depois passei a integrar o coral Cantus Nobile, regido por Susy Mendes, além disso toco flauta transversal e sax”, conta dizendo que está sempre estudando. Negrão revela que adora música erudita e popular e que estuda flauta com o amigo e professor Claudinho Pesse, além de tocarem juntos.
Quando era garoto, o pai de Gê Negrão sempre quis que tocasse um instrumento. Foi quando começou com o violão. “Meu pai queria que eu tocasse sax e que meu irmão tocasse violão. Assim, eu e meu irmão fomos levando o violão e o sax ficou pra trás. Depois de muito tempo fui vendo, tocando, por estudar flauta, outros instrumentos, jazz, música brasileira fui me apaixonando pelo sax tanto quanto sou pela flauta.” Gê Negrão reflete ao ser indagado sobre fatos marcantes que ocorreram com ele durante sua trajetória musical. São tantas coisas que ele declina de falar, ele que também tocou muito na noite, orgulha-se de ter tido contato com grandes músicos. Recentemente uma das filhas de Gê, Marina, se casou. Ele entrou na igreja e ficou esperando pela filha ao invés de fazer a tradicional entrada do pai levando a noiva até o altar. “Todo mundo ficou na dúvida se perguntando como é que eu tinha entrado e a minha filha não? Mas eu peguei o microfone e fui ao encontro dela cantando ‘Marina’, conta ele emocionado. Assim é Gê Negrão, não somente um homem grande, mas um grande homem.
<strong>Grandes caminhos
</strong>
Para Gê Negrão a música e o esporte são o grande caminho que leva à disciplina e ao respeito. “Quando você estuda música tem que cantar um pouco mais baixo, principalmente quando canta em coral e toca em grupo, pois não posso dar um acorde adiantado do outro. Tenho que esperar, respeitar o tempo para chegar naquele outro acorde, respeitar o volume que estou cantando para aparecer aquela outra voz. Isso já é disciplina, ou seja, meu direito vai até a hora que para lá e começa aqui, começa aqui para lá.
Todos juntos, um não pode destacar do outro, onde tenho que me preparar bem se não vou estragar o dos outros. Então, tanto na música quanto no esporte, pois são paralelas, não adianta a equipe treinar e eu não. Na hora em que for jogar vou atrapalhar o jogo.” Gê Negrão é filho de Geraldo e Maria, irmão do saudoso João Renato.
É casado com Pia há 30 anos é pai de Marina e de Carolina. Para ele ainda falta muita coisa para realizar. “A gente sempre tem vontade de fazer alguma coisa a mais”, diz ele acrescentando que seu envolvimento com a música e com o esporte o ensinaram muito e agradece a todas as pessoas que possibilitaram isso a ele, da disciplina às orientações, principalmente na maneira de se viver, valorizando todas as coisas da vida.
<strong>Vôlei
</strong>
Por conta da alta estatura, Gê Negrão quando entrou para o EEBA passou a jogar na seleção juvenil e jogar na seleção de Araraquara. “Joguei vôlei de 1970 a 1977, sendo que em 73,74, joguei pela cidade de Bauru.” Indagado sobre o porquê não ter seguido com o vôlei, Gê conta que não havia esse incentivo como agora. “Era muito mais difícil. Teve gente que até chegou a ser convocado para uma peneira que teve para a seleção paulista.
Tinha um time bom em Araraquara, onde jogava o Yanke, o Turco, Gil, Tato, Lopasso, Paulo Schwartman, Tatalo, Brandão, Adalberto, Tomás, Lopassinho, Carlinhos Haddad, Nelsinho Solci (in memoriam), Marco Antonio Haddad, o Miudinho (in memoriam), entre outros. Joguei com todo esse pessoal”, diz saudoso não se esquecendo de citar que o técnico era o professor Urias, no EEBA, o professor Volmes.
Um fato marcante Uma vez jogando vôlei por Bauru contra o Santo André, em São Bernardo, mais de 85% dos jogadores eram da seleção brasileira, inclusive um dos jogadores era o famoso Moreno. Certa hora do jogo Gê Negrão se viu frente a frente com ele, que era seu ídolo. Sobrou uma bola para ele, Moreno. Ele ‘subiu’ deu a maior pancada do mundo. A bola espirrou longe. Ponto deles. Aplausos e mais aplausos. Quando ele passou pertinho da rede disse baixinho para Negrão sem que ninguém percebesse: “desculpa cara”. Para Negrão isso foi demais, pois ele teve que fazer aquela cortada. Regras do jogo. Mas a verdade é que se o golpe pega na orelha ‘matava’.
(Publicado em 14 de março de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-52460212482080956732011-01-29T15:57:00.000-08:002011-01-29T16:02:20.752-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFssBknNfyno0fighS92pXQVzZT1zZ8Naq1J_b7PlxJ9wctjwVpNXr3sQhHV0yKh1R7rjD1sc7CUr0kNPWKuGw6p1gDFqviFlvr3gDHf5mwjac2DHCXX7uGuJsX-oUqMAtcfeu_tHZIHU/s1600/MARCELO-BARBIERI.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567762465560065970" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFssBknNfyno0fighS92pXQVzZT1zZ8Naq1J_b7PlxJ9wctjwVpNXr3sQhHV0yKh1R7rjD1sc7CUr0kNPWKuGw6p1gDFqviFlvr3gDHf5mwjac2DHCXX7uGuJsX-oUqMAtcfeu_tHZIHU/s400/MARCELO-BARBIERI.jpg" /></a><br /><div><br /><strong><span style="font-size:180%;"><span style="color:#990000;">Marcelo Barbieri, o arquiteto de si mesmo!</span><br /></span></strong></div><br /><div><em>O menino tímido do interior surpreendeu os colegas do colégio da capital, o Rio Branco. Era mesmo ele? Sim. Era ele, que com sua marca principal, a determinação, ganhou projeção nacional e realizou seu maior desejo: ser o prefeito da cidade em que nasceu</em>.<br /></div><br /><div>Marcelo Fortes Barbieri, atual prefeito de Araraquara, nasceu no dia 21 de novembro de 1.956, na Maternidade Gota de Leite. Na época seus pais Nelson Barbieri e Maria Ruth Fortes Barbieri moravam na Avenida Feijó com a Carlos Gomes, na esquina. Ali, Marcelo, que tem como irmãos Maria Cecília (arquiteta), Nelson (engenheiro), Renato (cineasta) e Estela (educadora e artista plástica), passou toda a infância e adolescência. Ele enaltece o período de sua adolescência. “Isso marcou a minha vida, pois estudei no ‘Antonio Joaquim de Carvalho’, ‘Pedro José Neto’ e no ‘EEBA’, onde colegas e professores como Altamira Montese, Lurdes Palota, Dona Ruth, Ulisses, Dona Cidinha e a Dona Miriam, que me ensinou a ler jornal. “Comecei a ler jornal n’O Imparcial, que sempre fez parte da minha vida, tanto que o seu diretor, o saudoso Paulo Silva, foi uma pessoa que me influenciou muito.Mesmo depois de meu pai ter morrido, pois eram muito amigos, ia me visitar sempre na loja. Foi um professor também”.<br />Aos 17 anos foi para São Paulo fazer os últimos anos do colegial no Colégio Rio Branco, onde estudava Ayrton Senna e a irmã Viviane que era da sua turma. Ali foi goleiro do time de handbol e futebol de salão. Era o ano de 1975. Posteriormente, em 1975, ingressou na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), onde se formou em Administração de Empresas. Marcelo também cursou Economia e Geografia na USP, mas não chegou a se graduar. Barbieri conta que antes de ir para São Paulo não havia pensado em se envolver com a política. Aqui em Araraquara era apenas mais um estudante normal, um adolescente que praticava muito esporte, especialmente a natação, além de gostar muito de estudar e, principalmente, de ler muito. Seu envolvimento com a política praticamente começou quando estudava na FGV. Ali foi eleito representante de classe. “Nessa época mataram o Vladimir Herzog e eu estava na escola no dia em que eles o mataram. Estava vendo um show do Grupo Tarancon e no meio da apresentação foi anunciado o assassinato dele no DOI-CODI. Isso detonou a primeira greve que participei, que a nossa classe propôs à faculdade parar em protesto. Levei a proposta para a assembléia em nome de minha classe e a mesma aprovou em protesto pelo assassinato do jornalista”. A partir desse fato, o até então tímido rapaz do interior foi se envolvendo. De representante de classe passou a diretor do centro acadêmico, depois presidente do centro acadêmico da FGV. Posteriormente, diretor da União Estadual dos Estudantes e mais tarde,vice-presidente da União Nacional dos Estudantes,UNE, na reconstrução e depois no segundo mandato, diretor de relações internacionais da UNE.<br /><br /><strong>MDB<br /></strong><br />Em 1975 se filiou e começou a atuar no MDB, pois era contra a ditadura. “Quando foi fundado o PT, Partido dos Trabalhadores, participei da reunião de fundação, pois era vice-presidente da UNE e fui convidado. Foi num restaurante em São Bernardo. Mas resolvi não entrar para o partido e ficar no PMDB, pois achava que o mesmo tinha mais condições de fazer a transição do período ditatorial para a democracia. Foi uma opção política minha de ficar no PMDB, portanto eu nunca sai do partido. Tanto que quando virou PMDB por uma força maior da ditadura, na época, que quis acabar com o partido, eu continuei no PMDB. Fui vice-presidente nacional do partido, cheguei a ser presidente nacional durante um período, depois fui tesoureiro do partido em São Paulo”.<br /><br />Barbieri explica que primeiro foi presidente do partido em Araraquara, em 1.986, na época em que Clodoaldo Medina era prefeito e ele o convidou para assumir a presidência do partido. Na época, Marcelo atuava como empresário, pois o pai dele tinha falecido e havia voltado para Araraquara para ajudar e assumir a empresa da família. “Depois do período da época estudantil, em 1.982, fui candidato a deputado estadual com Montoro, morava em São Paulo e já tinha um filho. Perdi a eleição e o Montoro me convidou para trabalhar na secretaria da Educação do Estado, onde fiquei de 83 a 84. Em 84 meu pai estava com câncer muito mal, e me chamou para voltar para Araraquara”. Barbieri ressalta que voltar para Araraquara não foi algo doloroso, pois estava bem. “Se fosse em 82 quando perdi a eleição. Nessa época meu pai já havia me chamado para voltar. Não voltei, pois estava mal. Havia perdido a eleição e tinha dívida. Senti que não seria bom voltar, mas em 84 a situação era outra. Eu já tinha regularizada a minha situação e, portanto, não me senti numa condição de fraqueza para vir para Araraquara e meu pai estava muito mal, tinha assumido a empresa dos irmãos que haviam separado o patrimônio que tinham em comum, e tinha a loja, a Constrular Barbieri, além da construtora dele. Assim eu fiquei na loja e meu irmão que é engenheiro, o Nelson, havia ficado na construtora. Isso foi em 84.”<br />Desse Barbieri ficou trabalhando em Araraquara e não foi mais candidato em 86. Depois as empresas que a família tinha em comum se separaram, pois cada um queria tomar um rumo. Com isso a empresa foi desativada e Marcelo ficou com a loja. Mas em 1990 resolveu sair candidato a deputado federal pela região. “Na época ninguém acreditava que eu fosse me eleger, nem a minha mãe. Mas eu acreditava, até parecia meio lunático, e acabei tendo 46 mil votos, sendo 26 mil de Araraquara”. Vale lembrar que havia 20 anos que Araraquara não elegia um deputado. “Assim trabalhava em Brasília e em São Paulo. Como tinha a minha empresa, pedi para o Paulinho Rodrigues administrá-la. Depois a Zi, minha esposa, ficou um tempo na loja e quando fui reeleito em 94, como eu tocava a loja, na época, que era familiar, desativamos a mesma. Ai fiquei 94, fiquei 98 e em 2002 sai a federal e fiquei suplente. Em 2003 o Lula me chamou para trabalhar na Casa Civil como assessor especial dele no Palácio do Planalto, onde fiquei de março a dezembro de 2003”.<br /><br /><strong>Araraquara<br /></strong><br />Depois de ter trabalhado na Casa Civil, Barbieri voltou para Araraquara e se candidatou a prefeito em 2004. Em 2005 assumiu a Câmara Federal, onde ficou até 2006. “Não fui candidato a deputado federal, apoiei o Dimas e o Massafera, que se elegeram e sai candidato a prefeito em 2008 e fui eleito. Eleito na quarta tentativa, Barbieri conta que o desejo de ser prefeito surgiu depois de acompanhar muito os trabalhos dos ex-prefeitos Valdemar De Santi , Clodoaldo Medina e Rubens Cruz . “Lembro que o De Santi era do MDB e meu voto para prefeito foi dele, pois na época era do meu partido. Depois votei no Medina, que também era do meu partido. Depois o Massafera era prefeito e eu era deputado federal . Acompanhei muito os trabalhos dos prefeitos e comecei a ver que o prefeito realiza e o deputado pede, discute as leis, mas não as executa. E eu, por ter sido empresário, ter acompanhado meu avô e meu pai, que foram empresários, aprendi a ter atração pela parte executiva de empreender, de fazer.<br />Então essa ‘obsessão’ por ser prefeito era um desejo de realizar. O prefeito tem mecanismos de realização que o deputado e o Legislativo não têm. Gostei de ser deputado, aprendi muita coisa com pessoas relevantes como Ulisses Guimarães, sobre o mundo, o que me deu muita bagagem e para exercer essa experiência no Executivo. Tinha vontade de ser executivo. Fiquei 14 anos no Legislativo e um ano no Palácio do Governo Federal, que me deu mais ânimo de viver o executivo”. Barbieri é indagado sobre o fato de ter se chegado mais à população, de fazer o chamado ‘corpo a corpo’ fez alguma diferença nas urnas. Ele responde que sim, pois o deputado federal fica muito em Brasília, o que acaba o distanciando, pois não há essa presença cotidiana. “Quando não fui candidato a deputado, em 2006, comecei a trabalhar numa outra empresa minha, pequena, mas com outra característica. Assim convivi mais no dia-a-dia da cidade e me envolvi com alguns projetos, como o da termoelétrica. Fiquei morando aqui direto e como deputado ficava muito em Brasília e em São Paulo, ou seja, ausente da cidade. Fui lançado pelo partido em 2007. Tive um ano para trabalhar e foi completamente diferente do que tinha sido antes”. Barbieri diz que um prefeito, diferentemente de um deputado, fica muito próximo da população por conta do trabalho desenvolvido por cada um deles.<br />O prefeito, por exemplo, vê desde o problema que uma pessoa está tendo com uma febre até o buraco de uma árvore, mas que é importante para aquela pessoa. “ Você tem que cuidar disso, desse dia- a- dia, do buraco, do cupim, mas também das coisas grandes como o da universidade de música”. Para Barbieri, o fato de se aproximar mais da população teve um saldo positivo tanto que acredita que isso o ajudou a ser prefeito, tanto que continua atendendo a população num dos dias da semana especialmente marcado para esse fim. Marcelo diz que essa espécie de agenda tem lhe trazido muito, pois as pessoas falam a verdade, trazem o problema ‘cru’, sem maquiagem. “ Isso me ajuda muito a administrar, pois um caso, às vezes, representa vários casos e está prejudicando a administração e não estava sabendo. “Também não consigo saber tudo, mas ouvindo a população eu vejo muita coisa. 80% dos casos são resolvidos, pois há as barreiras legais e materiais, mas a maioria consigo resolver e isso me deixa satisfeito. Sei que temos que resolver os problemas gerais, mas às vezes é necessário resolver o problema da pessoa humana, pois para ela faz diferença. Muitas vezes ela não consegue resolver com ninguém e vem comigo e eu consigo. Pois a gente tem a força política para resolver. Não estou sendo bonzinho, estou vendo utilidade em fazer isso, me trazem questões que me ajudam a entender o que tem de errado na gestão”.<br /><br /><strong>Quércia<br /></strong><br />Um fato marcou o Brasil: a abertura das contas do político Orestes Quércia. “Quiseram aprovar a abertura das contas e eu fui contra. Não abri as contas dele. Pedi vistas e ao pedir vistas eu criei uma situação política tensa. Depois abriram, mas não tinha nada. Tanto que a CPI que foi da VASP foi 100% arquivada pelo Ministério Público Federal, que não encontrou nenhuma irregularidade, que é o que eu defendia, pois acompanhei o processo de privatização da VASP. Foi uma boa para o governo estadual e era, se não me engano, um prejuízo de 600 milhões. O Quércia vendeu para o Canhedo, se livrou daquela bucha e depois, infelizmente, a VASP veio a falir, mas faliu como empresa privada, não como Estado. Não tem nenhuma ação contra o Estado por ter se tornado uma empresa privada e o Ministério Público Federal mandou arquivar, pois não tinha nada errado”. Por conta disso Marcelo ficou muito conhecido e não foi uma coisa fácil. “Foi um desgaste emocionalmente falando, mas eu estava convicto de que estava certo e estava com minha consciência limpa de que estava fazendo uma coisa que era justa.<br />Naquela época, o Quércia, hoje não mais, foi muito criticado e atacado. Não é agradável sofrer um ataque violento da imprensa e eu fiquei junto com ele. Para mim, na verdade, foi um teste de personalidade para que ver se eu tinha caráter ou não, porque você ser amigo da pessoa quando ela está no poder é uma coisa, agora como ele estava fora , marginal ao poder ninguém queria chegar perto. Fui um dos poucos que ficou. Sou companheiro dele desde 1979, quando fui vice-presidente da UNE e ele me ajudou a fazer o Congresso que levou 10 mil estudantes do Brasil inteiro a Salvador. Foi algo muito emocionante. Precisava ter coragem de ajudar um evento como aquele e ele teve”. Na época da abertura das contas de Quércia, o pedido de vistas de Marcelo foi motivo de vários ataques como os editoriais contra ele, principalmente de um dos maiores jornais do Brasil, o Estadão. Uma vez publicaram que ele tinha envolvimento com o jogo do bicho no Rio de Janeiro. Utilizaram para isso um homônimo. A pessoa envolvida no caso era o Marcelo Chalu Barbieri e eu Marcelo Fortes Barbieri. Ele era sobrinho de um bicheiro chamado Zinho. “O Estadão colocou na manchete, tenho guardado isso num quadro: ‘Deputado quercista envolvido no jogo do bicho’. A Lilian Wite Fibe, que apresentava o jornal, também me atacou. Fui ao Rio e falei com o procurador Biscaia, provei que não era eu e ele me deu uma carta comprovando, pois não era eu. Tudo isso foi fruto desse processo que quiseram me envolver num projeto mentiroso, numa coisa caluniosa e que comprovei que era mentira. São coisas que aconteceram e que hoje fazem parte da história. Não tenho nenhuma mágoa por conta disso, pois acabou sendo importante, pois você adquire mais consistência quando passa por momentos de dificuldades”.<br /><br /><strong>Fama de briguento<br /></strong><br />A fama de bravo, Marcelo coloca na conta da descendência calabresa e vai explicando um pouco da história da razão de sangue de calabrês ser quente. “A Calábria foi invadida pelo império otomano e os árabes quando invadiram a Itália, o comandante Nabucodonosor, das tropas otomanas, mandou queimar os navios e disse : ‘daqui ninguém volta’. Então imagina a tensão que os caras viviam. Se repararem podem notar nas feições da minha família, nós temos uma certa proximidade com árabes, pois realmente aquela região, sul da Itália, sofreu um forte influência árabe naquele período. O povo calabrês é um povo meio briguento, mas hoje estou bem mais calmo”.<br />Ele conta que quando enfrentou a ditadura, sendo preso por três vezes, numa delas no porão do DOPS, onde ficou por dois dias e duas noites. Sem motivo algum. Algo triste e deprimente, segundo ele. “Aquilo eu tive que enfrentar e se não tivesse força tinha sucumbido ou não teria me metido. Ou eu entrava ou não entrava. Não havia meio termo. Enfrentei Erasmo Dias, que mais tarde acabou virando meu amigo, o Tuma, que era chefe do DOPS, me prendeu, acabou virando meu colega de parlamento. Tudo bem, superei isso. Não tenho mágoa de ninguém. O que não gosto é de coisa errada, de má índole, má fé e, principalmente, não gosto de mentira. Aprendi que você não deve ficar do lado da mentira. O político que faz isso se arrebenta. Tem que ficar do lado da verdade, mesmo que as pessoas não gostem dessa verdade.Hoje tenho muita paciência, adquirida com o tempo, de ouvir e de ponderar”.<br />Mas uma coisa que Marcelo não admite é a quebra de hierarquia em qualquer setor. Tanto que se algum secretário estiver errado, ou revê a sua posição, mas que ele não pode desautorizá-lo para alguém abaixo dele. “Se assim for é melhor mandá- lo embora. Isso é um processo de amadurecimento. Não nasci assim. A chance de errar é menor se você amadurece. Então, hoje a minha capacidade de explodir é muito pequena. Às vezes acontece quando me deparo com uma mentira e a calúnia, pois ela me indigna. Isso eu enfrento. Não deixo barato, pois tenho que preservar a minha honra. Perco a paciência, me irrito com a mentira”. Quanto à invasão que promoveu no jornal O Imparcial e acabou virando ‘lenda’, Barbieri conta que saiaram no referido matutino, em1996, uma pesquisa feita por seu amigo Viana, que o colocava em terceiro lugar. “Estava errado e fui conversar com ele. Não invadi. Bati na porta e disse que queria falar com o Viana, que fugiu. Mas o respeito muito. Quanto ao fato, pedi desculpas a Dona Cecília, na época diretora do jornal. Nessa eleição cometi muito erros. Já fiz auto critica de vários deles. Briguei com o De Santi e não tinha que brigar. Depois fiquei amigo dele e recebi seu apoio. Depois ganhei dele. Depois de três eleições, a quarta foi a que menos errei. A gente vai aprendendo e reconhecendo os erros”.<br /><br /><strong>Marcelo por Marcelo<br /></strong><br />O Marcelo é uma pessoa que aprendeu muito com a vida. “Eu voltei para ficar com meu pai quando ele estava morrendo e eu procurei um caminho meu. Fui ser político porque eu queria ser político. Meu não era político e era contra a política, assim como minha mãe. Meu tio Dinho foi deputado quando eu nasci, em 56, e teve todo um trauma familiar por conta disso. Minha família com isso tinha certa aversão à política. Mas eu decidi que ia seguir o meu caminho. Sempre tive determinação. Quando entro numa coisa, não entro mais ou menos. Entro pra valer. Se eu vou ser prefeito vou ser prefeito pra valer, então vou cumprir todas as funções: da comida aos projetos”. Ele dá um exemplo dessa determinação. “Quando tinha 13 anos o cigarro surgiu como algo maravilhoso e fantástico, mas eu fazia natação, o treinador era o Ricardo Simões, que disse quem fumar, pára de nadar. Eu gostava de nadar chegando a 10 mil metros por dia. Era fundista. Ficava nadando e isso me possibilitava ficar meditando. Era um prazer, uma satisfação muito grande. Então, eu nunca fumei. Fui motivo de chacota na época, meu amigos, infelizmente, alguns deles não estão mais entre nós, começaram no cigarro, foram para o álcool e depois para as drogas. Óbvio que hoje o problema das drogas é muito pior, mas já existia. Nesse caso não aceitei a droga, com isso muitos dos amigos se afastaram de mim. Não é porque o outro pensa diferente de mim que vou atrás do que ele pensa para agradar, por isso que às vezes me indisponho, pois se acredito em algo não vou abrir mão, a não ser que argumentos me provem o contrário. Pode vir o mundo contra. Aprendi ao longo dos meus 53 anos a buscar um caminho que eu tenha convicção para chegar a algum lugar. Sou assim em tudo, na vida política, empresarial e pessoal. Quando acredito numa coisa vou atrás”.<br /><br /><strong>Família<br /></strong><br />Marcelo é casado com Maria Helena Rolfsen Moda Francisco Barbieri, chamada carinhosamente de Zi, há 16 anos. Barbieri tem 4 filhos: Nelson, 27, Izadora, 17, Matheus, 11 e Caio, 5. Marcelo plagia o amigo Quércia e diz que em primeiro lugar você tem que ter o compromisso de estar vivo, em segundo lugar o compromisso com sua família e depois o compromisso com seu país. “A família é uma extensão da sua vida, se não tiver compromisso com sua família é difícil você ter compromisso com a sociedade. Isso é uma coisa de italiano também, pois a minha família sempre foi muito ligada. Lembro que meu tios, meu pai e a gente vinha comer o macarrão da vó Romilda todos os domingos”.<br />Marcelo diz que a família é muito importante, mas que fez um casamento muito jovem. Tinha 21 anos quando casou com mãe de seu filho Nelson, do Rio de Janeiro. Também foi pai muito novo. “Não deu certo. Tive que vir morar em Araraquara. Pois casamos no Rio e morávamos em São Paulo. Quando meu pai me chamou, ela não quis vir. Gostava dela. Casei por amor. Foi muito dolorido, mas tive que me separar. Ai teve uma fase da vida que fiquei solteiro e acabei tendo uma filha, que é a Izadora, mas não casei com mãe dela. Ai achei que deveria casar de novo e casei com a Zi, mas não foi fácil casar com a Zi. Tive que brigar para casar com ela, que na época estava namorando, ela brigou com o namorado, ai eu casei com ela. Presentei a Zi com muitas flores antes de casarmos, mas ai ela dava as flores para o Neto, que é filho de Maria, e ele levava para a igreja. Acabou que a Nossa Senhora ajudou e casamos”. Marcelo diz que pretende fazer um grande governo em Araraquara, que marque a história da cidade e assim como seu slogan que traga desenvolvimento para todos. “Espero chegar em 2012 com a minha missão cumprida, ou seja, cumpri aquilo que prometi, principalmente na questão ambiental e de acessibilidade”.<br /><br />(Publicado em 30 de maio de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-61311126949720181552011-01-29T15:49:00.000-08:002011-01-29T15:53:15.458-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig5IKG-kUsHxWOzt-39jNN0H1YSsJm4_X9so_Yn4u1Tm53HDqY2SwhLQVhlTzYoNKiV0NrnrQvYQpK5KZElTbPb2c3j7qgn6rqeX2PkWbWnUCkHd7ny14Z5CGmJO0h9C4Pq7_fNNTlWHc/s1600/edna-nogueira.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567759980110705522" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig5IKG-kUsHxWOzt-39jNN0H1YSsJm4_X9so_Yn4u1Tm53HDqY2SwhLQVhlTzYoNKiV0NrnrQvYQpK5KZElTbPb2c3j7qgn6rqeX2PkWbWnUCkHd7ny14Z5CGmJO0h9C4Pq7_fNNTlWHc/s400/edna-nogueira.jpg" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;color:#990000;">Edna Nogueira: o violino é a minha vida!<br /></span></strong></div><br /><div><em>A violinista que se profissionalizou aos 18 anos diz que nunca vai se aposentar, pois a música na velhice é terapia<br /></em></div><br /><div>A violonista Edna Nogueira ministra aulas de violino e teoria musical desde 1939 e coordena a Orquestra Filarmônica Experimental da Uniara e o Conjunto Instrumental Feminino. No dia 2 de junho ela vai completar 90 anos. Conhecendo-a de perto a nossa admiração cresce a cada instante. Sem perceber vai fazendo com que a gente se sinta em casa. “Olha vai tomar café ali na cozinha. Olha vem olhar esse bordado que fiz. Nos fala de seus filhos, de seus netos, dos alunos como o dr. Abelardo e Leidi, que tiveram aulas de violino com ela. Ela também conta que plantou inúmeras árvores frutíferas e plantas em frente à sua casa. Fala de sua geléia especial de pinga e aos poucos vai nos contando sua vida, de seus projetos, de sua música. Ela nos mostra tudo. É uma mulher cheia de sentimentos fortes.<br />Diz que embora trabalhe com música nunca teve ganas de aparecer com ela. Vai nos falando timidamente das homenagens recebidas em forma de poesia ou de crônicas, como a do escritor araraquarense Ignácio de Loyola que um dia escreveu que Edna Nogueira era uma daquelas pessoas diante da qual temos vontade de nos ajoelharmos para que passe com sua simplicidade, talento e musicalidade. Que gente como ela ilumina uma cidade. Ele pergunta onde ela encontra tempo para fazer tudo o que faz e ainda por cima faz doces. Sim ele de fato sabe o que diz: é uma mulher de projetos, de sonhos e de alunos. Mas ela, apesar de conservar sua grande alegria de viver, guarda uma grande tristeza: a perda do marido João. “Ele era minha vida, meu amor, meu tudo”, diz acrescentando que foi único: namorado e marido.<br />Edna nasceu em Santa Rita do Passo Quatro, mas a família mudou-se para Araraquara quando ainda era menina. Quando era criança tinha vontade de ser pianista, mas naquela época os pais não podiam pagar. Então pegou o violino do irmão Teodoro Nogueira para estudar. Tanto que se formou professora de violino no Conservatório Musical de Araraquara em 1939. A partir daí ministrou aulas de violino. Vale lembrar que o irmão de Edna, Ascendino Teodoro Nogueira, falecido em 2001, além de violonista foi um grande compositor. Teodoro também é pioneiro no estudo técnico-musical da viola caipira. A violonista conta com entusiasmo que em 1998 implantou o projeto ‘Cantigas de Roda’, idealizado pelo irmão a quem chama de inteligente, Teodoro. “Eram quatro rodas infantis, com três músicas tiradas do folclore brasileiro. No projeto realizado junto com a Orquestra Infanto-Juvenil, foi criado um Coral Infantil que estreou em Araraquara. Depois nos apresentamos no Sesc em oito cidades. “Foi algo maravilhoso”, diz emocionada. “O que ainda espero? Continuar tocando até a hora da minha morte.”<br /><br /><strong>Breve currículo<br /></strong><br />Edna, a valsa Ser mãe Música com sabor: violonista Edna Nogueira também é uma doceira de mão cheia Fotos: Leandro Pardine Edna formou a equipe de Canto Lírico antes de 1960. “As aulas aconteciam na minha casa e eram ministradas pelo maestro Ferry. Fizemos apresentações em vários recitais de ópera em várias cidades”. Em 1980, incansável, fundou a Orquestra de Câmara de Araraquara, com violinos, violas, violoncelos, contrabaixo e piano. “Em 1997, a Orquestra de Câmara passou a fazer parte da Uniara.”<br />Edna conta que o Reitor da Uniara, Luiz Felipe Cabral Mauro, foi um de seus alunos de violino. “Não seguiu por falta de vocação, mas sempre me abriu as portas para que a música entrasse. Primeiro foi no Ginásio São Bento. Depois na FEFIARA e por fim na UNIARA”. Em 2000 a violonista formou a Banda Uniara, com 45 jovens. No ano seguinte, criou a Orquestra Filarmônica Experimental da Uniara. Já em 2002 formou o Conjunto Instrumental Feminino Uniara, composto somente por mulheres. “Interpretamos músicas populares e internacionais.” No ano de 1995, em parceria com a Fundart (Fundação de Arte Cultura do Município de Araraquara), Edna apresentou juntamente com o coral ‘Prof. Lysanias de Oliveira Campos’ o Concerto Sinfônico da ópera, de autoria do compositor araraquarense maestro José Tescari, intitulada ‘O sacrifício de Abraão’.<br /><br /><strong>Família<br /></strong><br />Edna Nogueira de Moraes Silveira é filha de José Teodoro e Vitalina. De seu casamento com o saudoso João nasceram: Luiz Carlos, José Eduardo e Cecília. Tem sete netos e duas bisnetas. Dois netos seguiram o caminho da música, a advogada Mariana e o psicólogo Ricardo, ambos violonistas.<br />Ela conta com orgulho de seus prêmios, como o diploma ‘Parceiros da Cultura’, por sua atuação no desenvolvimento de ações culturais e essenciais ao Estado de São Paulo. Também recebeu das mãos do ex-secretário municipal de Cultura, o diploma no dia da Confraternização Latino Americana em 2004. Recebeu da Câmara Municipal de Araraquara em 2003, o título de Cidadã Benemérita pela difusão da arte na comunidade.<br /><br /><strong>Ser mãe<br /></strong><br />Para Edna Nogueira, mãe é como uma orquestra, se o regente não for bom, a família perece. É como uma orquestra bem afinada. A mãe tem que ser dona de casa, educar muito bem os filhos e colocálos numa profissão. Como eu sempre digo: se der um instrumento na mão de uma criança, esta não se desvia, por exemplo, para a droga. “Graças a Deus que as escolas estão com música no currículo”, diz aliviada elogiando também o Projeto Guri, que dá acesso musical aos mais carentes. Edna ainda continua bordando e crochetando para ajudar entidades assistenciais. São cachepôs, porta niquéis, marcadores de livros. Tudo de crochê. Para ela, o violino é a sua vida. “A vida inteira só toquei violino”.<br /><br /><strong>Edna, a valsa<br /></strong><br />Edna Nogueira se diz emocionada com a valsa intitulada “Edna’ feita pelo compositor e grande poeta João Stromayer, a quem ela ensinou violino. Embora Edna tenha relutado, a valsa foi instrumentada para grande orquestra. Vai ser a música de homenagem aos seus 90 anos. “A música ficou belíssima”, diz feliz. Edna te conheci no concerto musical que a platéia a aplaudia uma valsa de Strauss. Amei ao me aproximar de ti. Foi grande a minha emoção De aprender tocar violino que é a minha paixão Com amor e carinho escrevi essa canção Saiu esta valsa bonita do fundo do coração Mas vai ficar saudade Aos alunos que você tão bem ensinou Deixando essas lembranças Do tempo que já passou Edna, a professora querida Muitos alunos passaram por ela.<br /><br /><br />(Publicado em 8 de maio de 2010) </div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-40053089502800352682011-01-29T15:34:00.000-08:002011-01-29T15:44:30.824-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5paH3QqAXS-he8xgIk80QaFHDYs7bjZftXSNzstIV6mdrcqOLo6tCwC8qbjIye4bRXPTTsbI6eUhbwiJoRIEn6vKCrRBJjbCY-fwcsNTJ1txy8r7cZOAMWpEKtlFP-oEij-GyQVO9OiM/s1600/beto_caloni.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 293px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567756011498385042" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5paH3QqAXS-he8xgIk80QaFHDYs7bjZftXSNzstIV6mdrcqOLo6tCwC8qbjIye4bRXPTTsbI6eUhbwiJoRIEn6vKCrRBJjbCY-fwcsNTJ1txy8r7cZOAMWpEKtlFP-oEij-GyQVO9OiM/s400/beto_caloni.jpg" /></a><br />Foto~João Ferraz<br /><br /><br /><strong><span style="font-size:180%;color:#990000;">Beto Caloni: Meu dom natural é a palavra<br /></span></strong><br />"<em>Nunca tive maiores ambições. Entro em qualquer lugar.<br />Quem não gosta de mim deve ter problema na vida”<br /></em><br /><br />Dar uma entrevista, eu? Perguntou surpreso José Roberto Caloni, ou melhor, Beto Caloni, quando a reportagem ligou pedindo para que participasse da coluna “ Você faz a História. É que, talvez, esse jornalista nascido em 4 de janeiro de 1951, na Vila Xavier, desconheça a importância de alguém que por algum motivo ou feito se torne parte da vida das pessoas. E Caloni conseguiu esse feito quando compôs Flanando no Boulevard, música que fala de Araraquara e seus costumes em 36 versos abordados com muito bom humor. Gravada pelo próprio Caloni, a música ganhou ainda mais força quando o jornalista José Carlos Madalena começou a tocá-la em seu programa. Foi feito um clipe. Alguém jogou no You Tube que já contabiliza milhares de acessos. Tudo conspirou para que a música acontecesse: mais de 22 sites de distribuição, pirataria, além da chamada propaganda viral, com gente de fora deixando comentários emocionados, no You Tube, com saudades da terrinha natal, agradecendo a oportunidade de ‘rever’ na composição ou sambinha de letra inteligente com arranjos de Carrapicho e Fabiano. Cantou, pois os outros cantores ficaram temerosos com a reação do povo. Esse sucesso todo que praticamente virou um fenômeno de mídia, há mais ou menos um ano e meio, foi uma grata surpresa para Caloni, pois a primeira música que gravou. Nunca havia cantado em público. “Acho que ninguém havia brincado com Araraquara. Ninguém pagou um mico do jeito que paguei. Foi uma comoção. Pessoas me procuraram e me param na rua até hoje. Mas o que me deixou mais emocionado com isso tudo foi que as pessoas me agradeciam, como se eu tivesse feito a música para cada uma das pessoas de Araraquara que encontrei”. Para ele o ‘muito obrigado’ teve um sabor diferente. “Isso que foi fantástico”.<br /><br /><strong> A primeira pauta a gente nunca esquece </strong><br /><br />Caloni conta que a música é algo recente em sua vida. Aprendeu a tocar violão sozinho, na adolescência, no início dos anos 70 com aqueles livrinhos com músicas cifradas. Mas a musicalidade presente em sua vida é herança de família, pois seu saudoso pai cantava muito. “Acredito que se alguém tem talento para a música é fundamental que os pais cantem perto da criança. Tenho uma formação musical intuitiva. Aprendi tocar violão sozinho e piano recentemente. Comecei a compor agora, depois dos 40 anos de idade, mas meu dom natural é a palavra. É escrever. Desde novinho, vi que eu tinha muita facilidade para escrever”. E foi essa facilidade para escrever que o levou ao jornalismo. Guarda a data em que começou no jornalismo: dia 10 de setembro de 1978, no Diário, na época do Roberto Barbieri (seis meses antes do mesmo falecer). A primeira pauta entrevistar o Cônego Cavalini, que estava assumindo como provedor na Santa Casa. Na segunda pauta, a constatação do que estava escrito nas estrelas: ser jornalista. “No dia seguinte, a pauta era para procurar uma senhora perto do Quitandinha cujo marido, que era motorista de caminhão, havia desaparecido.Voltei ao jornal com as informações e não encontrei o Ivan Roberto. Sentei na máquina de escrever para ir adiantando a matéria, deixar meio pronto. No dia seguinte, o texto estava impresso. Ai não precisou mais nada…” A faculdade (FIAM, São Paulo) ele resolveu fazer depois de achar que o jornalismo praticado na cidade era anárquico e meio amador. “ Eu achava que o jornalismo poderia ser bem feito, pois sempre achei essa profissão bonita demais. “A faculdade me deu respaldo, pois acho que curso superior vale à pena para qualquer coisas. Acredito que a pessoa tinha que fazer um curso superior para viver e não para trabalhar. Sou a favor do diploma, se não de jornalismo, que seja um outro, se não, não, pois se você é formado não pode alegar ignorância, principalmente a questão da deontologia, pois tem gente que não tem noção nem do que é ética”. Química geral Caloni trabalhou em todas as áreas possíveis da comunicação, da TV à publicidade. E o fato de ter trabalhado em muitas áreas faz com que muitas vezes veja o jornalismo como química geral misturando arte e jornalismo.<br />O jornalista também é um apaixonado pela história da cidade. “Fiz uma opção. Achava que se eu quisesse continuar uma pesquisa como intelectual tinha que optar por alguma coisa. Notava que todo mundo pegava uns temas muito esquisitos como ‘cinema alemão nos anos 20’. Não. Eu tinha que estudar a minha terra. Meu chão. Então desde 86 que comecei a pesquisar. Fiquei muito amigo do professor Rodolpho Telarolli (falecido) e optei por isso. Mas é um hobby. Talvez eu tenha sido o primeiro a falar sobre o livro Macunaíma, como foi escrito; sobre o sitio arqueológico. Curioso é que depois começaram a escrever e eu não fui citado nem como fonte”. Indagado sobre algo que o tenha marcado, o jornalista conta que prestava serviços a uma escola de surdos mudos. “Doaram à entidade instrumentos musicais. Mas eram crianças surdas mudas. Descobrimos que era possível que tocassem”. Assim foi montada uma fanfarra com 40 crianças surdas- mudas que chegou a viajar por várias cidades. “Ninguém sabia que eles eram surdos mudos. Tocavam, mas só o ritmo. Isso foi uma coisa importante demais que eu fiz. Mas também só hein!”<br /><br /><strong> Apoio para o vídeo</strong><br /><br /> Além da mãe, Caloni tem mais três irmãs. Assim seu contato com o universo foi intenso, como encontrar bobes de cabelo dentro do violão. Mas o casamento não foi para ele que casou, mas descasou. Hoje, está terminando o seu livro, romance que se passa em Araraquara no início dos anos 30 e que deve se chamar “Norte Sensato”. Fala da quebra da cafeicultura. O jornalista também ministra cursos de roteiro de cinema e TV, além de participar de produções culturais, sempre com o intuito de que tenham alguma finalidade. Também está trabalhando num vídeo e livro sobre o professor Telarolli. “Estou precisando de apoio para terminar o vídeo. Temos a idéia de fazer uma grande festa em agosto com músicos, reunindo muita gente. A festa deve se chamar Conclave de Sol”. Também está nos planos escrever o programa Ponto G, na Net, além de um trabalho ligado à terceira cidade, entre outros projetos. Cara briguento Conhecido como briguento, Caloni, diz que isto é um lance de coerência, pois fica indignado diante de certas coisas, mas gostaria também de ser conhecido pelo outro lado, pois quando reconhece alguma coisa de verdade é bastante generoso, valoriza e se empenha. “O que não gosto de ver é maracutaia, coisa mal feita e não que eu seja briguento, é que eu tenho mania de falar o que é verdade. Então, se tiver que falar eu falo mesmo, mas procuro não pisar na bola. Tenho um senso ético bastante apurado. Não me meto na vida dos outros e quando tenho que brigar falo o que falo mesmo, mas por outro lado quando tenho que defender, quando vejo uma injustiça, quando tenho que ajudar alguém procuro fazer isso de uma forma bem generosa”. Ele afirma que é uma pessoa que gostaria de ser reconhecida pelo seu trabalho. Só por isso. “Não precisa gostar de mim, desde que gostem do que eu faço. Tenho muita dificuldade em lidar com as pessoas, com o ser humano. Isso na medicina deve ter um nome bonito e na psicologia deve ter um nome alemão incrível para esse tipo de comportamento. Tenho mania de perfeição. Adoro desafios e acredito que tenho uma capacidade intelectual um pouco acima, pois dou conta de fazer tudo o que quero. Não tenho modéstia. Não tenho vocação para celebridade: quem compõe e escreve roteiro geralmente não aparece, escritor dá para contar nos dedos os conhecidos. Nunca tive maiores ambições. Entro em qualquer lugar. Quem não gosta de mim deve problema na vida, pois não procuro prejudicar ninguém. Imagino que sou coerente. Podem me acusar de tudo. Até dizer que sou arrogante, mas injusto e ingrato não sou não”. Araraquara para ele se divide em duas parte: cidade e população. “O meu caso é com a cidade”.<br />Ao término da entrevista, Beto Caloni fica meio que preocupado com as fotos e recomenda ao fotógrafo João Ferraz que capriche na utilização do photoshop, desconhecendo, talvez, que a beleza está em ser exatamente como ele : uma pessoa de verdade.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />(Publicado em 30 de matço de 2009)Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-41762560636979936832011-01-29T07:43:00.000-08:002011-10-31T16:01:42.759-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS-KzkvkQ7uy7PYWpqPMAafOC6AGlmCvmQHNdYMLqjS7i5Bt-qpfZpmQSYOUo5cSPPQhHGeGLz33gcQB5UkL3D1-PoCSgo5y-9mS7f-DYk620BlV1jFTlWg30orpFY-7oaPXvxtun3Es8/s1600/imagem15-300x220.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 220px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567634950610555810" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS-KzkvkQ7uy7PYWpqPMAafOC6AGlmCvmQHNdYMLqjS7i5Bt-qpfZpmQSYOUo5cSPPQhHGeGLz33gcQB5UkL3D1-PoCSgo5y-9mS7f-DYk620BlV1jFTlWg30orpFY-7oaPXvxtun3Es8/s400/imagem15-300x220.jpg" /></a><br /><br /><br /><div><br />Foto-João Ferraz<br />FAITO comunista sim senhor!<br /><br /><br /><em>Este fantástico homem sempre esteve à frente de seu tempo e nunca teve medo de colocar suas idéias em prática </em></div><br /><br /><br /><div><br />A oficina Faito, à primeira vista, parece uma oficina qualquer. Mas não é. Ali, segundo Benê (Benedito Salvador Carlos), amigo e freqüentador, é um lugar onde o tempo não passou nos últimos 30 anos. “Olhando o lugar você nem pode imaginar quanta história, quanta tradição, quantos sonhos e de quantas pessoas importantes ali continuam passando, como se o tempo não passasse”, conta emocionado. Benê diz que o mecânico Raphael Luccas Martinez , o Faito, sempre foi uma pessoa diferenciada, à frente de seu tempo. Pessoa humilde, estudada somente pela escola da vida. Faito foi para São Paulo aos 18 anos. Ficou por lá durante dez anos e trabalhou na fábrica de um francês que produzia cruzetas de cardans. Ali começou a nascer o grande mecânico especialista em torno. “Aprendi tudo que sei sozinho”, diz Faito, que retornou a Araraquara quando tinha 28 anos. “Abri uma oficina em parceria com meu irmão, mas depois de um conselho decidi seguir sozinho. Deu certo. A Oficina Faito está completando 50 anos.” Faito teve como companheira Lurdes, ou Lurdoca como chamava carinhosamente a esposa falecida há três anos. O casal teve 15 filhos. Os meninos aprenderam mecânica com o pai. Hoje lá trabalham José Lucas (Zé), Diogo, Celso (Baiano). “Meu pai sempre foi bom demais. Bravo somente quando a gente passava dos limites”, conta Diogo, um dos filhos. O mecânico conta que Lurdes não queria se casar com ele. Por isso a união somente foi oficializada quando o casal já tinha sete filhos, pois a mãe do Faito tinha falecido e tinham que acertar os papéis, pois ninguém era registrado. Já o amigo Benê acrescenta que dois dos filhos do casal receberam o nome de batismo de “Jânio e Eloá”, em homenagem ao seu presidente e ídolo. “Os filhos sempre foram trabalhadores e de grande sucesso no meio esportivo de nossa cidade, seja no esporte a motor, onde brilharam nas fileiras do moto-clube de Araraquara, na natação, onde se fazem presentes na história até hoje”, destaca.<br /><br /><strong>Grandes feitos<br /></strong></div><br /><br /><br /><div>Benê conta que Faito sempre foi um torneiro mecânico diferenciado, genial, que construía coisas e objetos, otimizava empreendimentos, criava, inventava, dava vazão a um conhecimento científico, descoberto apenas e tão somente por sua curiosidade e seus próprios experimentos. “Ele foi um mestre para uma gama de novos profissionais formados em Araraquara e região. Com seu talento, foi uma pessoa que participou ativamente em experiências indescritíveis, algumas delas, com o cientista Dr. Frederico Di Marco, outro gênio, trabalhou no projeto de precipitação de ‘chuvas artificiais’.” Benê lembra que Faito, De Marco e Edmundo Lupo, dono de uma aeronave, desenvolveram técnicas próprias, que nas épocas de estiagem em Araraquara resolviam os problemas da falta de água, hoje comumente utilizado nas plantações de hortifrutis, especialmente de maçã. “É dele também, sempre em parceria com o cientista, face à sua extraordinária habilidade como torneiro, o desenvolvimento de várias “ferramentas”, inclusive uma em especial para cirurgias de cérebro humano. A idéia básica da descoberta, impensável para qualquer comum na época, coisa de 50/60 anos atrás, foi destampar a cabeça do paciente, através do instrumento por ambos desenvolvido, e então cirurgicamente utilizado pelo médico, descomprimindo a região afetada e com isso libertando o paciente de sua enfermidade.” Faito ao ouvir o nome de Frederico de Marco diz que ele era bom médico e amigo do povo. “Um grande araraquarense”. Um homem de princípios Faito conta orgulhoso que nasceu a caminho da Rua Américo Brasiliense. Em 3 de março de 1917. Era um tempo em que ainda havia tropas de cavalos, bois, porcos. Como havia a Estrada de Ferro, o saudoso Saturno avisava através do serviço de alto falante que as tropas vinham chegando. O mecânico já esteve sete meses preso por matar um homem em legítima defesa, mas sua dignidade, valores e princípios sempre falaram mais alto, e a confiança no homem que desenhava, construía e até modificava peças prontas nunca foi abalada. Tanto que anos depois do ocorrido, o amigo Flávio Ferraz de Carvalho, que era parente próximo do rapaz morto, disse a ele que não lhe guardava mágoa. Hoje, Faito, com alguns problemas de saúde já não trabalha, mas sua paixão pela mecânica resiste. Tanto que passa grande parte de seu tempo na oficina que construiu com suas próprias mãos. Os olhos claros que devem ter provocado muitos suspiros estão mais sonhadores. O corpo, já não tão ágil precisa, às vezes, de amparo. Mas esse homem que se fez sozinho, construiu e consertou coisas tão fantásticas atropelando a ignorância de seu tempo faz parte da nossa história. Ocupa um lugar de honra no pódio daqueles que não vieram a esse mundo a passeio e mostra a razão de ser um comunista de carteirinha: ser um homem à frente de seu tempo! Faito foi o fundador do Estrela Futebol Clube, que nem sempre teve esse nome. Era Estrela Vermelha Futebol Clube, mas por conta da perseguição aos comunistas teve que modificar o nome. Ainda com muito fôlego político, aos 92 anos, o mecânico manda seu recado acrescentando que a cidade não vai pra frente pois os vereadores e a maioria dos prefeitos que entraram ai é tudo “vagabundo”, nenhum funciona. O vereador tem que ser um soldado da cidade”, orienta o homem que, segundo Benê, sempre foi engajado em suas convicções políticas, que a vida inteira foi de “centro-esquerda”, convicto, sempre acreditou que socialismo era o melhor. “Eu queria ser prefeito! Só não fui porque não aceitavam minha candidatura. Era comunista”, diz ele rindo gostosamente. O mecânico revela que desde moleque o comunismo o encantava. “Nasci praticamente dentro do partido comunista que já foi bom, mas hoje não é mais. Tive até carteirinha”. Paradoxalmente, segundo Benê, a mesma pessoa que acreditava cegamente no socialismo, foi um empreendedor nato, pois fora patrão a vida toda, em uma atividade que sustenta até hoje todos os seus. “Como proprietário de empresa metalúrgica, democraticamente e porque acreditava que mudanças eram necessárias, recebeu em sua oficina aqui em Araraquara, nos anos 80, o promissor líder sindicalista, Luiz Inácio Lula da Silva e o ajudou em principiar nesta terra, sua campanha de conscientização de dias melhores para a classe operaria”. Seu conhecimento, de acordo com Benê, como torneiro mecânico, transcendia, e foi de grande valia para o então jovem eleito prefeito Rômulo Lupo, que além de conhecimentos acadêmicos avançados e experiências em países desenvolvidos da Europa, trouxe para nossa Araraquara em suas gestões o elementar, porém essencial para a saúde pública, o “saneamento básico”, que consistia em água encanada e calçamento público. Faito, com seu conhecimento, com seu desprendimento e suas habilidades foi figura marcante na criação do sistema de tubulações e galerias, em uma época de inexistência do hoje contemplado “DAAE”. O filho Diogo conta que, ainda menino, lembra que o pai muitas vezes estava assistindo a um filme com sua mãe e o lanterninha Chico Mariano parava o filme, a mando do prefeito. Acendia as luzes, procurava por meu pai e quando o encontrava dizia que o prefeito o estava chamando, pois havia estourado um encanamento”. Faito conta que Rômulo Lupo foi seu amigo de infância. “Foi o melhor prefeito. Ele gostava da cidade. Nasceu aqui, nas duas vezes em que se candidatou ganhou. Eh, italiano véio!”, diz cheio de alegria. No caso dos tróleibus, quando o governo municipal decidiu estender o trajeto até o campus, os novos veículos haviam sido adquiridos de Porto Alegre como sucata por conta de um problema numa peça denominada chave de vácuo. Faito ficou durante três meses estudando a forma daquilo funcionar. Tudo havia sido experimentado, até que… eureka!, ao escovar os dentes percebeu que a pasta seria a solução. Quando o técnico veio do Rio de Janeiro para testar a tal ampola verificou que a capacidade exata de energia para que a mesma passasse para a outra linha estava correta e melhor, funcionando.<br />(Publicado em 8 de agosto de 2009)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-22556530957227760182011-01-28T20:32:00.000-08:002011-01-28T20:35:44.262-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd-Ji5oAXaLzHhy4C805I4wY2qMM4BNE46DvzKje8L4L6wr9caEDwvqVJvoXTySs4Lr3Z7mhdStA0Rl7ERaoGao9w6qrYjdD5F5d9tgdk1lx-VwlcOooBkFLtKr7gFGs0qPEYg87ViSmE/s1600/gc.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567461767562548290" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd-Ji5oAXaLzHhy4C805I4wY2qMM4BNE46DvzKje8L4L6wr9caEDwvqVJvoXTySs4Lr3Z7mhdStA0Rl7ERaoGao9w6qrYjdD5F5d9tgdk1lx-VwlcOooBkFLtKr7gFGs0qPEYg87ViSmE/s400/gc.jpg" /></a><br /><div><br /><strong><span style="font-size:180%;">Genê Catanozi: um homem de qualidade!<br /></span></strong><br />Se pudéssemos ter uma visão do que vai no íntimo de cada pessoa, quando encontrássemos Genê Catanozi veríamos que dentro dele abunda uma coisa que está se tornando cada vez mais rara nos dias de hoje: humanidade. É um homem que carrega em sua genética a força da solidariedade e um coração genuinamente bom, não só no sentido de saudável, mas valoroso. Um coração de leão!<br />Genê é filho dos saudosos Abílio Catanozi e Aparecida Martim Catanozi, ambos nascidos em Descalvado, e irmão de Orlando, Neide e Zuleide. É casado com Maria da Penha Longo Mortatti, a Penha, parceira de todas as horas.<br />O menino nascido em São Paulo no dia 14 de novembro de 1956 cresceu no bairro da Mooca onde, por conta da grande quantidade de cavalos, pegou uma engraçada doença, o mijacão (bolhas formadas debaixo dos pés por conta do contato da urina do cavalo sobre a pele).<br />Na escola, o sobrenome Catanozi rendeu muitas brincadeiras e zoação, pois era chamado de ‘Catavelã’, ‘Cataminhoca’ e tantas outras versões, mas nunca dramatizou e até achava graça.<br />Quando menino Genê passou por um grande percalço, pois aos sete anos perdeu a visão, o que exigiu muita peregrinação de sua mãe até o Hospital das Clínicas para tentar reverter a situação.<br />Ele se lembra, não sem dor, que já sentia a rejeição de seu pai por vê-lo cego. Mas nesse pouco mais de um ano em que perdeu a visão, Genê conta que desenvolveu muito a audição. E essa deficiência, mesmo que temporária, lhe deu uma outra percepção do mundo, o fazendo experimentar sensações restritas aos deficientes. “Engraçado que nesse tempo achei que fiquei melhor do que quando enxergava, até que aos poucos fui recuperando a visão. Embora meu pai não aceitasse, eu aceitava e passei esse tempo de maneira tranquila, sem rebeldias”.<br />Mas ele também sabe que foi naquele momento de aflição, não de sua parte, o que é se tornar um sobrevivente. Carrega essa lição na bagagem e quando se depara com alguém que precisa de ajuda não se faz de rogado.<br />Genê Catanozi é graduado em Administração pela universidade São Judas Tadeu, pós-graduado em Gestão de Qualidade e inovação de Produtos pela Faculdade Mackenzie e mestre em Administração pela UNIFACEF.<br />Possui grande experiência na implantação do PQG, Programa de Qualidade Geral. É professor e palestrante na área de Gestão da Qualidade e de Pessoas.<br /><br /><strong>Negócio de família<br /></strong><br />Genê se lembra com saudade da horta cultivada pelos avós italianos, Antonio Martim e Adalgisa, principalmente do avô que tinha idéias anarquistas e achava que tinha que trabalhar, mas também dividir a terra com todo mundo que havia vindo com ele lá da Itália, mas que ao chegar ao fim da vida teve que ser sustentado pelo filho, pois já havia distribuído tudo o que tinha. “Tudo que produziam era doado para as pessoas que por lá apareciam pedindo”.<br />Também se lembra de sua mãe, que também possuía o mesmo espírito desapegado de seus pais. Tanto que depois que perdeu uma das pernas não podia ver nas ruas pessoas que havia perdido um braço ou uma perna que queria ajudá-las a colocar um braço ou perna mecânica. “Depois que meus pais morreram é que a gente veio a saber de tantas pessoas que eles haviam ajudado”.<br />Os negócios da família de Genê eram voltados para rede de postos da BR Petrobras e foi por esse motivo que em 1990 ele veio para Araraquara, ou seja, para a implantação e administração de um novo posto, o Petro Sol. Genê lançou na cidade o Papai Noel Azul. “Surgiu quando a Petrobras estava lançando a gasolina azul e souberam da aplicação da gestão da qualidade em Araraquara e foi pela cidade que iniciaram o projeto. Fizemos reuniões com os funcionários do posto e acabou surgindo a idéia do lançamento da gasolina azul através de um papai Noel vestido de azul”, conta ele.<br />A repercussão foi muito grande a ponto de Genê ser convidado para muitas palestras. “Na época, as pessoas, por conta dessa loucura toda, me olhavam diferente, pois não entendiam essa coisa da criatividade. Naa época a Dona Cecília, então diretora do jornal O Imparcial, me apoiava muito e me incentivava a ir em frente me dizendo que eu estava quebrando paradigmas. Tenho uma gratidão imensa por ela. Foi no jornal O Imparcial que também recebi incentivo para escrever. Com isso fui colaborador de vários outros jornais”.<br />O projeto Papai Noel teve bons frutos como o livro escrito por Genê intitulado “PQG-Programa de Qualidade Geral”. A obra, lançada em 2006, explica que o PQG é voltado para o talento humano, oferecendo subsídios para treinamento, melhoria do atendimento e do clima organizacional tanto na área pública quanto na privada, propiciando a busca da excelência e certificação ISO.<br />O livro foi amplamente divulgado nas faculdades a ponto de Genê ser convidado para participar de programas e ministrar aulas em várias faculdades como a de Monte Alto, a Faculdade de Administração e Negócios e PUC de Campinas.<br />Genê também credita ao livro o convite para assumir a pasta da secretaria de Meio Ambiente no governo de Marcelo Barbieri.<br />Ali na secretaria ele também anda de mãos dadas com o bem, pois entende que o meio ambiente não diz respeito somente a área verde, a mananciais, mas principalmente ao ser humano que está inserido no contexto de determinada situação. Tanto que a injustiça o faz sair de cima do muro. “Não consigo aceitar a pessoas massacrarem outras por qualquer motivo. Acredito que sempre tem que haver um diálogo antes para saber o que está acontecendo, além disso, as pessoas merecem afetividade e não porrada de uma forma geral. Os valores estão mudados, meu pai sempre dizia que nem tudo o que reluz é ouro, por isso devemos ficar esperto com que o que chega em nossas mãos, pois nem sempre é o que parece ser”.<br /><br /><strong>Lélia Abramo<br /></strong><br />Quando se casou com Penha, Catanozi desconhecia que a grande artista Lélia Abramo, falecida em 2004,era tia de sua esposa. “O que eu mais gostava, quando eu ia para São Paulo ou ela vinha para Araraquara, era de passar de 4 a 6 horas ouvindo ela falar sobre filosofia”.<br />Quando Genê precisava ficar na casa da artista por conta de algum curso que estivesse fazendo, não era surpresa para ele Lélia ir em busca de ajuda para alguma criança carente, pois havia ouvido no rádio que a mesma estava precisando de vaga num hospital e não conseguia. “Ela me dizia: Genê me leva em tal lugar. Então, aprendi muito isso de correr atrás e ver que ela se preocupava com as pessoas mais humildes. Essa preocupação existente na Lélia era uma coisa que me chamava muito a atenção e isso era uma coisa que ela não fazia questão de divulgar. Fazia e pronto. Como ela era uma militante política eu não entrava nessa militância e ficava fora, mas dessas histórias de humanidade, das que ela contava em relação a Segunda Guerra Mundial, quando ela estava na Itália e teve oportunidade de salvar cerca de 300 crianças de um bombardeio e das vezes em que ela fornecia ou dividia seu pão e azeitonas com as crianças e não eram raras as vezes que ficava sem comer. Isso me mostrava que não dá para a gente se desvencilhar desse lado humanístico e esse equilíbrio ela me passava”.<br /><br /> (Publicado em 23 de agosto de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-56572722582414913372011-01-28T20:25:00.000-08:002011-01-28T20:31:45.948-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXt46Bg7PpPSsGcNw_fO0yhf43VBfNtzUirAysnl7eOCPL4ymoEsUx6v9kVcKe_-2bFLvL_ZXKAGTRYKBYK0dpQE7PdS1VKsYryOEf5W7iUpwdkr9YhQtzuvNZJSkRoyp9Md0ioikf4CA/s1600/vb.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567460213467543650" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXt46Bg7PpPSsGcNw_fO0yhf43VBfNtzUirAysnl7eOCPL4ymoEsUx6v9kVcKe_-2bFLvL_ZXKAGTRYKBYK0dpQE7PdS1VKsYryOEf5W7iUpwdkr9YhQtzuvNZJSkRoyp9Md0ioikf4CA/s400/vb.jpg" /></a><br /><div><br /><span style="font-size:180%;"><strong>Vera Botta, a mulher que carimbava estrelas<br /></strong><br /></span><br />A filha de Edith Silveira Botta e Alfredo Botta sempre foi uma apaixonada por política, tanto que seguia nos ombros do pai, que deixou seu nome vinculado a Casa Barbieri, onde trabalhou por 40 anos, ouvir os discursos de políticos como Pereira L., que aconteciam na cidade na época de sua infância. “Chegava a chorar de tanta emoção”, conta ela.<br />Tudo isso foi construindo a identidade da menina que mais tarde viria a se tornar uma das mulheres mais atuantes da cidade. Tanto que chegou a ser presidente do Partido dos Trabalhadores, tendo sido eleita vereadora pelo PT por duas vezes em Araraquara, sendo autora de várias leis municipais, relevantes, diga-se de passagem.<br />Vera passou por escolas como Pedro José Neto, EEBA, mas de espírito inquieto queria algo desafiante que pudesse ajudar a fazer alguma transformação. Assim o caminho foi cursar Ciências Sociais. “Faço parte da primeira turma de Ciências Sociais da Unesp”, diz. Ela começou a dar aulas de sociologia na universidade com 22 anos e na sala de aula tinha alunos muito mais velhos do que ela. “Dava medo, mas eu era jovem e idealista. Foi uma prova de fogo”, diz rindo a mulher que aos 29 anos já era doutora na área.<br />Mas não são somente de alegrias as recordações, pois nos anos de chumbo (ditadura militar) viu vários colegas serem aprisionados e desaparecerem, professores serem ‘aposentados’.<br /><br /><strong>Mão na massa<br /></strong><br />Vera Botta sempre foi uma pessoa consciente do que quer. A vida política sempre foi bastante intensa e pautada na ética. Quando se filiou ao PT em 1982 ajudou na construção do partido na cidade. “Para mim o partido simbolizava a mudança. Eu e um grupo recortávamos estrelas de espuma e fazíamos com elas uma espécie de carimbo que mergulhávamos em tinta vermelha. A cidade amanhecia com o chão forrado de estrelas. Tínhamos muitos sonhos de transformações”.<br />Quando aconteceu toda aquela problemática no partido, Vera optou por ficar, pois acredita que não se deve fugir dos problemas quando eles surgem e sim enfrentálos. Para ela, o partido teve muitas vitórias em sua trajetória.<br />Foi uma vereadora bastante briguenta, defendendo os seus projetos que garantiriam direitos à população.<br />Vera não chegou ao mestrado e doutorado na Unesp por acaso. Chegou a livre-docente e foi professora titular.<br />Só para citar, pois seu currículo é extenso, sempre esteve envolvida em pesquisas e inclusive tem vários trabalhos publicados sobre assentamentos rurais, movimentos sociais, políticas de enfrentamento à inclusão social, redes de cooperação, segurança alimentar, programas municipais e pequenos produtores.<br />Vera significa muito na vida de muitas pessoas, tanto que o título de Cidadã Benemérita, de autoria de Márcia Lia, que recebeu não foi apenas de fachada. Ela literalmente coloca a mão na massa. É professora de colocar o pé na terra, abraçar o ser humano em toda a sua essência, seja este de que classe for, pois acredita que é fundamental acompanhar o modo de vida das pessoas que aparecem, principalmente em suas pesquisas.<br /><br /><strong>Simplesmente Vera Botta<br /></strong><br />Atualmente Vera Botta é coordenadora de Mestrado, faz parte da executiva do PT e é pesquisadora do CNPq.<br />Tem na única irmã, Sueli, a sua companheira-mor que junto com o filho Gustavo Botta, 38, são as relações mais preciosas de sua vida. “Temos uma relação bonita, de almas, pois sem uma relação de cumplicidade nada vira”.<br />Vera se diz uma mulher sem fronteiras e é contra qualquer discriminação. “Gosto de reinventar a vida”, confessa.<br />Ela conta que ainda tem uma saudade gostosa da infância, de suas férias passadas em Matão em meio a jabuticabeiras e pitangueiras, de sua mãe e de seu pai, ao qual era muito ligada. “Não tenho arrependimentos. Eu faço. Enfrento”, diz cheia de si essa ariana nascida no dia 25 de março de 1945.<br />Vera também foi agraciada com o Título de Cidadã Benemérita, o que, lógico, a deixou ainda mais honrada, pois antes desse título, em 2009, havia sido convidada para fazer parte da Academia Brasileira de Ciências Políticas e Sociais Nacional. Só para se ter uma idéia o convite é feito a partir de uma seleção de currículos baseado em critérios acadêmicos, o que para ela foi uma grata surpresa.<br />Vera é uma pessoa que fez de sua trajetória acadêmica não uma torre de marfim, mas que tentou levar o conhecimento para a população, para os segmentos mais carentes e servir à cidade sempre com muita alegria.<br />Vera que já morou fora em locais como México e França se declara uma apaixonada por Araraquara, não troca a cidade por nenhum outro lugar do mundo. “É bom sentir reconhecimento”, diz orgulhosa se lembrando de um dos discursos que o filho assumidamente corintiano fez a ela em alusão ao centenário do timão. “Ele (filho) é a luzinha de minha vida”.<br />Vera Botta acha que um de seus ‘papéis’ mais importante é ser mãe do Gustavo.<br />Ela adora mexer em plantas, cozinhar. É uma pessoa tão importante que se dá ao luxo de ser extremamente simples, uma pessoa cujos alguns valores são mais importantes do que qualquer outra coisa que poderia ganhar na vida, como por exemplo, ser mãe de seu filho Gustavo é mais importante do que ganhar qualquer eleição, do que ter qualquer posto público ou receber todos os títulos da vida.<br /><br /><strong>Viver cada pedacinho da vida<br /></strong><br />Vera teve duas grandes perdas de parceiros, o seu primeiro marido, o músico Paulo e seu segundo companheiro Jean Marie. Ela conta que trabalhou as perdas, primeiro fazendo tudo que poderia ter feito pelas pessoas quando estavam vivas. “Não tenho sensações do tipo ‘’ai se eu tivesse feito’, e tenho certeza que tanto pelo Paulo quanto pelo Jean Marie foram feitas coisas que poderiam ter sido feitas em vida. “Tenho recordações boas. O luto tem sempre que ser vivido, mas também acho que a vida continua. Não sou uma pessoa que considera a perda como uma morte emocional. Reajo buscando as coisas que gosto como música, jogar baralho, ler, escrever”.<br />Vera deixa claro que quer viver cada pedacinho da vida. “Quero ser avó, continuar vendo meus alunos se formando, continuar trabalhando pela minha cidade, continuar sendo uma petista que dá trabalho, quero continuar tendo uma cabeça bastante privilegiada que me faz encarar a idade não pelas rugas que ela traz, mas pelas experiências e pelas marcas que ela tem”, diz a inquieta e irreverente professora que ainda tem muita coisa para fazer, “inclusive ver a primeira mulher presidente do Brasil”. </div><div> </div><div>(Publicado em 30 de agosto de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-80920286057032026202011-01-28T20:21:00.000-08:002011-01-28T20:24:42.772-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbM34dfy3sSZ0rGmuMO7_hO9xPw7FIhzlIK7EnWZh-I4EVDbNtOfTf4vndPifCbEfLPKoAgE3NfBIvmoo_L6kFNQjxIP7MzV_3WS6oBkE7reAULWm7wyxtoXnko0bZYnh5rpNNa4jRgOY/s1600/ziza.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567458777296942242" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbM34dfy3sSZ0rGmuMO7_hO9xPw7FIhzlIK7EnWZh-I4EVDbNtOfTf4vndPifCbEfLPKoAgE3NfBIvmoo_L6kFNQjxIP7MzV_3WS6oBkE7reAULWm7wyxtoXnko0bZYnh5rpNNa4jRgOY/s400/ziza.jpg" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;"><span style="color:#cc0000;">Ziza: “a minha vida é um constante aprendizado</span>”<br /><br /></span></strong><em>O seu ar de garoto ‘malemolente’ não denuncia os 54 anos do araraquarense José Carlos Anselmo da Costa, mais conhecido como Ziza</em></div><br /><div><br />Ele conta que nasceu no dia 18 de julho de 1956, na Vila Ferroviária, mas quando contava quatro anos, a família se mudou para a Rua Cândido Portinari, paralela à Alameda Paulista. Ganhou o apelido de Ziza ainda criança, pois jogava muito futebol na rua de sua casa que na época ainda não tinha asfalto. “Eu tinha uns oito anos e o apelido ficou.Tinha um jogador de futebol do Botafogo do Rio cujo apelido era Zizinho e passaram a me chamar de Ziza, pois achavam que eu me parecia com ele além disso tinha também um jogador no Guarani de apelido Ziza, o que reforçou o apelido”.<br />Para ele a época de infância foi boa, apesar de ter perdido o pai quando tinha quatro anos.Era um tempo de inocência onde só havia o brincar. A Alameda era praticamente despovoada nos anos 60 para 70 e ele viu todo o crescimento daquela região. Sua saudosa mãe, Zulmira, criou ele, o irmão João Carlos praticamente sozinha.<br />Ele lembra com alegria que estudou no Dorival Alves,onde as classes eram feitas de madeiras. “Parei no ginásio, pois naquela época eu não tinha sonhos, pois fui por um lado que não me deixava opção de escolha. Minha vida foi um grande aprendizado”.<br />Uma de suas paixões sempre foi a música. “Quem me fascinava e me fascina até hoje era James Brown, pois ele foi o pai, uma força fundamental na música.Foi um privilégio nascer numa época em que a música, tanto a nacional quanto a internacional, era praticamente tudo” diz acrescentando que os anos 70 foi uma década privilegiado. “A gente ouvia nas rádios, Beatles,Johnny Rivers, Pink Floyd, Nazaré, Barry White,Marvin Gaye”. Ele conta que diferente de hoje, antes não se ouvia durante 24 horas a mesma música. “Era uma infinidade de coisas para se ouvir e para você ter. Quando a gente ia às quartas-feiras na Academia, antes, eu e meus amigos nos reuníamos na Santa Cruz, onde acontecia a novena. Quando acabava a gente descia ‘tudo bonitinho’ para a Academia A do Samba. Ali a gente tirava uma ‘onda’, depois cada um ia para sua casa”.<br />Aliás foi nessa época que conheceu o Costa, promotor do Baile do Carmo. ” Me lembro também de um barzinho do lado do ‘Chicão’ chamado Bar Love. Ali também era um outro point onde a rapaziada se encontrava para ir para a ‘Academia’ ou ir para as chamadas brincadeiras dançantes. O interessante é que as pessoas abriam suas casas para jovens de praticamente todos os bairros da cidade, todo mundo se divertia e ninguém mexia em praticamente nada. Lembro que tinha festa na casa do Jaime, no Paulinho que morava na Sete e hoje trabalha na Ambev. Era algo estritamente familiar”.<br />A música também tem uma importância muito grande em sua vida, pois foi através dela que conheceu aos 16 anos, a esposa Fátima com quem tem três filhos: Flávia Domenica casada com Edval Motta , Vinicius José casado com a Cristiane Bonfim e Isabela Luiza que mora em Cabo Verde, na África e é casada com Adilson Monteiro. “Tenho três netos, o Caio Motta, Vinicius Bonfim e a Olívia.<br />Ziza diz que tem uma família muito boa e que está casado há 38 anos. “Minha esposa é o verdadeiro esteio da casa. Hoje, apesar de todos os percalços que passei ela sempre esteve do meu lado e a cada conquista que faço eu devo a minha família”.<br /><br /><strong>Programa de rádio<br /></strong><br />Ele conta que nunca imaginou que a música que para ele é uma paixão fosse fazer com que desse um ‘salto’. “Hoje me deparo com essa situação e gosto muito, mas teve uma época em que me assustava”, diz se referindo ao fato de ser um dos apresentadores de um programa de rádio.<br />Mas o começo foi na Rádio Uniara através do programa ‘Soul Negro’ apresentado na época pelo Tadeu. Foi em 2001.”Pedi para o Tadeu se eu teria chance de tocar algumas músicas ‘black’.Ele aceitou. Assim, de imediato, a primeira vez que me deparei num estúdio e dei de cara com o microfone achei interessante. Fiquei lá durante três anos até o desaparecimento do programa que acabou por falta de espaço na grade de programação”. Depois de algum tempo surgiu a idéia de levar um demonstrativo de um novo programa para Vagner Luiz , da Brasil FM. “Na época eu trabalhava com o Kiga e o primeiro formato do programa era denominado ‘ Black Total’, comigo tocando flashback, o Vinicius, soul,rythm blues e o Kiga, o rap”.<br />O programa durou um ano com esse formato até que surgiu o ‘Mistura Fina’ onde toco as minhas músicas, com um novo formato. “Acontece aos sábados, ao vivo, e é baseado em música negra e é formado por Mauricio Moises, Iago Tavares, Vinicius José e eu”.<br /><br /><strong>Pintor letrista<br /></strong><br />Ziza é pintor letrista e ele conta que a profissão surgiu em sua vida para sanar uma necessidade, pois a esposa estava grávida do terceiro filho. “Eu aprendi o serviço e no começo fazia o trabalho bruto ajudando o Marrom e o Jaiminho a pintar as placas de publicidade na Ferroviária. Até que o Jaiminho me deu um empurrão e disse que era hora de ele parar de dar leite para os meus filhos, pois todo dia tinha que levar alguma coisa para casa por conta da criançada. Foi ai que fui tomando gosto aliado à necessidade de cuidar da minha família. Ai virou profissão, de onde eu tiro meu sustento e lá se vão 25 anos. A gente conservou uma clientela muito boa”. </div><div> </div><div>(Publicado em 20 de setembro de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-10041399537640898812011-01-28T20:15:00.000-08:002011-01-28T20:19:59.470-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsJbyj_oCqpI966tZzA__EohyP_uh85KpD95axJWNFRWMCQ7Xn5jYSq_56w7AagtSK5BRdMDP3xCjpasmmQgMl8RuphfIEbnKipCvCVhmFDy0CKbJjKMTWyQSf-SU3wVaEnymrIKzA2JY/s1600/malaspina.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 193px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567456979210427378" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsJbyj_oCqpI966tZzA__EohyP_uh85KpD95axJWNFRWMCQ7Xn5jYSq_56w7AagtSK5BRdMDP3xCjpasmmQgMl8RuphfIEbnKipCvCVhmFDy0CKbJjKMTWyQSf-SU3wVaEnymrIKzA2JY/s400/malaspina.jpg" /></a>FOTO- JOÃO FERRAZ<br /><br /><div><strong><span style="font-size:180%;">Corra que o Malaspina vem aí!<br /></span></strong><br /><br />A autoridade deste homem é conhecida há longo tempo. A um gesto de suas mãos ou a apenas um olhar de advertência, os alunos na Escola Estadual Bento de Abreu, EEBA, saem em debandada. Entram até em sala errada, mas dispersam. E onde antes imperava algum burburinho, a ordem se instala. Mas se engana quem pensa que o ato é baseado em autoritarismo. Para o dono deste olhar de um límpido azul representa uma vitória conquistada ao longo de sua trajetória no magistério. Tanto que no dia 30 de setembro comemora 20 anos na direção do EEBA. O que o incentiva a continuar é que ali se pode produzir e melhorar cada vez mais a vida dos alunos, reverter quadros mal esboçados, educar, orientar, colocando certas situações nos eixos. “O EEBA para mim é a minha casa. Só falta a cama. É uma doença”, brinca ele, ao mesmo tempo preocupado com o futuro da escola, pois daqui a dois anos sai a sua aposentadoria (por idade). “Não penso na hora em que terei que parar, pois quando isso acontecer acho que vou morrer. A tristeza vai ser muito grande, preciso me preparar muito, mas muito mesmo”, diz ele fazendo uma pausa marcada pela emoção. “O choque vai ser… quando fala em aposentadoria até me arrepia. Tenho medo. Mas ao mesmo tempo acho que têm que entrar aqui no EEBA pessoas novas, com visões novas e que acompanhem essas mudanças. Mas a vontade de querer continuar é muito grande”. Empatia Muita, mas muita gente que passou pelo EEBA tem uma história para contar do Malaspina. Como aquela em que um aluno escreveu seu nome com um pincel atômico em todas as carteiras da escola, no pátio, nos corredores. Fez seu nome por assim dizer. Malaspina entrou na sala do tal aluno e perguntou quem era fulano de tal. Quando o mesmo respondeu, ele disse simplesmente que era para ele limpar tudo senão seria expulsão na segunda- feira. O rapaz passou o final de semana limpando seu nome. Não ficou nenhum vestígio. A história ficou. Hoje muitos professores chegam a ser desrespeitados pelos alunos, mas Malaspina explica que o aluno de hoje é um pouco estressante por que não tem muito limite nas suas conversas, nas suas atitudes. “Falar alto, sentar e jogar copo no chão. Tudo é normal. Quando o professor tem a percepção disso, a convivência fica mais fácil”. Mas ele revela que o que faz seu sucesso com os alunos é falar a mesma linguagem. “Você tem que ter envolvimento. Viver ao lado do aluno, pois a distância da idade, se você quiser você separa. Se você quiser passa a ser o pai, a mãe, o ídolo desse aluno, porque essa aproximação é importante, criar um vínculo”, diz. Ele acrescenta que tudo o que diz cumpre. “Não ameaço. Exijo na dose certa. E eles respeitam”. Quem o conhece percebe como é nítido que os alunos o têm como uma segurança. Malaspina os recebe na porta. Recolhe as carteirinhas de cada um, que são devolvidas na saída. Ao todo são 2.400 alunos na escola. Casado com a professora Lídia, com quem tem dois filhos, também professores: Ana Carolina, bióloga e professora da Uniesp e Igor, agrônomo e professor da ULBRA, em Rondônia. Para Malaspina, ver os filhos trilhando o mesmo caminho dele foi algo natural, pois todos os seus irmãos, além da mulher, são professores. Malaspina conta que traz do professor a mesma alegria em incentivar os alunos. “Digo que devem procurar se especializar, pois para ser igual aos outros você cai na mesmice. Hoje é a especialização. Mestrado. Doutorado. Procurar alguma coisa a mais, enfim ter uma conduta que te leve a ser melhor do que os outros. A busca por esta conquista está dentro de você”.<br /><br /><strong>Como o EEBA entrou na minha vida<br /></strong></div><div>Depois de formado, Malaspina foi dar aula em São Paulo, no Colégio de Itaim Paulista. Lá ficou de 73 a 76. Em 77 veio para o EEBA. O trâmite para chegar até o EEBA foi o seguinte: sempre que passava pela Washington Luiz para ir a São Paulo havia um pedágio. Pensava: porque tenho que ir tão longe? Se tem uma cidade tão grande como Araraquara?” Em 1966 ou 67, talvez, ele conta que veio assistir um jogo do Santos. “O Pelé veio jogar na Fonte Luminosa. Tinha vindo com um amigo e essa pessoa, não sei porque motivo, teve que passar no EEBA e eu vi a escola. Fiquei encantado. Foi aquela história: coloquei na cabeça que um dia iria trabalhar no EEBA.” Quando veio participar da atribuição de aulas em 77, não deu outra. Pegou aulas na referida escola. Depois disso só ficou fora do EEBA de 80 a 84, quando morou em Americana. Mas depois retornou entrando para a direção da escola em 1989. Para Malaspina, o maior pecado é ser saudosista, pois cada época tem seu encanto. Ele ainda traz muito do menino que ia para a escola com os pés descalços, a exemplo da disciplina. Hoje não é mais a mesma pessoa de quando começou, pois enxerga melhor as coisas. Aprendeu a conviver com várias gerações. “Eu tenho amigos de 70, 80, mas tenho meus amiguinhos de quinta série. Sento com eles. Estão com o foninho de ouvido, pego, quero saber o que estão escutando, então sei que aquela geração gosta daquilo, e automaticamente tenho que gostar daquilo, mas tem aquela geração que gostou do Rolling Stones. Adoro músicas novas. Desconheço o que seja conflito de gerações. Esse contato que eu vivo, que me apaixona pelas pessoas, pela escola, pelo que eu faço, é tudo.” São tantas histórias nesses vinte anos de EEBA que daria para escrever um livro. Ele credita muito do seu sucesso, em especial aos professores Luiz Carlos Penteado, Dra. Inayá, Professor Gorla, Professor Marcelo e aos demais professores e funcionários. Com os professores o comportamento é de professor. “Não sou autoritário, não imponho nada para ninguém . Eu peço.”<br /><br /><strong>De novo Pelé </strong></div><strong><div><br /></strong></div>Malaspina conta que além de seu pai Antonio, deve tudo ao professor e diretor da escola de Tabatinga, Dirceu Sgarbi. “Ele foi ao meu pai e disse a ele que nós não podíamos parar de estudar, pois tínhamos capacidade para seguir em frente. Ele era uma pessoa que cuidava das famílias, por que era um homem respeitado. Professor e diretor, era uma pessoa muita culta. “Tenho ele como um herói. Quando conclui o magistério ele foi novamente até o meu pai e disse que nós iríamos fazer faculdade. Naquela sala de magistério que eu sai em 1969 havia 22 alunos apenas. Era a seleção da cidade, sendo 4 de Nova Europa”. “O contato com esses colegas continua, tanto que em dezembro comemoramos 40 anos de turma. “Não deixo essas coisas se perderem. Entre os colegas há o Benedito Farto, diretor da escola de Nova Europa, Osmar, meu irmão, que é pesquisador-cientista e professor da Unesp de Rio Claro. Outros tantos espalhados por várias cidades, graças a esse diretor que nos encaminhou. Isso tudo com sacrifício”, conta ele sem se lamentar. Através do professor e diretor Sgarbi foram prestar vestibular em Bauru, e depois os ajudou a alugarem uma república. “Como um verdadeiro pai, o diretor foi até Bauru. Alugou a casa. Deixou tudo certo para a gente. Fiz ciências biológicas porque o professor Dirceu achava, na época dele, que a ciência iria ser o “boom” do mundo. Ele nos dizia que se fizéssemos ciências iríamos ter emprego. Todos fizemos biologia.” Malaspina disse que é difícil encontrar alguém como o professor Sgarbi, além de seu pai. Uma pessoa que te acolhe e encaminha. “Ele ia de casa em casa como um médico de família. O filho dele é um famoso cirurgião plástico”.<br /><br /><strong>Menino de pés descalços </strong><div><strong><br /></strong>Osvaldo Carlos Malaspina, 58, nasceu em Tabatinga – SP. Morava numa colônia. A família descendente de italianos, a mãe Graziela Giansanti e o pai Antonio Malaspina. “A gente morava na roça e saia aquele bando de molecadinha. Um ia passando na casa do outro. Vínhamos de pé descalços, bornalzinho de pano, pois não tinha saquinho plástico para colocar os cadernos. Quando chovia o caderno ficava ‘inchado’ e a gente tomava bronca da professora.” Ele se lembra que os cadernos que eram levados para casa eram os de tarefa. “Quando a gente fazia tarefa à noite, ficava com o nariz preto por causa da lamparina. Nunca esqueço disso. Para tomar banho, de bacia, era preciso esquentar água na chaleira no fogão de lenha e bebíamos água de poço. Isso em 1959.” Em 1960 o pai Antônio não se desfez do sítio e compra uma casa na cidade. Os quatro meninos precisavam estudar. O pai não queria que os filhos se tornassem caipiras a vida inteira e os levou para estudar. “Só o mais velho dos irmãos, Odilo, apesar de morar na cidade, toma conta da roça até hoje.” Malaspina se recorda que Tabatinga ainda era cheia de estradas de terra, onde frequentemente carros, como os do padeiro, atolavam. Uma de suas mais queridas lembranças remete a um rádio comprado pelo tio José para ouvir os jogos da Copa do Mundo de 58. “A casa era de madeira. O chão de terra batida. E ele comprou um rádio que era do tamanho de um frigobar. Cortou um toco de eucalipto e pós o rádio em cima. A pilha para se ter uma idéia era do tamanho de uma bateria de caminhão. A sintonia do rádio era uma rodela imensa com barbante. Mas o aparelho não pegava bem. Pegava o início do jogo. Sumia. Depois pegava a metade do jogo e depois o fim. Jogava Brasil e Tchecoslováquia. Brasil e Hungria. Eu escutava falar dos times estrangeiros, mas sem saber o que era aquilo.” Mas o mais interessante da história era que ele, que sempre havia morado numa colônia italiana, nunca havia visto um negro. “A gente naquela época não vinha para a cidade. Falava no rádio de um tal de Pelé, fenômeno da época. Marcava muitos, muitos gols. A gente ouvia. Para nós o Pelé era branco como nós. Em 1959 entrei na escola e apareceu o Pelé na figurinha de bater bafo. Nunca tinha visto. Tivemos que trocar um saco de mexerica com a figurinha, pois meu pai não nos dava dinheiro, para mostrar para minha mãe, hoje com 90 anos, quem era e como era o nosso ídolo Pelé”. Tabatinga criou o magistério. O científico mais perto era o EEBA. “Sessenta e dois quilômetros de terra. Impossível de se frequentar. O magistério era a nossa chance. Aproveitamos”.<br /><br /> </div>(Publicado nodia 30 de agosto de 2009)Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-82954588390343098382011-01-28T20:11:00.000-08:002011-01-28T20:14:48.243-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOEBc02nU-fzLI7jd3EJod_V7ROu_0ELNudkKoen6fnGLKD1kWisIg7pa_k3jenqMBNFE6BwRTr-WZv9rYaKrzSaJL3VPBfayQUahOcL1B2DJSkRbcA4NPIWMhvfX9Us41jgqlgEQfSOs/s1600/imagem13-300x198bi.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 198px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567456087576769586" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOEBc02nU-fzLI7jd3EJod_V7ROu_0ELNudkKoen6fnGLKD1kWisIg7pa_k3jenqMBNFE6BwRTr-WZv9rYaKrzSaJL3VPBfayQUahOcL1B2DJSkRbcA4NPIWMhvfX9Us41jgqlgEQfSOs/s400/imagem13-300x198bi.jpg" /></a><br /><div><span style="color:#006600;"><strong><span style="font-size:180%;">Desisti do Big Brother e daí?</span></strong><br /></span><br /><em>O que levou um homem bonito, charmoso e até com torcida organizada a abandonar a oportunidade de ficar nacionalmente famoso e desperdiçar a chance de ganhar um milhão de reais? </em></div><br /><div></div><br /><div>A notícia de que estava desistindo de um “reality show”, como o Big Brother, fez surgir inúmeras dúvidas na cabeça de milhões de brasileiros. E com essas dúvidas, críticas, muitas críticas: quem ousaria dar às costas para um programa onde se pode ganhar um milhão? Quem desperdiçaria uma galinha dos ovos de ouro? Um lunático? Um cara cheio de frescura? Um arrogante antipático? Um riquinho metido à besta? Essa ainda, depois de quase um ano e oito meses da oitava edição, é uma dúvida que muitos araraquarenses têm. Para relembrar a história, o administrador de empresas, Gregor Ferreira, 35, substituiria o professor de educação física Gustavo, que contraiu rubéola, mas pediu à produção do programa para se retirar da disputa. Essa decisão bastou para gerar todo tipo de polêmica em cima da vida do rapaz. Ele que é formado em administração de empresas pela Uniara, conta que é um araraquarense da gema e que sempre morou e estudou na cidade. Indagado sobre a fama de ser antipático, ressalta que isso deve ter surgido na época de Big Brother, quando algumas pessoas colocaram isso na mídia. Como ninguém é obrigado a depor contra si mesmo, o administrador explica que isso também se deve ao fato de ser uma pessoa um pouco mais reservada. “Por ser um pouco mais fechado, às vezes, pode parecer que eu seja um pouco antipático, mas tenho certeza que as pessoas que me conhecem, e convivem comigo pensam o contrário”, defende-se.<br /><br /><strong>Cobrança </strong></div><div><br />Com a desistência, Gregor conta que foi muito cobrado. No hotel, sem contato com o mundo externo, ele não fazia idéia do que estava acontecendo. Na hora que saiu sofreu um grande impacto. “Araraquara não é uma cidade tão grande. No início foi meio complicado. Inclusive, você é julgado por coisas que não existem.” Para se ter uma idéia, até a vida dos vizinhos é transformada. “O que é mais impressionante disso tudo é a velocidade da mídia, de informação e do que as pessoas ficam sabendo. O pessoal vai atrás até de seus vizinhos. Só Deus pode me julgar. Houve milhões de calúnias sobre a minha vida, a respeito do porquê da minha desistência”. Embora não se arrependa, ele até lamenta por ter de alguma forma decepcionado os amigos. “Todo mundo quer te ver na televisão.” Até que foi recorde de indisciplinas no Tiro de Guerra acabou sendo lembrado. Rindo, ele não nega o fato, mas adianta que como teve que ficar mais um tempo recebeu um título de honra ao mérito. Ele avalia que se tivesse ficado, claro que sua vida momentaneamente teria mudado. “Convites para festas e eventos. Valorizo as pessoas que saem do programa e dão continuidade, que têm potencial para isso e prossegue fazendo coisas boas. Não me arrependo de ter me exposto”, diz acrescentando que as pessoas que o criticam não o conhecem verdadeiramente. Nessa história toda o que mais o emocionou foram as pessoas humildes que encontrou em locais como supermercado e que fizeram questão de conhecê-lo e lhe dizer que queriam torcer por ele. “Isso me tocou, mas você lá dentro não sabe o que estão fazendo de mídia.” Ao final da entrevista passamos a achar que o jeito que parece arrogância é na verdade segurança e, afinal de contas, ser bonito não é pecado. Dar as costas para um Big Brother sim. Mas essa decisão não é para qualquer um. É para Gregor Ferreira.<br /><br /><strong>A verdadeira história </strong></div><div><strong><br /></strong>Gregor conta que quando tudo aconteceu estava passando por um momento conturbado de sua </div><div>vida, principalmente o problema da doença de seu pai. Ele conta que a inscrição nem foi feita por ele. Tudo foi por intermédio de uma prima. “Bolou todo o negócio e eu somente coloquei no correio. Isto foi uma história até muito engraçada, pois um dia estava no escritório trabalhando e resolvi dar uma olhada no site e tinha a ficha de inscrição do Big Brother. Como um curioso qualquer resolvi dar uma olhada nas perguntas que faziam. Nesse momento minha prima me ligou. Perguntou o que eu estava fazendo. Sugeriu que eu imprimisse as perguntas. Ela assistia ao programa mais do que eu. Ela acabou me ajudando a responder algumas perguntas específicas do programa. Depois para montar o vídeo para a inscrição, ela me filmou em casa falando um pouco de mim. A única coisa que fiz foi colocar no correio. O vídeo ainda ficou esquecido em cima da mesa durante quase um mês antes de ser enviado.” Cadeira elétrica Em dezembro de 2007, o chamaram pela primeira vez. Foi para o Rio de Janeiro para uma série de entrevistas. “Acredito que me dei bem, porque se a pessoa quiser tentar o Big Brother não basta fazer um vídeo e escrever bonitinho no papel. A prova final desse pessoal, dessa produção e diretores do programa, como o Boninho, é no dia. O que chama de “cadeira elétrica”, pois nos bombardeiam com uma série interrupta de perguntas de vários tipos. Fotógrafos, câmera, enfim a Rede Globo em cima de você. Quem não está acostumado com isso acaba se intimidando. Acho que nesse momento é que a pessoa passa ou não passa.” Ele passou. Desencanado com a história de Big Brother, Gregor recebeu mais uma ligação da produção do programa. A definitiva. Ficou durante seis dias confinado num quarto do hotel Copacabana. Sem contato algum com o mundo externo, sem janelas. Sem esse contato com o mundo externo, Gregor teve tempo para refletir se era realmente isso que queria. “Lógico que dinheiro e fama todo mundo quer. Agora minha dúvida era se eu estava realmente disposto a ver a minha intimidade em rede nacional. Esta dúvida persistiu desde o segundo dia. Fiquei seis. Isso mais o problema na família. Acho que não era a hora certa para eu estar lá me expondo.” Pediu para sair. E foi atendido<br /><br /><strong>Um pouco de Gregor </strong></div><strong><div><br /></strong></div>Hoje Gregor Ferreira gerencia alguns negócios de seu saudoso pai, Gumercindo Ferreira, no ramo de imóveis, além de ser sócio da empresa ABP Eventos, responsável pelas famosas festas da Boss Party. Filho de Helenice e do saudoso Gumercindo. Irmão de Greice e tio de Luca. Namorado da Daniela. A família para Gregor é base de tudo. Um porto seguro. “É onde você se estabiliza, onde você segue o caminho correto. Segurança. É tudo”, diz convicto. Praticante de boxe, frequenta a Academia Arara Azul e não está fora de cogitação participar futuramente de competições. A prima que o acompanha nessa entrevista brinca dizendo que uma das coisas que o moço mais gosta de fazer é “encher o saco”. Ele ri, negando e acrescenta que aprecia as coisas que a maioria das pessoas gostam que é passear, viajar, namorar, sair e convidar os amigos para a sua casa. “Sou bastante eclético”. Gregor é um dos responsáveis pela Boss Party, uma festa dividida em duas partes: a White que acontece em março e a Black em agosto, que está no quinto ano e que cresce a cada nova edição. É um evento onde as pessoas têm que ir de branco, e com isso movimenta o comércio da cidade, além de empregar quase uma centena de pessoas. “Esperamos trazer muitas novidades na festa dos cincos anos, que deve acontecer no início do próximo ano”.<br /><br /><strong>Lição de vida </strong><div><strong><br /></strong>O saudoso pai de Gregor, Gumercindo Ferreira, sempre foi um herói para ele. “Até o final da minha vida, com certeza. Vou seguir os pensamentos dele”. A Chaban foi uma das maiores fábricas de Araraquara, mas acabou fechando. “Esse negócio da Chaban foi fantástico, fez muita coisa boa para Araraquara, além da Chaban, ele era delegado da Fiesp trazendo várias benfeitorias para a cidade, como o terreno para o Sesi. Ele sabia sempre a hora que teria que parar. “A fábrica era conhecida nacionalmente, tanto que o Paco Rabanne, famoso estilista, nos licenciou para fabricar as calças dele no Brasil.” O administrador explica que com a abertura da importação na época do Collor, os produtos subsidiados da China devastaram não só a Chaban, mas várias empresas como as da cidade de Americana (SP), por exemplo. “Então, acredito, que meu pai fez a coisa certa na hora certa fechando a fábrica. Não tínhamos como concorrer com esse pessoal”. Ele diz com imenso carinho que a maior lição que seu pai lhe deixou foi a honestidade. Quanto a Araraquara, Gregor diz que simplesmente adora a cidade. “É uma cidade fantástica e logisticamente falando muito interessante. Acredito muito neste novo governo com Marcelo e Valter. Tenho acompanhado e estou vendo que estão fazendo o marketing que Araraquara precisava e se Deus quiser vou morar aqui o resto da minha vida. Se eu puder, vou fazer alguma coisa que Araraquara que traga algo benéfico para a cidade. Acredito que daqui a uns cinco anos essa cidade vai ser a bola da vez.” O administrador de empresas conta que ainda tem muitas coisas para fazer, principalmente na área de eventos e também no que se refere a um projeto que está analisando. “Este projeto vai ajudar bastante esta cidade onde meu pai nasceu, cresceu, produziu e onde também quero fazer o mesmo. Tenho muito gás para queimar ainda”, promete. </div><div> </div><div>(Publicado em 6 de setembro de 2009)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-34462993539162714742011-01-28T20:08:00.000-08:002011-01-28T20:11:15.178-08:00<span style="color:#cc0000;">Foto-João Ferraz<br /><br /></span><strong><span style="font-size:180%;color:#cc0000;">Eulália Schiavon<br /></span></strong><br /><br />As meninas batizadas com o nome de Eulália demonstram uma forte personalidade. Se depender de Eulália Schiavon, isso é fato. Seu nome significa “bem falante”. Ela faz jus. Aos 83 anos muito bem vividos, conta que mora na mesma casa onde nasceu, na Avenida José Bonifácio. É filha de duas raças danadas, como ela diz: italiana, por parte do pai, Antônio Schiavon, e espanhola do lado mãe, Josepha Rodrigues. Ele de Treviso e ela de Benbible. “Mas sempre se deram bem”. Foi no esporte, como professora de Educação Física formada em 1945 pelo Curso Superior de Educação Física – Escola de Educação Física e Desportes de São Paulo (atual USP) que se encontrou, que fez amigos para a vida toda. “Para bem viver, nada melhor que uma boa atividade física que a educação física e os esportes proporcionam”, ensina ela que foi campeã de atletismo e arremesso de disco. Na época em que estudava em São Paulo, jogou basquete pelo São Paulo, vôlei, além de várias disputas no atletismo nas provas no Tietê. Modesta, não se dá conta de ajudou a escrever um capítulo na história do esporte em Araraquara. Possui inúmeros diplomas e certificações. A grande maioria ligada à área esportiva, como técnicas de bola ao cesto e natação. Sua grande alegria foi ver a evolução do esporte, principalmente no interior, que hoje é um celeiro de grandes craques. Assim, como professora de educação física, Eulália atuou durante 33 anos. Passou praticamente por quase todos os colégios da cidade, como Duque de Caxias, São Bento, Industrial, Ginásio da Vila, Progresso e, em Matão, durante 16 anos. Para os que estão se iniciando na carreira ela lança mão de uma citação do livro de Michel Quoist: “Depois de ter andado bastante, olhe para trás. Olhe o caminho percorrido e você compreenderá porque Deus tinha especialmente reservado para você essa estrada, então, sem reserva nenhuma poderá dizer- lhe ‘obrigada, Senhor!’.<br /><br /><strong>O Departamento </strong><br /><br />Eulália conta que na década de 50, os ginásios não tinham quadra, assim se juntavam para fazer educação física no Departamento Municipal de Educação Física (hoje Escola Industrial). “Dessa junção foi que nasceu a Festa da Ginástica. Eulália e Julio Mazzei iniciaram a festa modestamente. Era o ano de 1951. “Desde o início propusemos a apresentar não só o fruto do nosso trabalho diário,como também o que havia de melhor no país. Senti de não fazer a 10ª edição. Tínhamos que contar com colaboração, mas não houve interesse de outros professores que achavam a festa muito trabalhosa.” Com a decisão de não se realizar a Festa da Ginástica, partimos para um festival de danças típicas de várias nações. Eu tinha feito alguns cursos internacionais sobre folclore de outros países e aproveitei aquele material para organizar o festival. Junto com as professoras Darci Brunetti e a Célia Janotti.” Revolução Nessa quadra do Departamento passaram grandes atletas como Armando Garlipp, Duque, Dario Gonçalves, Fernando de Oliveira Rocha, Edmilson Laurini, Ari Vargas, entre outros jogadores de basquete que se tornaram famosos como Tales Monteiro, Rosa Branca e Paulo Carvalho, que chegaram à Seleção Paulista e à Seleção Brasileira, disputando as Olimpíadas. Quanto à Educação Física, Eulália conta que foi um período revolucionário, pois, naquela época, o método oficialmente adotado no Brasil era o francês, porém este apresentou muitas falhas, tanto que os soldados franceses na Segunda Guerra Mundial provaram que o preparo físico nos combates deixou muito a desejar. Assim a França inovou e o Brasil também. O Estado de São Paulo foi o pioneiro, lançando os ‘Cursos Internacionais de Aperfeiçoamento Técnico e Pedagógico de Educação Física’, deles participando professores de todo Brasil. Recebemos os melhores mestres internacionais, vindos da França, Suécia, Áustria, Estados Unidos, Argentina. “Desse período em diante a educação física deu uma guinada de 180º graus.”<br /><br /><strong>Jogos de Inverno<br /></strong><br />Eulália fala dos famosos Jogos de Inverno. “Eram disputados basquete e handball, onde fomos os pioneiros dessa modalidade na cidade. Quanto aos Jogos da Primavera, foram iniciados em 1962. “No 25º Jogos conseguimos o recorde de participantes- 4 mil atletas, numa só modalidade, o voleibol- quatro mil inscritos. “ Em 91 foi comemorado o Jubileu de Prata. Não se disputava apenas na cidade, mas abrangia toda região. Após a aposentadoria do prof. Horácio, os Jogos ficaram sob o comando do prof. Urias Braga Costa, que passou por várias fases: de jogador a técnico e a organizador. Sucedeu Urias, o prof. Fábio Tadeu Reina. Atualmente a Fundesport responde pela realização dos Jogos. Eulália participou como assistente na Olimpíada do México( 68); Munique(72); Montreal (76); Moscou (80). Ao longo de sua trajetória recebeu vários prêmios e homenagens, a última, em 2007, quando recebeu o título de honra ao mérito de autoria do vereador Elias Chediek. Quanto aos amores ela, que é solteira, fala seriamente que amou a bola. “Não tenho vocação para casamento, mas a família é a base sólida de nossas realizações”.<br /><br />(Publicado em 14 de stembro de 2009)<br />Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-28798004758914159192011-01-28T20:03:00.001-08:002011-01-28T20:06:29.082-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_uO6qLdH7ZZS2iFnflsIKhrkTrkgJ88KPo_uIeOXEjPzzevqxCQpLDX3ptHgfpxAAGjoAj91bvohKW2DmD-vh7tuoE5hGt_BAMgWrK_x4cO1jhr4A8xBrdj2bJTu6fhopLtbj4i1ms3k/s1600/Imagem11-300x200gi.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567454359349291314" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_uO6qLdH7ZZS2iFnflsIKhrkTrkgJ88KPo_uIeOXEjPzzevqxCQpLDX3ptHgfpxAAGjoAj91bvohKW2DmD-vh7tuoE5hGt_BAMgWrK_x4cO1jhr4A8xBrdj2bJTu6fhopLtbj4i1ms3k/s400/Imagem11-300x200gi.jpg" /></a><br /><div>Foto-João Ferraz<br /><br /><strong><span style="font-size:180%;">Gilio e Gilberto: mais de 40 anos dedicados ao cultivo de hortaliças<br /></span></strong><br /><br /><em>Pai e filho já cultivavam a horta orgânica num tempo em que não se falava no assunto; houve épocas difíceis, mas o amor pela terra sempre falou mais alto<br /><br /><br /></em>Muitos se lembram do Faim, chácara que surgiu a partir de uma divisão de terras entre herdeiros. Aquele era um tempo em que os meninos podiam se embrenhar mato adentro e viver a grande aventura de ‘roubar’ algumas bananas, em que era uma delícia passar por pequenas pontes e chegar até a próxima horta. Tempo em que a atual rodoviária não existia. Era ainda a chácara dos Mauros e as atuais duas pistas que dão acesso à rodovia eram uma única. No meio dessa história, vamos encontrar dois bravos personagens que assistiram todas as transformações da região: Gilio Jacinto Cardoso, 81, e seu filho Gilberto Domingos Cardoso, 54. Voltando algumas décadas no tempo podemos observar Gilio cultivando caprichosamente uma horta para Zé Segura, que tinha um cunhado, o Zé Faim, o qual ficou encantando ao conhecer o trabalho do horticultor. Faim confidenciou a Gilio que na mesma região herdaria parte de uma área de uns cinquenta alqueires, e que a terra ainda não estava dividida, mas mesmo assim prometeu ao horticultor que assim que essa divisão acontecesse o buscaria onde estivesse para que cultivasse a sua parte. E cumpriu. Gilio estava em Fernandópolis quando recebeu uma carta o convidando. Depois da divisão, os herdeiros arrendaram as terras. Muita gente plantava. Oito anos depois, Faim decidiu vender suas terras. Mas o novo proprietário não os mandou embora e Gilio continuou com a horta que, aos poucos e cada vez mais, foi diminuindo. Dos cerca de seis alqueires, hoje cultivam 7 mil metros quadrados. “Havia plantações, frutas. Isso aqui era a coisa mais linda”, relembra Gilberto. “Sobrou um pé de caqui, mais velho que eu”. Gilberto que trabalha ombro a ombro com o pai, tinha 9 anos quando vieram morar na chácara próxima ao Córrego do Ouro. Não existiam casas, nem ruas. Mas avisa que não é patrão. São parceiros. Sobreviventes A pavimentação da região representou ao mesmo tempo o céu e o inferno para a família. Por um lado passaram a ter mais clientes, pois o acesso à horta ficou mais fácil, mas por outro ângulo, a abertura de novas ruas acabou com o córrego que passava pela chácara. Foi uma fase difícil, muito difícil, mas um amigo veio com a solução: a construção de um poço. Parece que num piscar de olhos surgiu a rodoviária, o local em volta da horta foi se transformando em loteamentos, ruas foram abertas, bairros como São Jorge, Gaivotas e Arangá foram formados. Hoje sobre a cabeça dos horticultores paira o monstro da insegurança e da incerteza: até quando vão poder ficar no local que cultivam há mais de 40 anos? Mas acham que valeu à pena. Conseguiram construir uma casa ao longo dos anos, mas não possuir o lugar que cultivam é um medo constante. Enquanto isso, a vida segue em sua rotina. ‘Seo’ Gilio acorda cedinho, às 6h30 já está na horta, o filho, um pouquinho depois, às 7 horas. O trabalho nunca para, se não tem freguesia, pode– se preparar canteiros para as futuras hortas, por exemplo. Gilberto conhece a área que um dia foi uma grande chácara como a palma da sua mão. Vai apontando o local em que morava antes de vir para o então Faim. Dá para ver, pois era ali nas proximidades. “Tinha três anos. Gilio e Gilberto. Gilberto e Gilio. Pai e filho. Filho e Pai. Respeito. Cumplicidade. Amizade. Unidos por um mesmo amor: cultivar os frutos da terra.<br /><br /><em>A chácara aos poucos foi sendo engolida por loteamentos, mas a horta cultivada por Gilio e Gilberto ainda sobrevive </em></div><br /><div><br /><strong>Horta orgânica </strong></div><strong><br /><div><br /></strong></div>Num tempo em que nem se ouvia falar de orgânico, Gilio e o filho já utilizavam somente esterco no cultivo das hortaliças, ou seja, não usam pesticidas nem agrotóxicos. Assim o freguês que ingere os produtos dessa horta sabe que não está comendo nenhum componente tóxico. “Usamos esterco natural para não estragar a terra. Evitamos ao máximo de passar veneno”. Também, aos poucos foram sendo orientados a fazer um viveiro de mudas que tratam como se fossem bebês até serem transplantados na horta. O resultado desse esforço pode ser observado na qualidade do que ali é cultivado: imensos maços de couve, rúcula, almeirão, alface, chicória, beterraba, cheiro-verde, agrião e banana. Tão perfeitos que enchem os olhos. E a prova disso é a grande freguesia que se forma, principalmente aos sábados pela manhã, quando é necessário ajuda extra para atender tanta gente. É até preciso dar senha para não haver confusão, mas as pessoas quando não desistem, fazem da espera uma grande sala de conversa. E são consumidores fiéis, tanto que dizem que se um dia a horta fechar, por um ou outro motivo, não terão outra alternativa a não ser fazer um abaixo-assinado.<br /><br /><strong>Se valeu à pena? </strong><br /><div><strong><br /></strong>Gilio Cardoso é natural de Américo de Campo, SP, próximo a Tanabi. Nasceu numa casinha de sapé que tinha dois cômodos. “Era que nem a casa do João-de-barro”, ri o horticultor que desde criança gostou de trabalhar com a terra. Casou-se com Margarida com quem teve dois filhos: Maria Goretti e Gilberto. Maria trabalhou durante muito tempo na horta, só parando por conta de um problema de saúde; e Gilberto, casado com Tereza e pai da Gisele e do Gilson, hoje com 54 anos, trabalha com o pai desde a mais tenra idade. Considera seu trabalho na horta um ramo muito difícil nos dias atuais. Ele conta que os filhos não são envolvidos com a terra como ele e o pai, e até agradece por isso. Ele conta que antes do filho Gilberto nascer, trabalhava em Araraquara. Foi embora, mas depois, em 1954, voltou. Em 1960 foi para Fernandópolis. Em 1965 retornou para Araraquara onde está até hoje. São 44 anos. De aparência frágil, o corpo magro de Gilio, 81 anos, destoa das mãos grandes, fortes e calejadas que parecem conter toda a energia do mundo. Ele ri gostosamente quando perguntamos de onde tira tanta força para trabalhar. De toda essa região sou o mais velho. Os herdeiros venderam, os parentes mudaram ou morreram. Ele revela que construíram a casa onde moram em cima do alicerce da casinha antiga. “O alicerce da casa tem quase cem anos”. Se valeu à pena trabalhar na terra todos esse anos? “Valeu à pena… que você pega reumatismo e prejudica a coluna”, diz Gilio ao mesmo tempo em que mostra orgulhoso uma foto de uma tataraneta. “Minha quarta geração”. E sobre o que espera daqui para frente, brinca dizendo: “Não quero mais nada não, só espero a sepultura”. Mas revela que a perda da esposa, companheira de uma vida inteira, falecida há um ano, o entristeceu demais. Ficou um bom tempo depressivo, mas a lida na horta o salvou, pois ali ele não cultiva somente hortaliças, cultiva também a sua vida.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />(Publicado em 27 de setembro de 2009)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-49314630974473984432011-01-28T19:59:00.000-08:002011-01-28T20:02:16.234-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOBgN3oQCus5tJ3D8LowBNnDviMzlRylEq-8wfij99vH05WI9AGl9ysc-_Fatdv97cLD2v8jCNTQ90iBD5xKeKhUH1rxgCciPFaJNCG2k-P4Z5h1DdXYhREq52wBjbQruH880GnyhOubE/s1600/capa.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 193px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567453118926406850" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOBgN3oQCus5tJ3D8LowBNnDviMzlRylEq-8wfij99vH05WI9AGl9ysc-_Fatdv97cLD2v8jCNTQ90iBD5xKeKhUH1rxgCciPFaJNCG2k-P4Z5h1DdXYhREq52wBjbQruH880GnyhOubE/s400/capa.jpg" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;">Zezé Bellini: sua voz é sua identidade</span></strong><br /><br />A carreira da araraquarense, nascida lá pelas bandas da Vila Xavier, Zezé Bellini, foi iniciada direto na televisão. Era 1979. Na TV, Morada do Sol. Na infância, uma menina sapeca, falante, curiosa e que fazia muitos amigos. Na escola, já fazia declamações e recitava poesias. Já adulta começou a trabalhar como administradora de empresas, gerente de uma financeira. Até que um dia, estando de férias, foi levar uma sobrinha para um programa infantil na TV Morada quando encontra Alceu Patrício de Almeida Santos. “Ao me ver no corredor ele disse que era eu quem estavam procurando. Pensei: não sou fugitiva da polícia, nem nada. Ele chamou o diretor Valdemar de Morais e reafirmou que eu fazia o tipo de comunicadora que estavam procurando. Alceu sugeriu que eu fizesse um teste, pois ele me conhecia e acompanhava os meus trabalhos no Colégio Progresso. Passados uns dois dias fui fazer o teste. Me assustei quando fiquei sabendo que era para televisão. Tinha 26 anos. Havia meninas lindas. Tinha até uma Miss 22 de Agosto”. No teste de leitura de texto e voz (locução) nem chegou a terminar, pois o diretor pediu para que não continuasse. “Achei que tinha reprovado, mas ele disse que estava ali o tipo de voz que queria. Agora vamos fazer o vídeo. Ele aprovou dizendo que parecia que eu havia nascido junto coma câmera”. De tudo um pouco Zezé ficou na TV durante sete anos e meio. Ali apresentou jornal, programa infantil, sinopse de filmes, receitinhas. Até que foi para o rádio. Fazia os dois segmentos. Até que Geraldo Polezze a chamou para a Rádio Cultura em 1983, onde apresentava jornal com o Polezze, Antonio Carlos Araújo, reportagens de rua e programa de variedades. Sua primeira reportagem na rádio foi com o prefeito Clodoaldo Medina. </div><br /><div></div><br /><div><strong>Repórter de rua</strong></div><br /><div></div><br /><div>Trabalhou com José Carlos Magdalena durante oito anos como repórter de rua. Noticias às 5, 6 da manhã. Ia atrás de bandido, fazia reportagens pesadíssimas quando trabalhou com o Madalena, onde permaneceu por oito anos repórter de rua, tanto que conhece praticamente todos os bairros da cidade. Zezé conta que adora limpar casa, cozinhar, pegar receitas, fazer pratos diferentes. Corintiana, adora assistir futebol. O filho para ela sempre foi seu grande amigo, seu amor, confidente, companheiro e vice-versa. Têm uma amizade de causar inveja. É um amor que não tem fim, diz ela, que está rindo de orelha a orelha, pois vai ser avó. Brasil FM A morte do irmão, Wagner Bellini, único homem entre muitas irmãs, foi e é algo muito difícil. “A gente rezava e torcia para que ele ficasse bom, curado. Pois se perdesse a voz ele acabaria se entregando e foi o que e aconteceu. É duro, mas Deus sabe o que faz, mas é difícil você entender que isso aconteça com uma pessoa que tinha uma voz maravilhosa, um profissional com tamanha humilde e de repente… perder do jeito que… não é fácil. Faço uma idéia, porque eu me senti sem uma ‘perna’ e sem muleta, sem nada, um dia quando depois de 23 anos que fui demitida, mandada embora da Rádio Cultura. Eu pensava assim: eu vou parar de falar? Você não tem mais espaço em Araraquara, pensava comigo mesma. O mundo caiu pra mim. Achei que não ia mais… Mas sair da cidade, na altura dos acontecimentos, nunca me passou pela cabeça. Foi quando Padre Fernando Fraga e Wagner Luiz me abriram as portas da Rádio Brasil. Fiquei imaginando, então quando eu fiquei sabendo da doença do meu irmão me veio toda essa história, pois eu já estava aposentada e queria continuar trabalhando, falando. Imagina ele, perder a voz. Foi algo lamentável”. </div><div> </div><div><strong>Na raça </strong></div><div> </div><div>Na Brasil FM 104,9 Zezé faz o jornal, das 9 às 11 horas, com o ancora Wagner Luiz, e das 12h30 às 15 horas tem seu programa musical. Nunca teve fono. Nunca fez curso de jornalismo. O de radialismo, sim, por conta do registro. Nunca foi de impostar a voz. “As pessoas dizem que a minha voz continua a mesma. Graças a São Brás, o protetor da voz”. A ex-gerente de uma empresa de administração, Zezé acredita que se não tivesse ido levar a sobrinha Mirela à televisão num programa infantil, lá nos altos dos Britos, naquele dia, correria atrás, pois acredita que o destino já está traçado. “Acho que estava escrito e tem mais, se não fosse locutora iria ser cantora, embora cante nas rodinhas de amigos”. Falar para quem tem o dom é fácil, mas atingir as pessoas com suas palavras é outra coisa. Zezé é assim: tem algo a dizer.<br /><br />(Publicado em 11 de outubro de 2009)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-50638524269876498022011-01-28T19:54:00.000-08:002011-01-28T19:56:58.307-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBEOWgwsokpFwYE6Ac1VdKjSUaJ-PINO85ordd2n7yLXPHnjkJYas-g5zlbjP7kwRh_Ff_KHU929VT1QBsvH8QhmBfItZ7irjkE4giKF-Zvk455lKgQzsRrrc7OhrYq5F7I617ggvI6r0/s1600/imagem67-300x219.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 219px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567451905282714002" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBEOWgwsokpFwYE6Ac1VdKjSUaJ-PINO85ordd2n7yLXPHnjkJYas-g5zlbjP7kwRh_Ff_KHU929VT1QBsvH8QhmBfItZ7irjkE4giKF-Zvk455lKgQzsRrrc7OhrYq5F7I617ggvI6r0/s400/imagem67-300x219.jpg" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;">Deodata a dada por Deus<br /></span></strong><br />A voz grave e a figura imponente ainda continuam as mesmas, mas o desabafo de que ficar parada é duro revela que essa mulher ainda tem muita energia para gastar. Ela continua ‘brava’ no sentido de guerreira, ávida por ir atrás das coisas e um pouco melancólica por não estar exercendo nenhuma atividade. Deodata fez história. Em 1983 foi a primeira vereadora eleita em Araraquara. Em 88 e na década de 90, respectivamente, foi reeleita. No governo Massafera foi secretária da Promoção Social até 96. Para Deodata (PMDB), ser eleita em 83 teve um sabor muito especial. “Foi uma grande vitória, porque vivíamos no meio do machismo. Tivemos outras mulheres candidatas, mas com a minha eleição, me senti representando todas as mulheres de Araraquara. Procurei realizar um trabalho bem consciente e saber o que estava fazendo na Câmara”. Ela que sempre foi de abraçar causas nobres revela que até poderia voltar a trabalhar caso lhe oferecessem alguma coisa, mas que não pretende mais se candidatar,pois as coisas agora estão muito diferentes. Ela conta que nasceu em Cravinhos, mas aos sete anos veio morar em Araraquara. “Como morava em fazenda, fui interna no Colégio Progresso durante muitos anos. Depois de casada continuei meus estudos”. Em todos esses anos, Deodata diz que nunca foi tratada com discriminação pelo fato de ser mulher. “Eu me misturo no meio deles. No meu trabalho como política nunca sofri nenhum tipo de discriminação. Pelo contrário, sempre fui muito respeitada”. Acredita que a mulher diariamente deve olhar nela mesma para poder se gostar e gostar do que faz. “Gostar dos filhos, do marido, da casa e procurar junto à população (no caso da política) mostra aquilo que você sente. Tem dia que temos que pensar o seguinte, apesar de todos os pesares, se tivermos um sorriso nos lábios, levamos em frente qualquer coisa, principalmente, pensando em Deus, pois tudo que nos leva é Deus. Por isso, é necessário ter muita força de vontade de para ajudar as pessoas”. Deodata já recebeu diversas homenagens, a última foi no Sesc, no Dia da Mulher. Deodata Leopoldina Toledo do Amaral, ou melhor, Deodata do Amaral, Sempre trabalhou com a população, desde 1954, quando era funcionária da USP no Serviço Especial de Saúde. “Meu contato era direto com a saúde pública e isso fez com que a gente orientasse o povo. Estávamos percebendo que era preciso alguém para ‘cuidar’ de uma população que, naquela época, era muito pouco observada”, diz ela acrescentando que uma de suas áreas de atuação era o meretrício. “Quantas vezes não encontrava conhecidos por lá”, brinca. Quando se aposentou, em 78, foi convidada pelo prefeito da época, Clodoaldo Medina, para se filiar ao PMDB. “Disse-lhe que poderia sair pelo partido, mas lhe deixei bem claro que a cidade precisava de um cinturão de saúde e que somente o Serviço Especial de Saúde não era o bastante”. Conta que seu trabalho foi nos bairros periféricos, como o Jardim das Estações e Parque das Laranjeiras, onde não havia água nem esgoto e onde as crianças brincavam em águas fétidas. “Disse ao Medina que gostaria de fazer mutirões em convênio com o Daae e a população para a implantação de água e esgoto nesses bairros. Deu certo”. Para esse trabalho ela não poupou sábado, domingo ou feriado. E Deodata sempre contou com o apoio da família. “Meus filhos compreendiam. Se eu não tivesse o consenso da família, eu não entraria”. Ela se emociona ao lembrar-se dessa época quando ficou conhecida como a mãe dos pobres e chora comovida. </div><br /><div></div><br /><div><strong>Ser vereador</strong></div><br /><div></div><br /><div>Para ela, que nunca se considerou assistencialista, ser vereador não é somente fazer lei e fazer o povo cumprir, se você não der um apoio ele não melhora nunca na vida e não é apoio em dinheiro, mas sim em orientação. Quando eu conseguia leite sempre exigia alguma coisa em troca, como por exemplo, a mãe cuidar melhor da criança”. Hoje aos 80 anos e prestes a completar 60 anos de casada, Deodata, mãe de 4 filhos: Zé Luiz, Lucia, Silvia e o professor da UNESP Luiz Augusto, que seguiu os caminhos da mãe na política saindo candidato a vereador em Jaboticabal (ficando como suplente) diz que na política está faltando muita coisa, principalmente, mais amor. “O político não pode ficar ali naquela dureza tem que ter coração se não, não faz nada”, diz a senhora que faz jus ao nome de batismo, cujo significado quer dizer: dada por Deus.<br /><br /><strong>Homenagem </strong></div><br /><div><br />Teu nome já é especial: dada por Deus. Em nenhum momento duvidei disso, a cada instante em que saio na rua e converso com alguém, encontro suas construções. Não são construções mensuráveis em valor monetário, são de outros tipos. Construções que foram realizadas nas vidas de milhares de pessoas. Sei que não exagero pois quando digo quem é minha mãe as pessoas sempre contam alguma boa obra feita por você na vida delas. São construções que agradam a Deus, pois dão graças a Ele através da sua vida. Você é engenheira, arquiteta e decoradora de Deus. Engenheira eu vi quando participei de seus mutirões levando água a tantos bairros necessitados desta cidade. Várias vezes assisti a festa dos moradores quando finalmente a água chegava a essas casas. Engenheira de Deus, quando nas enchentes ,saia de madrugada depois de arrumar lonas e ajudantes cobria a casa dos necessitados. Arquiteta no planejamento destas obras, que realizou inspirada por Deus. Decoradora eu vi quando fazia brotar no rosto das pessoas um sorriso de alegria mesmo no dia a dia a tão sofrido. Aprendi com você, mãe, assistindo as pessoas te acolherem com sorrisos e abraços em qualquer lugar, e vendo a alegria mútua quando compartilhava um pouco da vida delas. Além disso, fez mestrado quando me acompanhou nas desconstruções e reconstruções da minha vida. É doutora em amor conseguiu no difícil ano de 2002, quando candidata a deputada estadual enfrentou comigo uma doença tão terrível, batalha da qual saímos vitoriosas, juntamente com mais duas doutoras em dedicação, D. Sinira e tia Minerva. Nesse ano você ficou como suplente ao cargo de deputada, mas foi empossada como a pessoa mais forte que conheci, pois ficou comigo nos dias mais difíceis que já enfrentei na vida e nem por um momento desanimou. Com você aprendi a amar meu filho com liberdade e alegria. Deodata – Dada por Deus – você foi a minha primeira casa, me traz grande felicidade e só quero que a luz de teus olhos continue a brilhar. Sempre. (Com honra e amor, Silvia, tua filha). </div><br /><div></div><br /><div>(Publicado em 12 de abril de 2009)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-60521435730021993472011-01-28T19:47:00.000-08:002011-01-28T19:50:11.385-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhynlV23yEyuPSrIUETsQfTnT8-s7FS_BSxXp9fb6liZILsi0Yi7NIQHo0KrzeZGxz7LvRS7pCViBC5r8cyBa2ZGGYUZKkJayJnqFIhwmHhyphenhyphenqXRqLdxXGp3pZDVOmwjLZDqzusMgWo6wn8/s1600/gati.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567449693031577010" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhynlV23yEyuPSrIUETsQfTnT8-s7FS_BSxXp9fb6liZILsi0Yi7NIQHo0KrzeZGxz7LvRS7pCViBC5r8cyBa2ZGGYUZKkJayJnqFIhwmHhyphenhyphenqXRqLdxXGp3pZDVOmwjLZDqzusMgWo6wn8/s400/gati.jpg" /></a><br /><div><span style="color:#ff0000;"><strong><span style="font-size:180%;">ANDRÉ AGATTE – “a política é a minha vida”<br /></span></strong><br /></span>André Agatte é nascido em Santo André em 1ºde novembro de 1972. Bisneto de imigrantes italianos que vieram para o Brasil e se fixaram na região de Dracena para trabalhar na lavoura. Depois com o êxodo rural foram para região do ABC para tentar a vida, através do processo de industrialização. Ali seus pais, os saudosos Nestor e Iraci se conheceram.Dessa união nasceram André, Cristiane e Juliana. Neto e filho de metalúrgicos, seu pai trabalhou na Villares, inclusive junto com o presidente Lula.Assim o menino cresceu em meio às greves da Vila Euclides.”A minha infância foi muito bem vivida, jogando bola no campinho de futebol da esquina. Foi uma vida sempre muito modesta, mas ao mesmo tempo meus pais sempre se esforçaram para nos dar uma boa formação”.<br />Para Araraquara Agatte veio com a família no fim da década de 70 quando a Villares foi transferida.Tinha sete anos. “Quando mudei para cá fomos morar na Alameda onde a parte baixa era só terra. Vivemos com todas as dificuldades de uma família de classe média baixa,mas tenho ótimas recordações”, conta ele que estudou no Sesi, no Leia,Colégio Objetivo.” Cursou por dois anos biologia na Universidade Federal de São Carlos, mas não se formou,pois como professor, envolvido com as aulas de inglês,português e literatura suas grandes paixões. “Na época meu pai havia aberto um pequeno comércio na cidade. Foi um período que minha mãe ficou doente e acabei voltando para Araraquara, pois havia morado durante um certo período em São Paulo no início da década de 90. Posteriormente fui para São Carlos e acabei retornando para Araraquara onde fiz o curso de Letras na Unesp”.<br /><br /><strong>A política<br /></strong><br />André sempre foi engajado. Sempre teve uma orientação de esquerda e sempre gostou muito do Lula. Para ele a campanha de 89 foi muito forte e envolveu muita emoção. “Sempre gostei de observar a política,mas comecei a me engajar, pois comecei a perceber que a política é o único instrumento que a gente tem para mudar a sociedade e quanto mais pessoas honestas e de bem a ocuparem melhor para a política”, conta ele que participou dos cara pintadas, mas que o engajamento significativo foi em São Carlos com as lideranças estudantis.Ali conheceu o casal Rosa e Zé Luiz que foi assassinado e continua sem ser desvendado. “Com eles sempre conversava sobre a necessidade de uma transformação”.<br />Em Araraquara, em 98, Agatte passou a ser uma liderança e uma referência e uma liderança para os alunos da universidade e a ter convivência com vários professores bastante engajados. Conheceu várias figuras ligadas ao PT,Partido dos Trabalhadores, e trabalhos que tiveram certa repercussão no meio acadêmico chegando a participar de vários congressos na USP e Unicamp. “ Chegamos a fundar uma Associação Nacional de Pesquisa e Graduação, cujo objetivo era conscientizar, principalmente os alunos de universidades particulares sobre a importancia da universidade investir em pesquisa e no conhecimento humano”, conta ele que durante esses congressos ia conhecendo mais gente ligada ao PT de Araraquara, até que em 2000 já filiado ao PT foi convidado por Edna Martins para ajudar em sua campanha de vereadora que foi bem sucedida.<br />Agatte chegou ser chefe de gabinete de Edna durante boa parte do tempo em que foi vereador. Coordenou algumas eleições na cidade e começou despontar como uma pessoa que trabalhava muito forte na questão partidária, pois entendia o partido como um espaço fundamental para discussão e elaboração política, uma entidade que tem que atuar junto à sociedade. Trabalhou também com o deputado João Paulo.<br /><br /><strong>Um cara tímido<br /></strong><br />André atualmente é casado com Gabriela Palombo e é pai de Julio André de 12 anos, tem um jeito muito sério de ser, muitas vezes passa por antipático e bravo, mas tudo pode ser creditado a timidez. “Ao mesmo tempo que tive facilidade de lidar com o público”, diz ele tentando se explicar acrescentando que fica absolutamente compenetrado e focado algumas vezes que acaba assumindo uma feição de seriedade, mas que é uma observação que as pessoas sempre fazem.<br />Ele se considera um cidadão simples que não tem medo de encarar uma boa briga, um bom embate politico se perceber que vale à pena e é amante da boa música que vai da moda de viola ao jazz. É um amante da literatura, da poesia.Uma figura que gosta de ler e de aprender.<br />Os pais de André são falecidos e lhe deixaram como lição a dignidade e a honestidade, pois lutaram muito para garantir e fazer um futuro melhor para seus filhos. “Meu pai foi um grande batalhador, um vencedor e uma grande liderança no meio dele chegando a ser supervisor na Villares. Minha mãe era uma pessoa extremamente harmoniosa em todos os sentidos, a mãe coruja, a galinha choca que colocava os filhos debaixo da asa para que nada acontecesse”.<br />Uma das coisas mais difíceis para Agatte foi assistir a mãe sendo levada aos poucos por uma grave doença e vê-la até o fim tentando preservar os filhos diante de toda dor que estava sentindo. ” Ela foi muito guerreira e não desanimou em nenhum momento. Ela me deixou uma grande lição, a de não reclamar da vida se temos saúde que é a base para a gente lutar pela vida. Ela também me deixou uma grande lição de amor. Meu filho nasceu em 98 e minha mãe nutriu por ele durante o curto período de tempo que conseguiu conviver com ele um amor que certamente deu forças a ela pra viver um pouco mais do lado do neto e também a lição de perseverança, pois ela não se rendeu, mas a doença acabou vencendo”, conta emocionado.<br /><br /><strong>O professor<br /></strong><br />Agatte ainda ministra aulas, esporádicas, mas ainda é professor. Hoje ele representa o deputado Vicente Cândido em toda a região de Ribeirão Preto, tendo inclusive coordenado a campanha do mesmo em Araraquara. “ Sou muito ligado a ele,principalmente pelo trabalho desenvolvido na área da cultura onde a gente articula muitas organizações,entidades e movimentos sociais onde tentamos ajudar e fomentar para que essas entidades e organizações possam desenvolver projetos sociais e atuar muito na área de inclusão social levando oficinas para crianças mais carentes; tem também um trabalho muito forte de combate ao racismo.Acho que é primoroso o trabalho que ele faz,pois foi, talvez, o primeiro deputado que levou para agenda politica da Assembléia Legislativa a questão racial,enfim é um leque de trabalho muito ampla e eu represento isso na macro região de Ribeirão Preto que envolvem 84 cidades onde faço o elo dessas organizações dos municípios com o mandato”.<br /><br /><strong>Fundart<br /></strong><br />Durante sua gestão na Fundart houve a contribuição para a promoção da transparência dos investimentos públicos no que se referia ao orçamento da Fundação,pois dialogava sempre com o conselho municipal de Cultura que foi instalado, além de ouvir sugestões.”Foi uma experiência muito enriquecedora, pois conseguimos promover eventos a custo zero e abrir o Teatro Municipal para as camadas mais populares da cidade, o que antes era muito restrito e o projeto das oficinas culturais que foi a grande menina dos olhos da área da cultura, pois se conseguiu levar cultura para os bairros, para a periferia, para as crianças que nunca haviam tido acesso à cultura e isso deu frutos maravilhosos, pois hoje se tem vários ex-alunos de oficinas rodando o mundo e que encontraram na cultura uma profissão”.<br />Para Agatte, Araraquara é uma cidade de muitos talentos em várias áreas como a da cultura e do esporte e ai é obrigação do poder público investir em políticas para você garimpar, achar esse pessoal que muitas vezes vítima e presa fácil do tráfico, da criminalidade. É buscar esse pessoal dessas áreas de risco, pois acredito que se tivermos uma política forte de cultura de inclusão a gente consegue trazer muitos talentos e inclusive encaminhar esse pessoal para uma profissão. Acho que o Brasil ainda movimenta muito pouco na área da cultura que deve ser vista como um possibilidade concreta de carreira profissional principalmente das crianças. Ainda estamos nesse processo de transformação e isso vale para o esporte também”.<br /><br /><strong>Do futuro<br /></strong><br />Agatte atua hoje como presidente municipal de política. Foi eleito em 2007 e reeleito em 2009.Seu mandato frente à presidência de PT vai até 2013. Ele conta que quer voltar a estudar e retomar projetos que ficaram para trás. “ Espero viver para também ter tranquilidade e boas possibilidade de dar uma boa educação para meu filho, vê-lo crescer, evoluir junto com a família e espero viver para ver um Brasil e um mundo sem injustiças, sem desigualdades, sem exclusão. Espero viver para ver a sociedade brasileira e mundial priorizando os valores humanos e não os valores materiais, pois hoje vivemos uma grande inversão de valores onde as pessoas valem pelo que elas têm e não pelo que elas são, pelo que significam e acredito que temos que caminhar rumo a uma sociedade sustentável, o que significa abrir mão do valor material e priorizar mais o valor humano, ambiental, a natureza. Espero viver para ver isso, ou seja, ver esse processo numa sociedade cada vez mais cidadã, mais justa e acolhedora”.<br />Perguntar sobre o problema do PT com o episódio do Mensalão é algo quase obrigatório. Ele explica que guardadas as devidas pretensões o PT e algumas de suas lideranças erraram, mas acho que não foi o maior caso de corrupção no país. “ Foi um engodo, uma mentira que tentaram contar. Os erros de 2005 foram erros provenientes de um sistema político eleitoral falido onde a legislação é bem distante da realidade no que diz respeito as campanhas eleitorais, políticas, por isso não tenho dúvida de que o pais precisa de uma reforma política”. </div><div> </div><div>(Publicado em 25 de outubro de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-90248289322154968682011-01-28T19:41:00.000-08:002011-01-28T19:45:40.126-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX3hM1tB9RaNCxDiNJ-dKQMeQTXDGFoGV5QdYjCqGqAHyOJTXHx-Fan_ZvDH7Qt_InkXwJtTYA4vJRoraa3K-XuUgWqgndxMgXXVCwIgsMlGQ05wP_AJ3sy4sjCknemI8BL8EPIcPftz8/s1600/edna1.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567448337217718546" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX3hM1tB9RaNCxDiNJ-dKQMeQTXDGFoGV5QdYjCqGqAHyOJTXHx-Fan_ZvDH7Qt_InkXwJtTYA4vJRoraa3K-XuUgWqgndxMgXXVCwIgsMlGQ05wP_AJ3sy4sjCknemI8BL8EPIcPftz8/s400/edna1.jpg" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;">Edna Portari<br /><br /><span style="color:#000099;">Uma luz na cidade</span><br /><br /></span></strong>Quando Edna Maria Portari nasceu em Taquaratinga, em 17de junho de 1947, seu pai, o italiano Francisco Portari, contava quase 70 anos, e a caçula de sete irmãos era para ele a vida e para a mãe, Maria Pilar Navascues Portari, a raspa do tacho. Com isso sempre deram a ela liberdade para tudo que quisesse fazer, embora tivesse que assumir as consequências.<br />Para que os filhos tivessem uma instrução melhor, o pai de Edna, que era contramestre de obras, mudou-se de Taquaritinga para Araraquara. Para ele o tesouro que poderia deixar para os filhos era um diploma. Assim todos os filhos fizeram universidade. “Nós éramos em sete irmãos (Jo, Pedro, Ricardo, Deize, Dalva, Diva, Edna) dois já são falecidos. O Pedro que cantava com o professor Lyzanias ainda mantém o lírico, mas o filho dele, o Fernando, já é um tenor universal; o saudoso Ricardo, tinha uma voz belíssima, era o seresteiro; a mamãe tinha uma voz de soprano que era a coisa a mais linda, e quando ela lavava roupa era a coisa mais gostosa ficar do lado do tanque ou mesmo na escada próxima ouvindo ela cantar as modinhas das época. Tanto que cheguei a montar um espetáculo com modinhas pelas quais tenho verdadeira loucura. Já a Deise (falecida) tinha uma voz, um soprano que não se imaginava aquela menina tímida, vinda de Taquaritinga, quando cantava no Orfeon a voz era lúcida, limpa e a Diva que foi para a Escola de Belas Artes, localizado no Largo da Câmara, sendo colega de Paulo Mascia”.<br />Quando garota, a cidade era para Edna e os irmãos uma cidade grande. Havia um teatro municipal belíssimo onde sempre ia assistir as óperas com o pai. “Tínhamos o TECA, o Wallace (Leal) era uma coisa doce, doce, doce. Foi a primeira vez que assisti ‘Pluft, o fantasminha’ e o encanto de como fazer o belo permanece até hoje”.<br /><br /><strong>O grande encontro<br /></strong><br />O encontro de Edna com Luiz Antônio Martinez Corrêa foi a coisa mais gostosa do mundo, segundo ela, pois na verdade ele nunca conseguiu ir conversar diretamente com a pessoa que ele queria. Assim, mandava sempre alguém. Um dia Edna recebe um telefone de Eduardo Montanari a convidando para participar de ´O Casamento do Pequeno Burguês’ no TUA, Teatro Universitário de Araraquara. Como era estudante de Letras, pensou que se tratava de um grupo de estudo, de traduções e aceitou. Mas ele logo ele adiantou que era para entrar em cena e que iriam participar do festival de teatro amador de São Carlos. Imediatamente Edna reformulou a resposta e disse não, que nem morta. Com a negativa, o Luiz Antônio Martinez Corrêa foi diretamente falar com a estudante e explicou a ela que o papel era pequeno e o que personagem que iria interpretar, o da mãe, era coisa rápida. Praticamente entrar e sair. Diante disso Edna aceitou. “Imagina, imagina, imagina se o personagem só entrava e saia de cena. Isso jamais ocorreu”, diz ela rindo.<br />Se lembra com saudade do Bar do Pernambuco, local onde os grupos, não só do TUA, se reuniam. Ali, ela e Luiz Antonio Martinez Corrêa tomavam guaraná. O resto cerveja e pinga.<br />Ela se recorda com tristeza quando derrubaram o Teatro Municipal. Conta que viu o que é matar uma pessoa, se referindo ao amigo Wallace Leal, responsável pelo grupo que havia feito filme e sido escolhido para ir embora com Cacilda Becker, tal o profissionalismo.<br />Edna viveu muitos momentos: época da repressão e seus censores; o de utilizar a droga para ampliar o poder de criação, o convívio com muitos artistas como Kate Hansen, Chico Buarque, as apresentações em São Paulo, primeiro no Porão, depois no palco do Oficina, o de morar num apartamento onde todos andavam nus, sem falsos moralismos, e acima de tudo considerar a família absolutamente sagrada.<br /><br /><strong>Edna<br /></strong><br />Ela é uma das pessoas que ajudou a construir a história do teatro em Araraquara. Estudiosa do circo-teatro desde a juventude, realizou diversos espetáculos ao longo de sua trajetória, como a “A Raiz Maravilhosa”, com o grupo Luz na Cidade.<br />A produtora e diretora é uma profunda conhecedora da obra teórica e dramatúrgica de Bertoltd Brecht, tendo montagens como “O casamento do pequeno burguês”. Atriz, participou do grupo Pão e Circo, dirigido por Luiz Antônio quando o mesmo foi criado.<br />É professora de teatro, de teoria do teatro e de educação artística. Trabalhou no Colégio Progresso, Oficinas Culturais Municipais de Araraquara, Oficina Cultural Lélia Abramo, Projeto Técnico- Ator (SENAC-PMA), SESC . “Ser Edna Portari é uma responsabilidade muito grande, pois de repente ela tem muito receio de tudo que faz para com que as pessoas assistam, tenham referências, saibam o que estou fazendo, pois eu primo pela beleza, não por essa estética que existe, mas pela beleza do que um texto de teatro pode lhe passar. Sempre quis estar ‘out’, atrás da cortina. Gosto muito de estar presente quando estão precisando”, diz ela que considera obra de arte aquilo registra alguma coisa universal.<br /><br /><strong>Mulher coragem<br /></strong><br />Quando Edna trabalhou no RPM, Recolhimento Provisório de Menores, antiga Febem e hoje Fundação Casa, teve a coragem de denunciar a forma violenta como os meninos eram tratados. Isso lhe custou o emprego, mas ela seguiu em frente. Ali foram oito anos, onde desenvolveu inúmeros cursos graças a Tide Setúbal, esposa de Olavo Setúbal.<br />Edna trabalhou em vários espetáculos do amigo e chegou a ser substituída por Marieta Severo, em início de carreira, numa das peças ‘puxada’ por Luiz Martinez.<br />Nos momentos em que sentia saudades de casa, o amigo Luiz Antonio Martinez Corrêa lhe dava colo e dizia para que ficassem bem juntinhos, pois também estava saudoso. Ela era uma das únicas que entendia a cabeça do amigo.<br />A perda do amigo brutalmente assassinado foi um duro golpe. Em Araraquara ela, junto com outro amigo do jornal O Imparcial, o atual diretor José A C Silva, passaram a noite e parte da madrugada fazendo uma reportagem homenageando o amigo em comum. “Fizemos uma página belíssima com fotos que cobriam da infância à idade adulta de Luiz recortadas, picotadas. Do nascimento à morte. Cópias foram levadas também para o Rio de Janeiro, onde Luiz estava morando”.<br />A missa de sétimo dia teve a participação da cantora Suely Vargas e de Didinho (Luiz Arnaldo Haddad), que também era da turma e, que, segundo Edna, tem um dom maravilhoso.<br />Foi uma batalha para que pelo menos a Casa da Cultura tivesse o nome de Luiz Antônio Martinez Corrêa. Para que isso acontecesse ajudas valiosas como a de Leia Zamprone e de Vanildo Trindade, na época vereador levou a questão. Deu certo, mas tudo já com um trabalho que está existindo. Com tudo isso nasceu um projeto, o A-PAU de ARARA, onde se discutia política cultural. Era 1989.<br />O interessante é que sempre que chegava o aniversário do Luiz (Martinez Corrêa) a Casa da Cultura era fechada para uma reforma. Com isso, o grupo sempre fazia as atividades nas praças. Certa vez, o Edson Vargas foi levado para o Jardim Imperador, que só tinha uma rua, onde cantou Brecht e o grupo formado por Edna no Colégio Progresso, o Santo Antônio Eu, que satirizava o ‘Santo Antonio e a vaca’. “Abrimos uma Semana lá no Cecap, também nos apresentamos na frente da Casa da Cultura; a banca espírita era desmontada montávamos um palco. O Zé (Celso) uma vez veio tocar piano ali. A deixa para começar a tocar era quando soasse a sirene do meio-dia, da fábrica Lupo. Na praça. Imagina que loucura. Fizemos, fizemos e fizemos. Lutamos, lutamos e lutamos e tudo era feito marginalmente”.<br />Ela diz que o cenário mudou quando Edinho Silva ganhou as eleições e criou a Secretaria Municipal de Cultura.<br />Mas ela não se esquece de gente como Lauro Monteiro, Ivo Dall’Acqua Jr. Que, como presidente da Fundart, colocou a Semana Luiz Antonio no calendário oficial do município, de Marcelo Barbieri, de Gilsamara Moura, Euzania Andrade, Eloísa Michetti, Erlene Capaldo, Maria Lúcia Dinardi, Tista, entre tantos outros.<br />A Semana que hoje chega a sua 22ª edição foi entregue sob a responsabilidade de Jorge Okada. “A Semana chegou a ter eventos de apenas um dia, mas não morreu. Nunca deixou de ser feita. É o nascimento dele aqui na terra onde ele nasceu. Já o nascimento real dele, espiritual, é quando o Zé (Celso) presta uma homenagem para ele em São Paulo nos dias 23 e 24 de junho”. </div><div> </div><div>(Publicado em 26 de julho de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-75981661104777861832011-01-28T19:30:00.000-08:002011-01-28T19:34:29.046-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUPp4LUPsTYRfLAKKC73ePZ-ui4yZvJY-e7DcYGRbjHqdiyj-fKuj8PzugzjhsXhcyVGIUwbdx-yOr2Bz038Nxe2IhlLJnyHIG8X9ifcVQUAidpLLNKRcgaxUKkbrKYYBSyJ9yKc6jkb4/s1600/paschoal.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567446075137343938" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUPp4LUPsTYRfLAKKC73ePZ-ui4yZvJY-e7DcYGRbjHqdiyj-fKuj8PzugzjhsXhcyVGIUwbdx-yOr2Bz038Nxe2IhlLJnyHIG8X9ifcVQUAidpLLNKRcgaxUKkbrKYYBSyJ9yKc6jkb4/s400/paschoal.jpg" /></a><br /><div><strong><span style="font-size:180%;">Paschoal da Rocha: o símbolo máximo da história da Ferroviária</span><br /></strong><br />Ele já foi chamado de o guardador de fotos de toda a história do esporte da cidade. Parte de sua casa foi sacrificada em nome dessa paixão.<br />A roupa que veste é praticamente a mesma todos os dias: camiseta grená. Da Ferroviária. Fanatismo? Obsessão? Não. É só um grande amor que Paschoal Gonçalves da Rocha, nascido em Araraquara, no dia 27 de fevereiro de 1942, no bairro de São Geraldo, onde passou toda a infância. Filho da costureira Catarina Moscari da Rocha e do ferroviário da Companhia Paulista Estrada de Ferro, Manoel Gonçalves da Rocha, Paschoal que tinha mais seis irmãos (um deles já falecido) lembra que a família adorava pegar o trem e ir para São Paulo. “A gente saia seis horas da manhã e chegava lá pelas onze horas. O trem tinha água, banheiro, café”. Ele também se recorda que o bairro era muito animado, dos jogos de futebol e dos rapazes que chegavam a apanhar quando vinham da Vila Xavier tentar namorar as moçoilas do São Geraldo e vice-versa. “Era muito divertido. Na época tinha muito homem e poucas mulheres”. E como não poderia deixar de ser ele ressalta que muita gente do bairro se destacou no futebol, como o goleiro Abelha, Pio, Espingardinha, entre outros.<br />Quanto aos estudos, ele conta que começou no da Rua 4, no Pedro José Netto, depois passou para o Antonio Joaquim de Carvalho, na Rua 7, mas que não foi longe estudando – somente até o quarto ano do grupo. “Um diploma me fez muita falta”. Assim foi trabalhando de engraxate, de jornaleiro, tendo inclusive sendo entregador do jornal O Imparcial. Tinha 10 anos. “Vendia O Imparcial Esportivo no centro da cidade. Saia aos domingos, às dez horas da noite e enquanto não saia o pessoal que ficava no centro não ia embora pra casa. Os jornaleiros desciam em turma. Todo mundo vendia”. Depois de muitos anos, Paschoal também colaborou com o jornal O Imparcial, na coluna Reminiscências Esportivas, criada pelo jornalista Sidney Schiavon. Mas Paschoal também varreu muito cinema para entrar de graça. “Quando fiz 18 anos entrei para CTA para ser cobrador. Os ônibus ainda eram elétricos. Fiz muito as linhas São José-São Geraldo e Vila Xavier-Carmo. Lembro que o pessoal não sabia andar de ônibus direito e perguntava se o coletivo ia para Rincão”. De cobrador da CTA, onde ficou dois anos, foi para o Departamento de Estrada de Rodagem, o DER, onde está até hoje. Ainda não está aposentado. Trabalha como escriturário das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30. Tem 48 anos de serviço. Acredita que se sair acaba perdendo muitas coisas.<br /><br /><strong>Família<br /></strong><br />Paschoal se casou em 1967 com a ex-funcionária da Telesp Rosmari Ortega da Rocha. Se conheceram, ou melhor conversaram primeiro por telefone. Ele telefonista do DER, ela, da Telesp. Dessa união nasceram Arthur, Rogério, Valéria e César. Lá se vão quase 43 anos de casados que vão comemorar no dia 23 de julho.<br />Paschoal conta que o fato de estar sempre na Ferroviária não atrapalhou sua vida em família e até já avisou que quando morrer que ser enterrado com a camisa da Ferroviária. E por falar em morte Paschoal pegou uma mania que acabou virando obsessão. Passa todos os dias pelo velório municipal para se ver se algum amigo ou conhecido faleceu. “Toda vez que falece uma autoridade no municipal faço se tiver oportunidade um discurso e até peço aplauso e quando vai indo para a derradeira hora do enterro, fotógrafo”.<br />Paschoal diz que conseguiu se livrar do alcoolismo. “Muitas vezes ia de carro e não conseguia voltar. Ligava para minha mulher que ia de ônibus e voltava dirigindo o carro. Graças a Deus isso acabou”.<br /><br /><strong>Reminiscências<br /></strong><br />Como trabalhava no esporte e tinha como compadre o Wilson Silveira Luiz, locutor num programa na Rádio Cultura, também na área esportiva, Paschoal sugeriu ao amigo que montassem uma sala de fotografias relacionadas ao esporte. “Assim começou. Tirávamos fotos, comprávamos, o pessoal nos doava. No início era um cômodo na minha casa. </div><br /><div>Atualmente a Sala de Reminiscências ocupa oito cômodos da minha casa. Há dois anos teve início a construção de uma sala na Ferroviária, mas não coube tudo e as fotos retornaram para minha casa”. Para se ter uma idéia, na casa de Paschoal há 5.500 quadros nas paredes. “Tem de todos os times amadores de Araraquara, dente de leite, futebol, basquete, vôlei, Ferroviária, Palmeiras, Corinthians, Santos, entre tantos outros. Quem jogou futebol desde criança esta na sala e eu conheço quase todas as pessoas que participaram dos campeonatos da cidade. Eu acompanho tudo”.<br />Muita gente, mas muita gente e principalmente atletas já passaram pela Sala de Reminiscências, que fica na Vila Xavier: como Milton Neves, Fiore Gigliotti, o ex- governador de São Paulo, José Maria Marin; Del Nero, que foi presidente da Federação, bem como diversas autoridades como prefeitos, vereadores, deputados, além de inúmeros artistas.”Muita gente vai para ver as fotos deles”. Quando a Arena da Fonte foi reinaugurada, Paschoal da Rocha chegou a ser barrado, mas ele diz que essa questão já foi resolvida. “Agora o pessoal que toma conta já conhece o trabalho e sabe que as fotos do Museu do Futebol, na maior parte é colaboração nossa”, diz. Ele confessa que ficou triste ao ser barrado no local que viu construir. “Hoje a maioria do pessoal que comanda o esporte não tem memória do que foi a Ferroviária. Quando, por exemplo, recebo um jogador que foi grande na Ferroviária, atendo eles bem e levo na Sala, pois vi jogar. São atletas do tempo em que jogador não ganhava nada. Levavam a chuteira de casa para jogar na Ferroviária. E o time surgiu a partir da Estrada de Ferro. Até 1975 era tudo comandado pela ‘Estrada’ e depois disso passou para a cidade organizar.<br />Foi onde a Ferroviária caiu um pouco e perdeu tudo que tinha de propriedade por causa de má administração, pois contratavam bons jogadores de fora, e não tinham dinheiro para pagá-los, mas o que parece que não sabiam é que os melhores jogadores eram daqui de Araraquara mesmo. Foram feitos aqui no tempo do Picolin, do Tota, do Douglas Neves e agora a Ferroviária não tem mais time de base, pois acabou a escolinha. A Ferroviária agora são onze camisas. Vejo isso como uma coisa triste, especialmente para mim e para os antigos como eu de Araraquara. Esperamos que um dia isso mude, mas para isso é preciso mudar a mentalidade das pessoas que comandam a Ferroviária e que tenham união. É preciso que entendam que a Ferroviária não tem dono. A Ferroviária é da cidade. A hora que acabar esses ‘negocinhos’ que tem ai, a Ferroviária volta”. No aniversário da Sala de Reminiscências, dia 24 de maio, Paschoal conta que costumavam fazer um churrasquinho em sua casa. Posteriormente virou um jantar no 22 de Agosto. Depois passou a ser realizado no Melusa. “Em 2005 passou a ser feito no Clube Araraquarense e estamos lá até hoje. A Sala este ano completa 30 anos”. Para esses jantares já vieram muitos jogadores como Peixinho, Maritaca, Dudu, Machado, Tinto, Catani, Leivinha, Claudinho, Rondinelli, entre outros. “Uma de minhas tristezas foi a morte de Fiore Gillioti, narrador de esportes”. Paschoal também costuma colecionar tudo que sai nos jornais da cidade a respeito de esporte como a coluna “O papinho da Cidinha”, da Folha da Cidade; coluna do Gilmar Leite, entre outros. Paschoal lamenta que muitas crianças só fiquem em frente ao computador. “Antigamente as crianças para jogar bola chegavam antes que o porteiro do clube. Hoje vão praticamente forçados”.<br /><br /><strong>Futebol<br /></strong><br />A paixão pelo futebol ele explica. “Sempre fui aos jogos da Ferroviária. Acompanhei desde que ela começou em 1950. O primeiro jogo foi Ferroviária e Mogiana, no estádio municipal. A Ferroviária não tinha nem o campo”. Outro time do coração é o Palmeiras. A devoção vem de criança quando seus vizinhos palmeirenses o levavam aos jogos. “Mas a primeira paixão é a Ferroviária”. Já o envolvimento mais efetivo com o futebol começou quando Paschoal começou a trabalhar como coordenador de esportes no Clube Náutico, em 1970, aos sábados e domingos, onde organizava os campeonatos de várias modalidades como bocha e futebol. Posteriormente foi para o Araraquarense também coordenando o esporte. “Era um tempo em que quase não havia professor de educação física na cidade”, conta Paschoal, acrescentando que também passou pelos Clubes 22 de Agosto, Melusa e Ferroviária. “Já na Ferroviária, além de coordenar os campeonatos de futebol, fui cobrador, porteiro, bilheteiro. De tudo um pouquinho. O time jogava fora eu acompanhava. Ah! e tenho a foto de tudo isso guardado. A Ferroviária é o time da minha paixão por isso que ando pelas ruas com a camisa do time e agora estou colocando o gorrinho também”. Paschoal Gonçalves da Rocha, 68, é um homem muito simples. “Muitos me dizem que sou puxa-saco de gente ‘grande’, mas não nego que trato bem as autoridades. Isso de eu chamar quem tem diploma superior de doutor para mim é educação. Parece até que procuram fazer mais coisas boas. Para se ter uma idéia, no campeonato dente de leite de 1970 os que não foram jogadores da Ferroviária, hoje são todos engenheiros, dentistas, médicos, juizes de direito. Pena que perdemos o Clemente e o Zé Lemão. Também já está cansando”, diz preocupado com a nova geração que, segundo ele, tem que se dedicar mais aos esportes de campo e natação. </div><br /><div></div><br /><div>(Publicado em 23 de maio de 2010)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-1094410989598716982011-01-28T19:26:00.000-08:002011-01-28T19:29:35.025-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIsZJOG4E3U5heiXX4SQUZFt52H-xzqNxQ8yfHTZpqkcwmvYwKTzoXL_Ney8WkxfdOCGDl9G1VPIBQv-kmg8eR_AZ-TJt7jiOg2_fjz5GgdJOlX99iHR7wRHe1pGcQsX-JBTlC9CsQpxc/s1600/Imagem112.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 330px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567444481856834578" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIsZJOG4E3U5heiXX4SQUZFt52H-xzqNxQ8yfHTZpqkcwmvYwKTzoXL_Ney8WkxfdOCGDl9G1VPIBQv-kmg8eR_AZ-TJt7jiOg2_fjz5GgdJOlX99iHR7wRHe1pGcQsX-JBTlC9CsQpxc/s400/Imagem112.jpg" /></a><br /><div></div><br /><div><span style="color:#000000;">Foto-João Ferraz</span></div><br /><div><strong><span style="color:#990000;"><span style="font-size:180%;"></span></span></strong></div><br /><div><strong><span style="color:#990000;"><span style="font-size:180%;">Sabaúna, um coração movido a bateria<br /></span><br /><br /></span></strong>O apelido Sabaúna que vem do Tupi-Guarani e significa “Concha Preta”, um molusco de água doce, acabou se transformando em nome artístico, ele ganhou de um amigo, o policial aposentado Osmar Campos. O filho de Chrispim Servino e de Maria Aparecia (in memoriam), José Carlos Servino nasceu em 17 de janeiro de 1951 na Rua Itália. Cresceu com os irmãos Roberto, Regina e Elaine na Vila Ferroviária, pedaço magnífico da infância. Quando tinha 8 anos, a família se mudou para Prudente da Moraes, na área central. Ali foi a mais bela paisagem da vida na meninice. Época mágica de bolinha de gude, pegapega, esconde-esconde, natação na Ferroviária, pingue- pongue, trilha e dama. O único ‘dessa cor’ no meio dos branquinhos jogando futebol. Tanto que era chamado de Zé Pelé. O tio Lauro Batista era presidente de um clube frequentado pela raça negra, no qual acontecia o famoso Baile do Carmo, onde Sabauna, ainda menino, entrava escondido para ver a orquestra tocar. “Eu tinha uns 10 anos e ficava de olho ‘apaixonado’ pelo baterista. Com isso, depois de pedir muito para a minha mãe e duas tias que a criaram ganhou um pandeiro. Foi como ganhar um carro do ano, o que acendeu mais a chama e o meu desejo de tocar bateria. Fui à luta e pedi ao meu pai o instrumento, mas ele me disse que eu era muito novo e que não tinha condições financeiras e que gostaria que eu fosse estudar, pois eu teria que ser um advogado. Entrei em casa chorando. Nisso minha mãe me chamou e sugeriu que eu fosse à luta, que pedisse para meu pai que me deixasse trabalhar para eu mesmo comprasse o instrumento.” Aquilo para o menino foi o melhor conselho que alguém poderia ter dado. Não deu outra, Sabauna foi trabalhar. Foi entregador de marmita, engraxate, de pajem, fazendo companhia para as tias idosas. “Meu pai lia jornal, eu os guardava. Como naquele tempo não tinha sacolinha plástica, então eu vendia o jornal limpinho no Mercado Municipal para embrulho. Ajudava a montar circo. No fundo da minha casa tinha um chuchuzeiro que era perfeito, de minuto a minuto tinha chuchu, que eu colhia e vendia nos hotéis e na beira da estação de trem. Com todas essas atividades, consegui um montante de 50 cruzeiros, trabalhando. Minha mãe administrando, eu consegui.” Sabauna conta que na Avenida São Paulo havia uma loja chamada ‘Juca Branco’ que vendia de tudo, inclusive, alguns instrumentos musicais, mas bateria não tinha. De tanto a gente procurar e minha mãe pedir, ele disse que iria trazer. “Ele prometeu que traria, só que isso demorou algum tempo, então, todos os dias em que ia levar marmitas na antiga Suconasa, hoje Cutrale, eu passava pela loja para ver se tinha chegado. Eu deixei o dono louco. Isso durou uns cinco meses. O dia em que Sabauna passou pela loja e viu duas baterias desmontadas chegou meio infartado em sua casa e completamente sem fôlego, pois não conseguia falar. “Eu olhava para a minha mãe e só conseguia balbuciar chegou…chegou. Ai ela me acalmou e eu contei: chegou a bateria. Na mesma hora ela se aprontou e nós dois descemos para a loja onde tinha uma maior, vermelha, e uma menor, verde, mas com menos peças, mas para mim era o suficiente. Negociamos. A bateria custou Cr$ 120,00 cruzeiros. Os Cr$ 50 cruzeiros foram dados de entrada e o restante foi dividido em 7 promissórias de Cr$10 cruzeiros que minha mãe assinou. Ficaram Cr$ 70,00 restantes que eu continuei trabalhando e guardando e no final do mês pagando. O valor desse momento foi único. Nessa fase foi a maior emoção que guardo até hoje. Levei para casa o instrumento.”<br /><br /><strong>Os Intocáveis Bossa Trio<br /></strong><br />Nessa época já tocava caixa na banda infanto- juvenil Olavo Felipe de Araraquara. Tinha 11 anos. “Montei a minha bateria numa área que tinha em casa e o que eu havia prestado atenção das orquestras dos bailes que tinha assistido escondido. Toquei e toco há 47 anos. A escolha por um instrumento é uma coisa nata.” Assim começou a explorar tudo aquilo que estava gravado no meu inconsciente. Logo apareceu um vizinho, o Fiico, que tocava piano e um outro, o Edmur, que tocava contrabaixo. “Juntou a fome com a vontade de comer. Logo surgiu a idéia de montar um trio. Na época a bossa nova estava no auge”. Com 11 anos estavam tocando Zimbo Trio, Tamba Trio, Claudete Soares. “Começamos a ensaiar e a ensaiar. E de repente tive a honra, ou melhor, muito mais do que isso, de me apresentar no antigo Teatro Municipal simplesmente com Zimbo Trio, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Abrimos o shows desses artistas. Foi um batizado da melhor forma possível dos ‘Intocáveis Bossa Trio’. Os meninos se apresentavam em sarais no Clube Araraquarense, e em eventos como no avant premiere do filme ‘Santo Antonio e a vaca’. O engraçado é que não passava pela cabeça do trio ganhar alguma coisa com isso. Era puro amor à arte! Hoje o Fiico, que foi embora da cidade, atua como engenheiro civil, embora seja um exímio pianista, toca esporadicamente; o Edmur foi para São Paulo e faz muitos anos que Sabauna não o vê, mas sabe que ainda segue a carreira musical.<br /><br /><strong>Os Selvagens<br /></strong><br />Com o surgimento da Jovem Guarda e a saída dos outros meninos, Sabauna ampliou o grupo. Na nova formação tinha o Bila no contrabaixo, Celso na guitarra base, Getulio na guitarra solo, Valtinho, no sax, Perci na segunda guitarra, Carlão e Modé, no sax tenor e Vilcides no piston. Os garotos tinham entre 15 e 16 anos e uma da maiores façanhas foi terem se apresentado na época na TV Tupi, no programa de Julio Rosenberg. A grande felicidade foi terem passado pelo crivo do maestro Luiz Arruda Paes, Magno Salerno e outros nomes do jet. O grupo que tocava e cantava tinha como vocalista Toni Pen que mais tarde iria para o The Jungles. Logo em seguido foi a vez de Valtinho. O grupo tocou por mais um tempo e por incompatibilidade acabou se separando. Sabauna acabou indo para o Jungles também. O The Jungles foi um grupo que simplesmente marcou toda uma época em Araraquara. Tocavam de quermesse aos melhores clubes da cidade. Formado por Sabauna (bateria), Carlinhos (contrabaixo), Peru, já falecido (guitarra base), Jéferson (teclados), Valtinho (sax tenor) e Toni Pen como vocalista se apresentaram com grandes nomes como Roberto Carlos, Paulo Sergio, Milton Cesar, Martinha, Vanderlea, The Fevers, Sergio Reis, Timoteo, Agostinho dos Santos, Os incríveis, Perla, entre outros. O grupo gravou um LP e fez diversas apresentações em canais de TV no Brasil. O grupo virou uma febre e até hoje a cada 20 metros que caminha pelas ruas alguém olha para Sabaúna com ar de que te conheço de algum lugar. Muitos até chegam a perguntar se é famoso. “Muitas pessoas o abordam dizendo que conheceu o parceiro durante uma baile ou apresentação dos Jungles.” Sabaúna permaneceu no Jungles durante cinco ou seis anos até que saiu indo para tocar no grupo NCSom. Ironicamente, Sabaúna, que era do Jungles, foi para o NS Som e o baterista do grupo, Chiquinho foi o Jungles. “Era um grande batera.”<br /><br /><strong>Alma Brasileira<br /></strong><br />Dando um passo que considera enorme em sua vida, Sabauna foi tocar na noite de São Paulo, nos anos 70. Começou a tocar numa das maiores casas da capital, a Avenida Danças, o maior táxi dança do Brasil, onde a música não para. A partir daí, Sabaúna tocou em diversas casas como a Spadavechio, a La Vie Rose, Hotel Comodoro, entre outros, até que recebeu um convite para ir para o exterior fazer uma turnê com a cantora Geiza Celeste na Suíça, Portugal e México em um navio. Era 1972. Com a família já formada, Sabauna não foi. Mesmo porque não gosta de nem de voar e nem de navegar. Morre de medo.Voltou para Araraquara e aqui continuou. Foi para a Arley e sua Orquestra, de Catanduva, onde tocou durante 20 vinte anos. Deixando o Arley, Sabaúna fundou o Alma Brasileira formado por Gil, Chiquito, Mario Bergo, Marquinhos Cabeça Azul, Pitoco, Fran. Depois na amplição veio a Marli, Jonnhy, Marquinhos do Cavaco, Peru, Elias, Léo, Fiico e Nenê. O Alma durou 15 anos. Mas não acabou, segundo Sabaúna, pois está em evidência até hoje. Na mente das pessoas. Depois retornou ao Arley onde ficou mais seis anos. Atualmente Sabauna é produtor e dirige (e também toca) a Jazz Big Band da UMAC, Universidade de Música e Artes Cênicas de Araraquara, na FUNDART. Sabaúna foi casado em primeiras núpcias com Zélia com quem teve dois filhos, Márcio William e Laura Beatriz. Atualmente é casado com a Lô, com quem tem três filhos: Juliano, Jeferson e Josilene. Para ele a música é algo nato. Não existe instrumento difícil, mas sim o adequado. No caso da bateria que é um conjunto de tambores (de diversos tamanhos e timbres) e de pratos de onde vem a coordenação já que precisar ser usadaas mãos e os pés? “É algo natural como falar, ouvir, sentir. Algo nato, de mais puro que acontce no mundo. Isso é a música.Todo vez que entro num palco sinto a mesma emoção que senti 43 anos atrás”, desabafa. Aos 58 anos, Sabaúna como músico ainda espera que a música saia um pouco do caminho em que está, onde a midia constróe o sucesso e muitas vezes deixa a qualidade de lado. “ Gostaria que o músico fosse mais valorizado com a dinâmica para a verdade, pois hoje mascaram tudo”. Sabauna também tem um desejo íntimo. “Não paro antes do término, esta é minha filosofia”. Observando o músico percebemos que o menino inquieto que ficava escondido nos Bailes do Carmo para ver baterista tocar conseguiu ocupar o lugar que desejava no mundo: atrás de uma bateria. Tocando, lógico! </div><div> </div><div> </div><div>(Publicado em 15 de novembro de 2009)</div>Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8468001272883071290.post-78973455026395577902011-01-28T19:21:00.000-08:002011-01-28T19:25:31.376-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOtIBnpxHyuUYoD23rCNZhEewesYjh4_Tw7bXe_I6khyURJ7AhW6Qmnl9wz9ATKbVKekIQDeFsm71zzF-x3vH9iBzRbrDEDYx0ZAMwyvvoksNZWK-tz4c_CQuqdKUtvDtfPGS-xd_QvU4/s1600/Imagem16.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 333px; DISPLAY: block; HEIGHT: 222px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567443619684353890" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOtIBnpxHyuUYoD23rCNZhEewesYjh4_Tw7bXe_I6khyURJ7AhW6Qmnl9wz9ATKbVKekIQDeFsm71zzF-x3vH9iBzRbrDEDYx0ZAMwyvvoksNZWK-tz4c_CQuqdKUtvDtfPGS-xd_QvU4/s400/Imagem16.jpg" /></a><br />Foto-<strong>João Ferraz</strong><br /><br /><br /><strong><span style="font-size:180%;">Didinho Haddad “Música é um diálogo com algo divino”<br /></span></strong><br /><em>Como felizmente tenho minha atividade, posso me dar ao luxo da música ser uma coisa divina </em><br /><br /><br /><br /><br /><br />Luiz Arnaldo Haddad é carinhosamente chamado de Didinho. Nasceu no dia 15 de abril de 1953. Além de empresário do ramo imobiliário (Chalú Imóveis) é musico e arranjador. Ele recebe nossa reportagem em seu cantinho sagrado, onde é o rei do castelo. Ali ele toca sua bateria, seu primeiro instrumento e, principalmente, teclado. O filho do senhor Chafik Haddad e da dona Odette, recentemente falecida, tem como irmãos Carlos Alberto (Beto); Alfredo (Doca); Celso, Maria Helena e a Maria Silvia. Na infância, até 1962, morava na Prudente de Moraes, entre a Rua Zero e adiante já era o Córrego da Servidão, que hoje está canalizado (Via Expressa). Didinho conta que o quarteirão praticamente era musical: na frente de casa morava o José Carlos Servino, o Sabauna (baterista); um pouco mais abaixo, a família Borges, onde o Américo Borges era pianista e tocava no bar do Monteiro, o Fiico, que também era músico. “Nós tínhamos na Rua Zero o Edmur, que hoje é músico profissional. Ali a gente começou a ouvir os ensaios do conjunto Américo. A molecada ficava louca, então desde cedinho a música já estava impregnada.” O irmão mais velho de Luiz Arnaldo, Carlos Alberto (Beto) começou a estudar violão. Ele ficava só de ‘botuca’. “Nunca estudei. Sou autodidata”, diz acrescentando que o irmão estudava, fazia a lição, mas que aquilo não era a dele. “Comecei a pegar o violão e a tocar de ouvido.” Um dos fatos mais marcantes na sua vida de menino foi, aos 13 anos, tocar no extinto Teatro Municipal. “Imagine: palco giratório, fosso para orquestra.” Ele se lembra que o pai Chafik entrou no passeio do teatro com um Chevrolet 58 e eles, os pequenos músicos, todos vestidos com uniforme confeccionado pelo proprietário da Camisaria Nino. “O grupo era formado pelo Beto Neves, tocava piano, hoje um médico muito competente; meu irmão Beto Haddad no contrabaixo, e eu na bateria. Por incrível que pareça desse grupo também fazia parte o Binho Volpe, que depois trabalhou na Globo, que morava ali no nosso quarteirão. Ele ensaiou, mas não chegou a tocar. Quem foi tocar no lugar dele nesse dia foi o Bruno Frigeri, o Bruninho, no afoxé, que depois foi Rei Momo durante vários anos em Araraquara. Tinha o Aníbal, que hoje toca no Sweety Memories, no violão, o finado Geraldo Neves Jr, também no violão, irmão do Beto Neves, menino que era gênio, mas tinha uma insuficiência respiratória e morreu muito novo.O dia que Geraldo tirava 9,5 era por que tinha acontecido alguma coisa”, sorri ao se lembrar. Na verdade, Didinho diz que o grupo era um sexteto . “A gente foi tocar bossa nova no meio dos cobras. Foi uma emoção inesquecível”, diz relembrando que um garoto tocar como gente grande ao lado de Marília Medaglia também foi demais!<br /><br /><strong>O casamento</strong><br /><br />Seu orgulho e amor pela parceira Ângela é evidente, à flor da pele. Conta que era precoce. Casou com 18, 19 anos. Mas dos 13 aos 18 viveu intensamente. “O que ocorre com o pessoal que casa cedo é que não curte as farras, as madrugadas, enfim tudo. Não curtiram nada. Ai de repente se sentem aprisionados pelo casamento, querendo preencher um buraco. Isso não aconteceu comigo”, diz acrescentando que o casal vai completar 38 anos junto. O casal teve os filhos Daniel (falecido); Luciana, fisioterapeuta do Einstein; Mariana, que mora em San Diego e trabalha no Hotel Hilton; e a Juliana, administradora de empresas que trabalha na Chalú. “Temos um neto de 12 anos e um de 2 anos”. Didinho casou em janeiro de 72 e no mesmo ano, no mês de junho, o casal partiu para São Paulo à convite de Luiz Antônio Martinez Corrêa. Para Didinho, Luiz Martinez foi o maior diretor de teatro do Brasil e, que, infelizmente, foi assassinado muito jovem. “O Luiz era gênio e quando foi para São Paulo convidou a mim e a Paulinho Gehah, que não quis ir. Já casado e com a minha esposa Ângela grávida, fomos. Foi uma experiência boa, pois a Ângela estava grávida de nosso primeiro filho, que depois veio a falecer num acidente.” Trabalhar com o Luiz e seu irmão José Celso foi uma experiência inesquecível. Mas por conta de uns percalços o casal acabou se mudando para Bauru. Luiz Arnaldo acredita que talvez não era para seguir a vida artística, na época muito complicada. “Assim, seguimos a vida. Mas sempre com a música como parte integrante da vida. Tanto que ganhamos com um grupo de Bauru, chamado Paripasso, um festival no EEBA, com uma música do irmão do Lagartixa, o Flávio Carvalho Costa, que tem vários trabalhos sobre a memória de Araraquara.” Em Bauru ficaram durante três anos até que voltaram para Araraquara. Mas sempre com a música como parte integrante da vida.<br /><br /><strong>Zé da Conceição<br /></strong><br />Ele se lembra com saudade do tempo em que diziam que o Bar do Pernambuco era frequentado por comunistas. Ali conheceu políticos como Zé Dirceu outros líderes estudantis que 12 anos depois, em 80, formaram o PT, Partido dos Trabalhadores. Didinho tocava muito com o Paulo Ferranti, que foi casado com a Vera Botta. “Quando o Zé da Conceição veio para a Araraquara, o pessoal do Clube Araraquarense praticamente o adotou. Isso numa época em que não aceitavam negros no clube. Nos chamaram para fazer parte de um conjunto que o Clube estava pensando em montar, inclusive iriam comprar os instrumentos. A bateria eu tinha e eles iriam complementar o restante dos instrumentos. Era o Paulinho Genah no piano, o Paulo Ferranti no baixo, o Zé da Conceição na guitarra e eu na bateria.” Nesse período, até chegar novamente a Araraquara, Didinho já havia trabalhado num posto de gasolina em Bauru que o pai havia montado, mas que por conta de incompatibilidade com um tio que era sócio acabou não dando certo. Assim ele e a esposa Ângela foram vender filtros para tirar cloro d’agua e até curso de inglês. Mas a música sempre como pano de fundo, inseparável. “Fui trabalhar na Vemara, do Gabriel Carneiro, como vendedor de carro. Na crise da gasolina eu tentando vender Maverick. Quem comprou acabou virando meu inimigo”, brinca, pois o carro ‘bebia’ muito. Como o sogro trabalhava na Tostines, queria levar Luiz Arnaldo para atuar como representante comercial na empresa. Mas era na mesma época que o Clube Araraquarense o estava convidando para montar o conjunto musical. “Não aceitei. E assim começamos a ensaiar. Os ensaios davam o maior ibope. Era só Bossa Nova.” Assim foi formado o quarteto e ficou combinado que quando não houvesse show no clube poderiam tocar onde quisessem, mas por atitudes do Zé da Conceição consideradas como abuso, o conjunto acabou nem se formando. “Meu sogro com seu sexto sentido não havia dito para o pessoal da Tostines que eu não havia aceito o convite. Assim acabou aquela aventura relâmpago. Trabalhei cinco anos na empresa como vendedor. Aprendi muito. Você já foi perseguido por um dono de mercearia com uma vassoura?”, pergunta rindo.<br /><br /><strong>A Chalu<br /></strong><br />“Em 81 já existia a Chalu, com meu pai, o Doca meu irmão e mais um sócio. Depois de cinco anos sai da Tostines e fui para a Chalu.Ficava na arinha de fora, o Luiz falava vai fazer isso, vai fazer aquilo.” Num determinado momento o sócio da imobiliária, Luiz de Lazari Neto, quis sair da sociedade. O pai Chafik quase vendeu, mas Didinho o convenceu a não fazer isso. Decidiram continuar. “Assim, minha esposa Ângela veio trabalhar na Chalu e os irmãos também. A empresa tem 30 anos e faz 28 que estou lá, mas sempre a música me acompanhando.” Quanto à música, Luiz Arnaldo diz que gosta de gravar ao vivo. “Nunca fui um músico de ‘colar’ o disco. Não consegui estudar, pois não tinha disciplina. Tentei estudar com grandes pianistas, como Albane Sales, João Viviani. Sou um músico intuitivo formado dentro dessa concepção. Mas faz falta algo porque pintam idéias e eu não sei escrever.” Didinho tocou com muita gente boa como Ailton, trompetista, Jussara Vargas, Serginho Sanches, Sueli Vargas, Paulo Arcângelo, Marcos Volpe, Maria do Rosário, Valdirene e sua irmã, Silvinha Haddad, entre outros. Gravou muito pouco, mas agora vai se dar ao prazer de gravar. “Vou me dedicar a isso”.<br /><br />(Publicado em 13de dezewmbro de 2009)Célia Pireshttp://www.blogger.com/profile/05344846462835171966noreply@blogger.com0