A jornalista Célia Pires, eclética profissional de imprensa, é a editora da coluna “Você faz a história”, que tem a finalidade de focalizar personagens da cidade. Habilidosa, colhe, em suas entrevistas, dados importantes que lhe permitem a elaboração de reportagens e histórias interessantes(J.Rufino)
segunda-feira, 17 de abril de 2023
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
terça-feira, 20 de março de 2018
Adilson Serrano : um cara do bem!
Para o músico as coisas acontecem, mas tem que ficar ligado e que na vida você nunca pode ficar desligado e nem apagar valores
Publicitário, músico e bombeiro, mas antes de tudo Adilson Serrano é um ser raro. Pela sua generosidade, pelo sua sororidade e sobretudo por sua humanidade.
Adilson é fundador da banda Crockodilo Rock e em seu empreendedorismo musical formou várias bandas, como a Auto Risco, Madja até chegar ao nome atual, Crokodilo Rock. Adilson tem o pôster de cada uma das formações.
Até chegar ao atual nome e formação, Adilson enfrentou várias baixas. Uma hora era o contrabaixista que saia da banda e em outra o vocalista. Até o dia que decidiu que os problemas acabariam se fosse o vocalista. Assim, ele é desde a segunda formação, o contrabaixista e vocalista.
Sua primeira apresentação foi onde é o Arte e Bola em um bar que se chamava ‘Bar não sei’. A sensação dessa primeira apresentação foi para ele de vitória, pois cantar e tocar contrabaixo, parece, mas não é assim tão fácil. “A gente tem que estar no automático, pois se parar pra pensar não vai”, ri ele, acrescentando que depois pensou: puxa vida eu consigo fazer”.
Adilson é fundador da banda Crockodilo Rock e em seu empreendedorismo musical formou várias bandas, como a Auto Risco, Madja até chegar ao nome atual, Crokodilo Rock. Adilson tem o pôster de cada uma das formações.
Até chegar ao atual nome e formação, Adilson enfrentou várias baixas. Uma hora era o contrabaixista que saia da banda e em outra o vocalista. Até o dia que decidiu que os problemas acabariam se fosse o vocalista. Assim, ele é desde a segunda formação, o contrabaixista e vocalista.
Sua primeira apresentação foi onde é o Arte e Bola em um bar que se chamava ‘Bar não sei’. A sensação dessa primeira apresentação foi para ele de vitória, pois cantar e tocar contrabaixo, parece, mas não é assim tão fácil. “A gente tem que estar no automático, pois se parar pra pensar não vai”, ri ele, acrescentando que depois pensou: puxa vida eu consigo fazer”.
Além de simplesmente tocar
Adilson também ressalta que também não basta ensaiar repertório, tocar ou cantar, pois a responsabilidade vai muito além disso, pois é necessário fazer correr atrás de onde se vai tocar, fazer um meio de campo com empresários, contatos com locais de eventos, clubes, montar material promocional para divulgação, montar um site, perfil no Facebook, instagram e administrar tudo isso. “ É como se fosse uma empresa”.
A banda hoje é oficialmente formada por Mateus Rangel(guitarrista) e Carlos Tito Garcia( baterista) e Adilson Serrano(vocalista e contrabaixo) que guardada as devidas proporções se apresentam desde barzinhos a grandes eventos.
Ele conta que a banda lançou em 2013, o CD autoral’ Gasolina’. Em 2015, o single Circo Brasil. Em 2016 lançaram a música ‘Sempre Assim’ e em 2017 a música’ Recomeçar’ que para Adilson tem um grande valor sentimental, pois envolve sua companheiro e o pai da mesma. “ ´É sobre o amor além da vida”.
E sobre a música, Adilson tem aprendido uma grande lição: a música não muda o mundo, mas a música muda as pessoas, transmite coisas boas, energia ou diversão,”De alguma forma vai agir nas pessoas, no mundo não.Por isso resolvi fazer outras coisas”.
Adilson informa que todo material da banda estão no Site oficial da www.crockodilorock.com
A banda hoje é oficialmente formada por Mateus Rangel(guitarrista) e Carlos Tito Garcia( baterista) e Adilson Serrano(vocalista e contrabaixo) que guardada as devidas proporções se apresentam desde barzinhos a grandes eventos.
Ele conta que a banda lançou em 2013, o CD autoral’ Gasolina’. Em 2015, o single Circo Brasil. Em 2016 lançaram a música ‘Sempre Assim’ e em 2017 a música’ Recomeçar’ que para Adilson tem um grande valor sentimental, pois envolve sua companheiro e o pai da mesma. “ ´É sobre o amor além da vida”.
E sobre a música, Adilson tem aprendido uma grande lição: a música não muda o mundo, mas a música muda as pessoas, transmite coisas boas, energia ou diversão,”De alguma forma vai agir nas pessoas, no mundo não.Por isso resolvi fazer outras coisas”.
Adilson informa que todo material da banda estão no Site oficial da www.crockodilorock.com
Independente
Com 14 anos Adilson fazia o curso de torneiro mecânico no Senai e começou a trabalha nas Meias Lupo como ajudante de manutenção.”Desde então passei a pagar as minhas coisinhas”.
Na Lupo ficou de 84 a 89.Em 1990 foi estagiário no Banco do Brasil,paralelamente fazia faculdade de administração. Posteriormente foi para o Sesi onde ficou de 91 a 96.
Adilson chegou a ser representante de um editora infantil de São Paulo em 98 como representante de cosméticos.
A sua experiência como vendedor na Loja Cem foi memorável e guarda boas lembranças e é grato a um dos gerentes, o Leonildo que ajudou na sua ‘formação’ de vendedor. O ápice foi quando um cliente entrou para comprar apenas uma fita de vídeo e saiu da loja com a fita e uma televisão nova de 29 polegadas.
Na Lupo ficou de 84 a 89.Em 1990 foi estagiário no Banco do Brasil,paralelamente fazia faculdade de administração. Posteriormente foi para o Sesi onde ficou de 91 a 96.
Adilson chegou a ser representante de um editora infantil de São Paulo em 98 como representante de cosméticos.
A sua experiência como vendedor na Loja Cem foi memorável e guarda boas lembranças e é grato a um dos gerentes, o Leonildo que ajudou na sua ‘formação’ de vendedor. O ápice foi quando um cliente entrou para comprar apenas uma fita de vídeo e saiu da loja com a fita e uma televisão nova de 29 polegadas.
Chama o bombeiro
No final de 98 começou a procurar concursos para prestar, e entre vários sua mãe havia lhe trazido um que tinha par Corpo de Bombeiro.”Eu sempre gostei, mas nunca tinha pensado em ser bombeiro. Mas decidi prestar todos os concursos. Comprei as apostilas e me dediquei. Passei em Américo, no Banco do Brasil e o Bombeiro chamou para fazer o teste físico”.Eram 89 vagas para cinco mil inscritos”.
Adilson optou pelo bombeiro, mas estava preocupado, pois fazia tempo que estava enferrujado e tinha dois meses para se preparar para o teste. Deu sorte na academia que procurou, a Atletic Center, pois o dono era um sargento que pediu para um dos professores o orientou nos exercícios que deveria fazer no TAF(Teste de Aptidão Fisica).
Quando chegou para fazer a prova em Ribeirão Preto na Cava do Bosque, já se assustou com a quantidade de pessoas que tinha por lá. As provas eram abdominal, barra, tiro de 50 metros e corrida de 12 minutos que sempre fica para o final. “Na prova de abdominal foi tudo bem. Na barra eu quase morri, mas fiz. No tiro de 50 metros foi tudo bem. O meu problema era a resistência de 12 minutos e embora tenha treinado no Ginásio da Pista, o mínimo que conseguia era na rapa do tempo. Fui. A hora que apitou para eu começar a correr pedi para Jesus me acompanhar porque ia ser difícil. Minha tática foi manter um ritmo do começo ao fim sem me estressar. Ai eu via aqueles moleques passarem. Quando falta dois minutos para terminar a prova apitam de novo, ou seja, para te lembrar que você tem esse tempo para completar. Pensei: cara não vai dar. Vou enfartar, mas que se dane e aumentei o ritmo.Quando faltava duzentos metros pensei que fosse morrer, mas eu precisava passar de um ponto e fui.E minha vista turvando e ainda deu mais uns 30 segundos e eu continuei. Quando apita novamente você tem que parar aonde está. Quando parei olhei de um lado tinha o alambrado e do outro grama. Eu sentia a alma indo. Sabe quando você vai de encontro a luz? Fiquei ali não sei quantos minutos; Quando o cara que media ao as voltas e metros chegou perto de mim me perguntou? Você está vivo?”.
Adilson optou pelo bombeiro, mas estava preocupado, pois fazia tempo que estava enferrujado e tinha dois meses para se preparar para o teste. Deu sorte na academia que procurou, a Atletic Center, pois o dono era um sargento que pediu para um dos professores o orientou nos exercícios que deveria fazer no TAF(Teste de Aptidão Fisica).
Quando chegou para fazer a prova em Ribeirão Preto na Cava do Bosque, já se assustou com a quantidade de pessoas que tinha por lá. As provas eram abdominal, barra, tiro de 50 metros e corrida de 12 minutos que sempre fica para o final. “Na prova de abdominal foi tudo bem. Na barra eu quase morri, mas fiz. No tiro de 50 metros foi tudo bem. O meu problema era a resistência de 12 minutos e embora tenha treinado no Ginásio da Pista, o mínimo que conseguia era na rapa do tempo. Fui. A hora que apitou para eu começar a correr pedi para Jesus me acompanhar porque ia ser difícil. Minha tática foi manter um ritmo do começo ao fim sem me estressar. Ai eu via aqueles moleques passarem. Quando falta dois minutos para terminar a prova apitam de novo, ou seja, para te lembrar que você tem esse tempo para completar. Pensei: cara não vai dar. Vou enfartar, mas que se dane e aumentei o ritmo.Quando faltava duzentos metros pensei que fosse morrer, mas eu precisava passar de um ponto e fui.E minha vista turvando e ainda deu mais uns 30 segundos e eu continuei. Quando apita novamente você tem que parar aonde está. Quando parei olhei de um lado tinha o alambrado e do outro grama. Eu sentia a alma indo. Sabe quando você vai de encontro a luz? Fiquei ali não sei quantos minutos; Quando o cara que media ao as voltas e metros chegou perto de mim me perguntou? Você está vivo?”.
Adilson conta que tinha 30 anos e alguns meses quando prestou o TAF e considerando a sua idade havia ido muito bem na prova. “Consegui a pontuação e mais um pouco”.
Quando vou fazer o exame médico, o cardiologista escreveu que tinha algo errado com seu coração só de auscultar. Adilson questionou e disseram que tinha 30 dias para entrar com um recurso. Procurou um cardiologista de Araraquara que não encontrou nada grave que afetasse seu desempenho. Enviou o laudo.
Quando recebeu a resposta através de um telegrama que ansiosamente aguardou.Tinha sido aprovado. Ele ri contando que tinha 89 vagas e que sua colocação foi 88.
Para ele entrar na Escola de Formação de Soldados do Corpo de Bombeiros , realizada em Jardinópolis e Ribeirão Preto, em 2000 foi um aprendizado. “Ali se quebrou todos os paradigmas que eu tinha. Foi nessa época que mudei. Eu tinha uma visão diferente do que era a policia militar, do que era o militar. Eu conheço também a realidade fora da PM.Quando fiz a escola eu era adulto, quando terminei era homem”, conta acrescentando que consegue distinguir o que é certo do que é errado e que foi uma mudança de 360 graus em sua vida.
Em 2002 se apresentou em Matão, com um intervalo de um ano e meio em Araraquara. “Estou em Matão até hoje onde trabalho na área técnica(tudo que seja relacionado a legislação contra incêndio)”.
Mas isso não o exclui de atender quando necessário ocorrências externas.
Um caso de ocorrência respiratória de um bebê, entre muitas, emociona Adilson até hoje. Quando chegaram até a casa, fizeram tudo o que podiam para salvar a vida da criança. Toda a assistência relativa a socorro envolvendo Bombeiro e Resgate e hospital foi dada, mas a criança não resistiu e veio a óbito.
E a imagem daquela mãe tomada pela dor que pediu para chamar os bombeiros que atenderam a ocorrência nunca mais saiu de sua mente. Só de lembrar ele chora, pois mesmo enlutada aquela mãe os agradeceu por todo o esforço que fizeram. “A satisfação que a gente tem é quando você consegue fazer algo que diminua o sofrimento do outro”.
Quando vou fazer o exame médico, o cardiologista escreveu que tinha algo errado com seu coração só de auscultar. Adilson questionou e disseram que tinha 30 dias para entrar com um recurso. Procurou um cardiologista de Araraquara que não encontrou nada grave que afetasse seu desempenho. Enviou o laudo.
Quando recebeu a resposta através de um telegrama que ansiosamente aguardou.Tinha sido aprovado. Ele ri contando que tinha 89 vagas e que sua colocação foi 88.
Para ele entrar na Escola de Formação de Soldados do Corpo de Bombeiros , realizada em Jardinópolis e Ribeirão Preto, em 2000 foi um aprendizado. “Ali se quebrou todos os paradigmas que eu tinha. Foi nessa época que mudei. Eu tinha uma visão diferente do que era a policia militar, do que era o militar. Eu conheço também a realidade fora da PM.Quando fiz a escola eu era adulto, quando terminei era homem”, conta acrescentando que consegue distinguir o que é certo do que é errado e que foi uma mudança de 360 graus em sua vida.
Em 2002 se apresentou em Matão, com um intervalo de um ano e meio em Araraquara. “Estou em Matão até hoje onde trabalho na área técnica(tudo que seja relacionado a legislação contra incêndio)”.
Mas isso não o exclui de atender quando necessário ocorrências externas.
Um caso de ocorrência respiratória de um bebê, entre muitas, emociona Adilson até hoje. Quando chegaram até a casa, fizeram tudo o que podiam para salvar a vida da criança. Toda a assistência relativa a socorro envolvendo Bombeiro e Resgate e hospital foi dada, mas a criança não resistiu e veio a óbito.
E a imagem daquela mãe tomada pela dor que pediu para chamar os bombeiros que atenderam a ocorrência nunca mais saiu de sua mente. Só de lembrar ele chora, pois mesmo enlutada aquela mãe os agradeceu por todo o esforço que fizeram. “A satisfação que a gente tem é quando você consegue fazer algo que diminua o sofrimento do outro”.
Um pouco de Adilson
Adilson Marcos Serrano nasceu no dia 26 de julho de 1969, na Maternidade Gota de Leite, em Araraquara. É filho de Milton Serrano e Edite Basolli Serrano, irmão de Amilton Luis Serrano e tem um relacionamento sério com Cris Campani.
Seu reduto sempre foi a Vila Xavier, cenário de uma infância muito feliz, apesar das dificuldades da época. Sempre rodeado de muitos amigos. Lembra com saudade que tinha uma rotina: todo dia depois da escola e do almoço jogar futebol no campinho. Ás 13h30 cravado estava todo mundo a postos.Foram muitos dedos machucados e joelhos ralados.
Adilson fala com alegria que ali foram formadas amizades para a vida toda e lições aprendidas. Tanto que se recorda que num desses jogos, ele e um dos colegas, o Vlademir, começaram a brigar, até que teve uma hora que um olhou para a cara do outro e perguntou: nós estamos brigando por quê? Não sei! Ah, então vamos jogar bola! Então, a lição de que é melhor brincar do que brigar foi muito importante.
Adilson fala com alegria que ali foram formadas amizades para a vida toda e lições aprendidas. Tanto que se recorda que num desses jogos, ele e um dos colegas, o Vlademir, começaram a brigar, até que teve uma hora que um olhou para a cara do outro e perguntou: nós estamos brigando por quê? Não sei! Ah, então vamos jogar bola! Então, a lição de que é melhor brincar do que brigar foi muito importante.
E foi nessa época em que estudava no Antonio Lourenço Correa que ele é uns amigos resolveram montar um conjunto para imitar o Kiss. “Lembro que em 1983 o Kiss veio para o Brasil pela primeira vez e que a Globo fez a seleção de alguns momentos do show. Quando eu vi me lembro que pensei: gente o que que é isso? Fiquei alucinado.
Depois um amigo o convidou para montar um grupo para imitar o Kiss. Eles faziam de conta que tocavam. Todos os instrumentos foram fabricados por eles: a guitarra foi moldada na serra tico tico, as cordas eram de naylon de pescar, as baterias montadas com lata de tinta de papelão que tinham vários tamanhos, como pequeno, médio e grande., onde as grandes funcionavam como bumbo, as menores os tons de cima, enfim , montaram a bateria inteira.
O show que Adilson e seus amigos fizeram no ‘Antônio Lourenço’ foi épico, com direito até a imitação do cenário do canhão da banda. E com a plateia lotada, os meninos arrasaram na performance e na dublagem. “Foi ai que surgiu o meu interesse por música”, conta Adilson, acrescentando que todos os adolescentes que participaram da banda são seus amigos até hoje, mas que ele, embora atue em outras atividades, foi o único que escolheu a música.
Depois um amigo o convidou para montar um grupo para imitar o Kiss. Eles faziam de conta que tocavam. Todos os instrumentos foram fabricados por eles: a guitarra foi moldada na serra tico tico, as cordas eram de naylon de pescar, as baterias montadas com lata de tinta de papelão que tinham vários tamanhos, como pequeno, médio e grande., onde as grandes funcionavam como bumbo, as menores os tons de cima, enfim , montaram a bateria inteira.
O show que Adilson e seus amigos fizeram no ‘Antônio Lourenço’ foi épico, com direito até a imitação do cenário do canhão da banda. E com a plateia lotada, os meninos arrasaram na performance e na dublagem. “Foi ai que surgiu o meu interesse por música”, conta Adilson, acrescentando que todos os adolescentes que participaram da banda são seus amigos até hoje, mas que ele, embora atue em outras atividades, foi o único que escolheu a música.
A partir da criação dessa banda adolescente foi que Adilson começou a se dedicar , a ter mais interesse pela área musical. Assim foi ter aulas de violão mas a maioria das coisas aprendeu mesmo na raça, utilizando,por exemplo as revistinhas com aulas de violão. Também passou pela Opus e com professores como o fantástico músico Fabiano Marquezine e Felipinho da Casinha Musical com quem teve aulas de contrabaixo.
Alberto Vais Sobrinho é Ouro Fino
Alberto Vais Sobrinho é Ouro Fino
Uma das maiores alegrias do cantor sertanejo são as modas de viola. "Muitas contam a minha história", diz ele
"Admiro a dupla Tião Carreiro e Pardinho"
Célia Pires
Alberto Vais Sobrinho mora em Américo Brasiliense. Faz dupla com Tião Canhoto e seu nome artístico é Ouro Fino. Em seu programa de rádio a música mais pedida é ‘Minha história’, uma espécie de autobiografia de Alberto e que retrata vários momentos de sua vida.
E por falar em vida, esse homem de coração sertanejo nasceu em Petrolândia, Santa Catarina, no dia 24 de maio de 1951. Filho de Paulo Luis Vais e de Laureci Vieira Vais. É irmão de Roberto, Gilberto, Célio, Maria Paulina, Zenita e dos saudosos Maria Liberaci, Norberto e João.
Na cidade natal ficou até a idade de 20 anos, onde começou a trabalhar na roça aos 14 anos, na fazenda Rio D'Jango da família Guetta que praticamente o adotou. Só voltava para casa nos finais de semana.
E por falar em vida, esse homem de coração sertanejo nasceu em Petrolândia, Santa Catarina, no dia 24 de maio de 1951. Filho de Paulo Luis Vais e de Laureci Vieira Vais. É irmão de Roberto, Gilberto, Célio, Maria Paulina, Zenita e dos saudosos Maria Liberaci, Norberto e João.
Na cidade natal ficou até a idade de 20 anos, onde começou a trabalhar na roça aos 14 anos, na fazenda Rio D'Jango da família Guetta que praticamente o adotou. Só voltava para casa nos finais de semana.
O problema foi a escola, pois só cursou até a quarta série na escola Hermes Fontes. "A gente precisava ajudar os pais. Éramos em oito".
Para ir para casa nos finais de semana ia a pé. Eram 8 quilômetros de pernada para ir e também para voltar.
Nesta fazenda ficou durante cinco anos, pois em determinado momento achou que aquilo não era vida para ele. Assim acabou indo se aventurar no Paraná, na cidade Vila Mercedes, onde trabalhou na 'enxada e no machado'.
A passagem no Paraná foi curta, pois ficou doente por conta de comer o miolo do abacaxi e acabou com as 'paredes' de seu estomago. Até hoje não pode nem ver abacaxi! "Chegava da roça e comia abacaxi que tinha em volta da casa. Como adoeci acabei retornando para Petrolândia".
Alberto conta que Petrolândia, que tem como meio de subsistência a lavoura, tinha como referência uma fecularia. Não tinha quase nenhum tipo de diversão como cinema. Para se distrair a rapaziada pescava e jogava bola aos domingos quando sobrava uma brechinha. "Hoje tem até umas praças legais lá, mas pouco frequentadas, pois o pessoal rala a semana inteira e quer mais é descansar, ficar sossegado nos finais der semana".
Depois de recuperado foi novamente trabalhar na roca, por empreitada até que decidiu ir tentar a sorte em São Paulo. Como a irmã Liberaci já morava na cidade ficou um tempo na casa dela até se acostumar com a cidade. Posteriormente foi morar em uma pensão. "A viagem para São Paulo foi feita junto com um amigo que levava uma carga de cebola para o Ceasa. Foram 12 horas de viagem".
Questionado sobre qual foi a sua percepção de São Paulo, conta que chegou assustado como a maioria.
Questionado sobre qual foi a sua percepção de São Paulo, conta que chegou assustado como a maioria.
Um metalúrgico
Quando chegou, o cunhado Narbal o esperava no Ceasa. "Durante o tempo que fiquei na minha irmã, em Santa Adélia, foram quatro meses sem trabalhar. Não podia começar, pois os meus documentos que havia esquecido no hotel não chegavam. Quando chegaram fui trabalhar em uma metalúrgica, a Nordon, que ficava em Santo André. Isso foi em 1972".
Depois de três anos na Nordon como ajudante de caldeiraria achou que a coisa não estava muito boa e novamente retornou para a terra natal, onde novamente foi trabalhar na roça até que arrumou serviço na metalúrgica Rio Sulense. Desta vez como ajudante de soldador. 'Fiquei nesta metalúrgica durante cinco anos. Quando já dominava o ofício senti que era hora de retornar para São Paulo. E já na capital voltei a trabalhar no mesmo lugar, na Nordon. Ali fui contratado como meio oficial de soldador. Permaneci ali de 79 a 2003 onde acabei me aposentando", conta ele acrescentando que quando entrou novamente na empresa fez uma prece, no banheiro, profetizando que só sairia dali aposentado.
Na Nordon, de meio oficial passou a soldador, depois para soldador especial. "A firma prestava serviços para a Petrobras, cervejaria, para a Rhodia, entre outros".
Alberto conta que em 97 se aposentou, mas continuou trabalhando. Em 98/99 a Inepar (depois IESA) comprou a Nordon e em determinado momento, em 1999, veio para Araraquara. "Entre as centenas de soldadores fui um dos escolhidos para vir para a Araraquara. Fui trabalhar em Américo. Fiquei na empresa até 2003, quando a empresa me demitiu".
Quando veio para Araraquara foi montada uma república na Vila Xavier para os funcionários e aos poucos cada um foi buscando a família. "A mudança da família foi feita no dia do meu aniversário, 24 de maio. Fomos morar em Américo Brasiliense onde estou até hoje".
Alberto casou com a Maria do Socorro Moura Vais que conheceu em São Paulo. O grande amor morava na mesma rua onde morava sua irmã. "Nos casamos em 1982. Temos dois filhos, Juliana e os gêmeos João Paulo e Júlio Cesar. Vai fazer 19 anos que moramos em Américo, Vila Cerqueira, mas minha mulher brinca que não quer morrer na cidade não. E eu digo brincando: e a gente tem lugar para morrer?".
Sempre que pode Alberto vai para Santa Catarina, especialmente para a cidade natal visitar os familiares que ficaram por lá.
Recanto Caipira
Alberto é um apaixonado por música. "Sempre gostei. Desde o tempo da Radio Nacional de São Paulo, quando meu pai ligava o rádio às 20h30 e a gente ficava escutando os caipiras. Meu pai tocava cavaquinho e, ele e o irmão, estavam sempre juntos bem como os tios por parte da mãe eram todos músicos, tocavam gaita (sanfona). Acho que essa coisa de música está no sangue".
Quando já estava em São Paulo, Alberto conheceu o saudoso Rondon, um senhor que tocava viola e cantava muito bem. Começamos a cantar junto e gravamos a música 'Ferreirinha'. Eu tocava viola e foi Rondon que me ensinou a tocar".
Com Rondon a dupla se separou somente por conta da vinda de Alberto para Araraquara, mas sempre que podia o amigo vinha para a região para tocarem juntos. Assim cantaram em muitos e muitos aniversários. "Esse não era parceiro, era amigo que ainda a gente sente muita falta dele".
Em dado momento, Alberto conheceu João Platino, de Araraquara, que ministrava a ele aulas de viola. "Juntos gravamos o disco 'Seresteiro da Lua' e em seguida o volume 2 que entra uma música intitulada 'Minhahistoria' composta em parceria com o compositor Rubens Simões, de Brotas. é a minha vida. Fala de Araraquara e de Américo Brasiliense, dos meus filhos, de quando eu trabalhava em Petrolândia na junta de boi, do cachorro Guarani".
Posteriormente, através do amigo locutor Donizete de Paula entrou para a rádio Maranatá FM, de Américo. A parceria com Platino, mas a amizade continua.
Alberto apresenta seu programa 'Recanto Caipira' há seis anos, das 17 às 19 horas, de segunda a sábado ao vivo e a cores. Uma das músicas mais pedidas e a 'Minha história'.
Atualmente Alberto faz dupla com Aguinaldo Ribeiro Feitoza, oTião Canhoto, que conheceu através da esposa do mesmo, Conceição que ligava na rádio pedindo músicas. "Um dia ela disse que seu marido já tinha tocado muita viola e cantado. Outro dia em que ela ligou perguntei se poderia falar com ele. Depois de um bom bate papo resolveram se conhecer. Nasceu a dupla Tião Canhoto e Ouro Fino.
Alberto tem o nome artístico de Ouro Fino, nome que sonhou. “No sonho alguém me perguntava qual o nome do meu parceiro. Eu disse que era João Platino e a pessoa me sugeriu que colocasse Ouro Fino. Assim ficou João Platino e Ouro Fino. Pegou”.
Antes de trabalhar no rádio trabalhou na Metal Brás, cujo proprietário Vanderlei que me chamava de violeiro me deu uma viola de presente. "Comecei a me dedicar somente ao rádio e à música e tocava em casa com meu filho João Paulo, que é professor de viola, até conhecer o Tião Canhoto. Já o meu filho Júlio trabalha como programado na rádio. Já a Juliana, minha filha, fez psicologia".
A dupla com Tião já e o primeiro trabalho juntos é o CD 'Recordação de mineiro'. O bar do Baixinho, em Américo, acolhe a dupla todos os domingos, do meio-dia às 16 horas, com muito modão sertanejo.
Pode se encontrar no You Tube trabalhos de uma antiga parceria com João Platino e no Facebook da rádio informações sobre seu programa.
Contato: 9997132733.
Matéria publicada em 17 de março de 2018
Valdir Massucato, um patriota!
Valdir Massucato, um patriota!
“Ficar só no whatsapp criticando não adianta”
Da redação
“A vida, às vezes, nos dá toques tão sutis que nossa antena não pega .Por isso percorri não somente o Caminho de Santiago, mas de mim mesmo. Agucei a minha percepção e hoje sinto até a energia das pessoas”. Essas são palavras do empresário Valdir Massucato, um inconformado com a corrupção assassina do país, que segundo ele, mata entre outras coisas, a educação e a saúde. Ele conta que não foi um garoto pobre, pois seu avô tinha propriedades, mas viveu no meio da pobreza e sabe das dificuldades que ela traz. E embora venha de uma família politizada, o que fez com que Valdir Massucato pensasse em entrar para a politica foi a corrupção. “Acho que pessoas do bem, pessoas novas não entrarem na politica, o caminho fica aberto para corruptos. Então, o me instigou nesse momento foi essa corrupção desenfreada que o país está passando. Embora eu não precise disso, poderia estar curtindo a minha vida, alienado, mas não posso ver e ficar quieto. Ficar só no whatsapp criticando não adianta”.
Por essa razão, Massucato migrou do PSB para o Patriota de Araraquara, pois acredita na legenda, além de compartilho de muitas ideias defendidas pelo partido. “ Quero o melhor para a minha cidade e vou contribuir para que o partido cresça ainda mais”, diz ele que deverá se candidatar a um dos cargos na próxima eleição.
Por essa razão, Massucato migrou do PSB para o Patriota de Araraquara, pois acredita na legenda, além de compartilho de muitas ideias defendidas pelo partido. “ Quero o melhor para a minha cidade e vou contribuir para que o partido cresça ainda mais”, diz ele que deverá se candidatar a um dos cargos na próxima eleição.
(Matéria publicada em 18 de fevereiro de 2018)
Um pouco de Massucato
Valdir Massucato nasceu no dia 20 de dezembro de 1960, em Boracéia que dista 80 quilometros de Araraquara .É filho de Aurélio Massucato e Dines Massucato e irmão mais velho de Paulo. Esposo apaixonado desde sempre de Elaine Sgavioli Massucato e pai amoroso de Bárbara e Isabela.
Quando tinha 12 anos,o pai, uma pessoa extremamente generosa e querida em Boraceia foi eleito prefeito. Com isso, a família se mudou da zona rural para a cidade. Mas para o menino tímido que chegava da fazenda e já com destaque como filho de prefeito teve momentos bons, mas outros não propriamente constrangedores, mas não tão agradáveis”.
Embora tenha sido prefeito somente uma vez, a prefeitura de Boraceia ganhou o nome de ‘Eugênio Massucato’ em, homenagem ao grande ser humano que foi às suas realizações, como por exemplo, conseguir o asfalto de Boracéia/Pederneiras e Boracéia/Bariri. Era tudo estrada de terra. Uma outra conquista foi a implantação do Colegial para a localidade, pois para cursar- lo era necessário se deslocar para outra cidade. “E meu era tão generoso que não quis seguir carreira politica; Ele achava assim como também acho que politica é para servir. Então foi candidato uma vez, na época pela Arena, fez a sua parte e achou que deveria dar a vez para outro”.
Secos e molhados
Morar na fazenda Bairro Mombuca(colônia italiana) era para ele a coisa mais gostosa do mundo onde o lazer era nadar no rio Tietê que passava pertinho, pescar e jogar futebol. ‘Meu avô, Paulo Pinton, tinha um armazém de secos e molhados e eu gostava muito de trabalhar com ele. Isso desde os sete anos. Era uma época em que se podia trabalhar e era gostoso. Ficava ajudando ele no balcão”.
Valdir faz uma viagem ao passado e conta que esse seu avô tinha uma visão muito empreendedora para os padrões da época. ”Na venda tinha máquina de beneficiar arroz, milho. Ali se fazia fubá , tinha açougue e barbearia”.
Valdir sempre gostou de estudar e na escola da fazenda, além de aprender, como não tinha muitos alunos como nas escolas atuais, as aulas era para ele e para os amigos um momento de encontro.
O empresário ainda se surpreende ao lembrar que na fazenda onde nasceu, uma professora ministrava aulas para a primeira, segunda e terceira séries. Eram três lousas na sala de aula, “Ela tinha o controle da classe e quando tive que fazer o quarto ano, tinha que sair do sitio e andar 8 quilômetros de bicicleta para ir até outra escola. Brinco que minha voz é rouca de tanta poeira que engoli. Só não ia de bicicleta quando chovia ou quando estava muito frio, pois meu pai me levava”.
Valdir faz uma viagem ao passado e conta que esse seu avô tinha uma visão muito empreendedora para os padrões da época. ”Na venda tinha máquina de beneficiar arroz, milho. Ali se fazia fubá , tinha açougue e barbearia”.
Valdir sempre gostou de estudar e na escola da fazenda, além de aprender, como não tinha muitos alunos como nas escolas atuais, as aulas era para ele e para os amigos um momento de encontro.
O empresário ainda se surpreende ao lembrar que na fazenda onde nasceu, uma professora ministrava aulas para a primeira, segunda e terceira séries. Eram três lousas na sala de aula, “Ela tinha o controle da classe e quando tive que fazer o quarto ano, tinha que sair do sitio e andar 8 quilômetros de bicicleta para ir até outra escola. Brinco que minha voz é rouca de tanta poeira que engoli. Só não ia de bicicleta quando chovia ou quando estava muito frio, pois meu pai me levava”.
Aprendiz
Na época em se mudaram para a zona urbana de Boracéia, seu avô arrumou para Valdir para que fosse depois das aulas ser aprendiz em um escritório de contabilidade, já que não havia mais a possibilidade dele ajudar no armazém de secos e molhados e também para que não ficasse na rua. “O fato de ter trabalhado com meu avô desde criança e em um escritório de contabilidade dos 12 até os 17 anos foi muito importante para a minha vida profissional. O nosso lazer era no final de semana por que o restante era trabalho e escola. E quanto à remuneração eu nem recebia. Meu pai que me dava algum dinheiro, porque não era pelo dinheiro, mas sim pelo aprendizado”.
Posteriormente , como o pai fosse corretor de café, a família se mudou para Bariri, onde ficava sediado o escritório. Em razão disso, terminou o curso médio na referida cidade onde ficaram por três anos. ‘Meu pai retornou para Boraceia e eu fui para Bauru fazer cursinho e prestar vestibular para a faculdade de Direito”.
Fez a faculdade na Instituição Toledo de Ensino. Só que nunca exerceu a profissão, pois nesse ínterim tinha que trabalhar e estudar.” Fui trabalhar na Coca- Cola como vendedor em 1979.Fiquei somente seis meses, pois o diretor viu algum potencial em e me colocou no treinamento da Coca-Cola Internacional. Quando voltei assumi a chefia de Promoções e Eventos. Posteriormente pela gerência de vendas da Coca- Cola em Bauru. Fui promovido a gerente comercial da fábrica da Coca-Cola em Marilia, quando da sua inauguração, onde me especializei a vender os produtos que não se vendia como Sprite, Tai e Kaiser. Nesse momento me destaquei por vender Kaiser e a mesma que era uma empresa coligada à Coca-Cola me convidou para assumir a Kaiser Nordeste. Fiquei em Salvador por dois anos”.
Posteriormente , como o pai fosse corretor de café, a família se mudou para Bariri, onde ficava sediado o escritório. Em razão disso, terminou o curso médio na referida cidade onde ficaram por três anos. ‘Meu pai retornou para Boraceia e eu fui para Bauru fazer cursinho e prestar vestibular para a faculdade de Direito”.
Fez a faculdade na Instituição Toledo de Ensino. Só que nunca exerceu a profissão, pois nesse ínterim tinha que trabalhar e estudar.” Fui trabalhar na Coca- Cola como vendedor em 1979.Fiquei somente seis meses, pois o diretor viu algum potencial em e me colocou no treinamento da Coca-Cola Internacional. Quando voltei assumi a chefia de Promoções e Eventos. Posteriormente pela gerência de vendas da Coca- Cola em Bauru. Fui promovido a gerente comercial da fábrica da Coca-Cola em Marilia, quando da sua inauguração, onde me especializei a vender os produtos que não se vendia como Sprite, Tai e Kaiser. Nesse momento me destaquei por vender Kaiser e a mesma que era uma empresa coligada à Coca-Cola me convidou para assumir a Kaiser Nordeste. Fiquei em Salvador por dois anos”.
Araraquara
Valdir conta que nessa mesma época estava inaugurando a fábrica de Araraquara e o presidente o convidou para que pudesse ficar mais perto da família. Ele argumentou que se fosse pela família não aceitaria, pois a mesma poderia visita-lo no Nordeste, mas se a empresa precisasse dele, viria, Assim veio para Araraquara.”Já faz 23 anos”.
Com mais uma promoção Valdir chegou a comandar a Kaiser do estado de São Paulo, Mato-Grosso , Triangulo Mineiro e Paraná. “Fiquei até 2001. Depois disso montei uma empresa consultoria, onde trabalhei com diversas empresas, onde a que mais se destacou foi a do grupo Montoro onde fiquei cinco anos, onde acabei me apaixonando por comunicação. Paralelamente, investia em hotéis desde 98, ou seja, o que eu ganhava eu investia em hotéis. Em 20012 parei com a consultora e me dediquei somente aos hotéis, como investidor de redes como a Accor, no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná”.
Ferroviária S/A
O pai de Valdir era palmeirense e torcia também pela Ferroviária. “ Fui o primeiro presidente da Ferroviária S/A.Ninguém queria(risos).por conta da imensa divida. Eu gostava de futebol, mas nem tanto. Era só para gerir, sem remuneração. Não ia aceitar, mas a lembrança do meu pai bateu fundo e acabou aceitando”. Sob sua administração, a Locomotiva voltou aos trilhos.
Caminho de Santiago
Valdir queria fazer um retiro espiritual. Optou pelo Caminho de Santiago. Foi sozinho, a partir da França. “Lá você caminha e é você com você. E é tanta paz que você acaba refletindo sobre muitas coisas, como o fato de que a vida pode ser simples e gostosa. Você fica pensando em momento o homem achou que para ser feliz é preciso ter muita coisa, muita matéria para carregar?No caminho aprendemos a ser solidários. E o melhor é que depois de percorrido, o caminho não sai mais da gente. O caminho mudou a minha vida. Antes não observava os detalhes das coisas, das pessoas, se Deus existia, não que não acreditasse. Ficava procurado milagres. Nessa caminhada me lembrei de quando nasceu a minha primeira filha, da hora que foi amamentada, da beleza do momento em mesmo dormindo ela sugou o leite materno para se alimentar de leite e de amor. Quer coisa mais milagrosa do que isso?Me arrepia. Foi ai que me encontrei com Deus nessa recordação onde também”, diz acrescentando que hoje sua percepção é maior, onde a energia alheia é percebida. “Nada acontece à toa na nossa vida.“Aprendi que é preciso ser para ter e não o contrário”.
Jorge Okada, o menino da sopa
Publicada em 20 de março de 2017
Jorge Okada, o menino da sopa
Ele guarda como relíquia a revista do O Imparcial do 135º aniversário de Araraquara. Em uma das páginas, o destaque é ele, ainda menino
Célia Pires
Na segunda-feira, um senhor oriental muito simpático veio até a redação d’O Imparcial. Ele que é professor de origami e matemático. Trazia consigo um tímido sorriso, uma expansiva simpatia e uma revista antiga que carregava com todo cuidado.
Convidado a se sentar, contou que se chamava Jorge Okada, nome que, segundo ele, tinha vários homônimos, inclusive em Araraquara.
Já a revista, um exemplar do O Imparcial de aniversário dos 135 anos de Araraquara, de 1952, trazia uma reportagem sobre o Parque Infantil ‘Leonor Mendes de Barros’ com texto de João Ferraz e fotos de Lúcio Silva e Darc Gaudiosi. Uma das fotos trazia um menino oriental de uns três anos, comendo gulosamente um prato de sopa. O menino era ele, Jorge Okada, hoje com 71 anos.
“Como eu era muito comilão me pegaram no flagra na hora da foto, eu era tão guloso que quando acabava de tomar a sopa pedia mais e falava, caso não me dessem: daqui não saio!”.
Como Araraquara fará 200 anos em agosto próximo, Okada ressalta que achou interessante contar o que foi feito daquele menino mais de meio século depois.
A revista que era de seu pai foi transferida para Jorge quando ele já estava casado, com filhos. “Guardo como uma relíquia, principalmente por causa do parquinho. Tenho muitas histórias de lá. Para se ter uma ideia, no parquinho eu cantava para ganhar umas balas”.
Okada também se recorda que certa vez o Papai Noel do ‘Parquinho Noel’ era ninguém menos que o prefeito da cidade, Pereira Barreto.
São tantas lembranças que Okada traz como a que na creche do Parque Infantil naquela época era atendido pelo médico Dr. Logatti.
Questionado sobre onde mora, conta que atualmente reside em São Carlos, mas que já morou em São Pedro quando se aposentou, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos filhos.
Jorge Okada nasceu no dia 11 de junho de 1949, em Araraquara, no bairro de Santa Angelina. Filho de Issamu, natural de Osaka, Japão, e de Kiyo. “Meu pai veio com meus avós, minha mãe, Kiyo, natural de Ito, veio com um irmão dela, portanto não poderia vir, mas deram um jeitinho fazendo um casamento fictício para a imigração, Nem sei quem é, mas é uma pessoa que veio como marido dela.
Os pais de Okada se conheceram no Brasil, provavelmente em Olímpia. A vida destes imigrantes não foi fácil. Eles trabalhavam em um sistema que pode ser considerado de semiescravidão. Para se ter uma ideia tinham que comprar na venda da própria fazenda e era uma conta sem fim, pois sempre estavam devendo. “Meu pai era muito honesto e ficou, mas outros, que acabaram ficando bem financeiramente, fugiam sem pagar a dívida. Só que ele era uma pessoa honesta e de muita confiança e como tinha facilidade para fazer contas era quem controlava o peso das colheitas, como a de algodão e café, por exemplo.
Jorge se lembra que passaram pela fazenda Martinho Prado. Depois a família foi para Pradópolis. Como os irmãos de Jorge viviam doentes, o padrinho de uma das irmãs dele sugeriu que fossem para Araraquara, pois a cidade era boa, um local onde as pessoas tinham saúde. Assim vieram para cá. Foram morar próximo ao IEBA onde vendiam doce e posteriormente somente pipoca.
Quando tinha uns dois anos, a mãe o colocou no parquinho. "Minha irmã mais velha me levava nos ombros dela", diz acrescentando que no parquinho tinha um médico que se chamava Dr. Francisco Logatti que ao longo dos anos se tornou um amigo até o fim de sua vida. “Ele me tratava com um carinho muito especial. Quando fui estudar agrimensura, ele era o diretor da Escola Técnica de Agrimensura”.
Okada conheceu o filho de Dr.Logatti, Chiquinho, que também estava se preparando para prestar vestibular, pois iria ter o primeiro ano da Civil. Só que para Okada não deu certo, mas Dr. Francisco Logatti arrumou para que ele fosse trabalhar na Camargo Correa, em Ilha Solteira, cidade que ajudaria a construir. “Quase todas as ruas fui eu quem loquei”, diz o matemático.
Na segunda-feira, um senhor oriental muito simpático veio até a redação d’O Imparcial. Ele que é professor de origami e matemático. Trazia consigo um tímido sorriso, uma expansiva simpatia e uma revista antiga que carregava com todo cuidado.
Convidado a se sentar, contou que se chamava Jorge Okada, nome que, segundo ele, tinha vários homônimos, inclusive em Araraquara.
Já a revista, um exemplar do O Imparcial de aniversário dos 135 anos de Araraquara, de 1952, trazia uma reportagem sobre o Parque Infantil ‘Leonor Mendes de Barros’ com texto de João Ferraz e fotos de Lúcio Silva e Darc Gaudiosi. Uma das fotos trazia um menino oriental de uns três anos, comendo gulosamente um prato de sopa. O menino era ele, Jorge Okada, hoje com 71 anos.
“Como eu era muito comilão me pegaram no flagra na hora da foto, eu era tão guloso que quando acabava de tomar a sopa pedia mais e falava, caso não me dessem: daqui não saio!”.
Como Araraquara fará 200 anos em agosto próximo, Okada ressalta que achou interessante contar o que foi feito daquele menino mais de meio século depois.
A revista que era de seu pai foi transferida para Jorge quando ele já estava casado, com filhos. “Guardo como uma relíquia, principalmente por causa do parquinho. Tenho muitas histórias de lá. Para se ter uma ideia, no parquinho eu cantava para ganhar umas balas”.
Okada também se recorda que certa vez o Papai Noel do ‘Parquinho Noel’ era ninguém menos que o prefeito da cidade, Pereira Barreto.
São tantas lembranças que Okada traz como a que na creche do Parque Infantil naquela época era atendido pelo médico Dr. Logatti.
Questionado sobre onde mora, conta que atualmente reside em São Carlos, mas que já morou em São Pedro quando se aposentou, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos filhos.
Jorge Okada nasceu no dia 11 de junho de 1949, em Araraquara, no bairro de Santa Angelina. Filho de Issamu, natural de Osaka, Japão, e de Kiyo. “Meu pai veio com meus avós, minha mãe, Kiyo, natural de Ito, veio com um irmão dela, portanto não poderia vir, mas deram um jeitinho fazendo um casamento fictício para a imigração, Nem sei quem é, mas é uma pessoa que veio como marido dela.
Os pais de Okada se conheceram no Brasil, provavelmente em Olímpia. A vida destes imigrantes não foi fácil. Eles trabalhavam em um sistema que pode ser considerado de semiescravidão. Para se ter uma ideia tinham que comprar na venda da própria fazenda e era uma conta sem fim, pois sempre estavam devendo. “Meu pai era muito honesto e ficou, mas outros, que acabaram ficando bem financeiramente, fugiam sem pagar a dívida. Só que ele era uma pessoa honesta e de muita confiança e como tinha facilidade para fazer contas era quem controlava o peso das colheitas, como a de algodão e café, por exemplo.
Jorge se lembra que passaram pela fazenda Martinho Prado. Depois a família foi para Pradópolis. Como os irmãos de Jorge viviam doentes, o padrinho de uma das irmãs dele sugeriu que fossem para Araraquara, pois a cidade era boa, um local onde as pessoas tinham saúde. Assim vieram para cá. Foram morar próximo ao IEBA onde vendiam doce e posteriormente somente pipoca.
Quando tinha uns dois anos, a mãe o colocou no parquinho. "Minha irmã mais velha me levava nos ombros dela", diz acrescentando que no parquinho tinha um médico que se chamava Dr. Francisco Logatti que ao longo dos anos se tornou um amigo até o fim de sua vida. “Ele me tratava com um carinho muito especial. Quando fui estudar agrimensura, ele era o diretor da Escola Técnica de Agrimensura”.
Okada conheceu o filho de Dr.Logatti, Chiquinho, que também estava se preparando para prestar vestibular, pois iria ter o primeiro ano da Civil. Só que para Okada não deu certo, mas Dr. Francisco Logatti arrumou para que ele fosse trabalhar na Camargo Correa, em Ilha Solteira, cidade que ajudaria a construir. “Quase todas as ruas fui eu quem loquei”, diz o matemático.
Orgulho
Okada sente um imenso orgulho de ter a sua vida misturada a de Francisco Logatti. Toda vez que vinha para Araraquara ia visitar o propulsor dos seus sonhos.
Depois foi trabalhar em Planura, na barragem e construção da cidade. Nesse lugar conheceu Mauricio, a pessoa que o levaria para São Paulo, onde poderia realizar seu sonho de fazer faculdade.
Em Araraquara chegou a trabalhar na Talavasso. Em São Paulo, onde se aposentou em 99, trabalhou no Metro da cidade. “Comecei na Hidroservice, trabalhou em Belém, Brasília, Mogi das Cruzes, entre ouros lugares como Engevix com os franceses na parte de ferrovia.
Essa questão de fazer faculdade foi muito penoso para Okada, pois na época, a família seguia uma tradição de respeito à hierarquia de que se o filho mais velho não fez faculdade nem seria o caçula que iria fazer. E esse era um dos motivos que Okada queria sair de casa, pois queria estudar, e quando Logatti veio com uma nova possibilidade, agarrou a mesma com unhas e dentes.
Para ele, fazer faculdade foi um desafio vencido. Ele que fez Mackenzie em São Paulo, a despeito da tradição oriental que poderia frustrar seus sonhos, carrega dos pais lições que considera valiosas: a mãe ensinou a não excluir ninguém, a não discriminar. Já o pai, a ser honesto e dizia: os outros podem ser desonestos com você, mas você não. “É essa honestidade que também deixo como legado para meus filhos”.
Depois foi trabalhar em Planura, na barragem e construção da cidade. Nesse lugar conheceu Mauricio, a pessoa que o levaria para São Paulo, onde poderia realizar seu sonho de fazer faculdade.
Em Araraquara chegou a trabalhar na Talavasso. Em São Paulo, onde se aposentou em 99, trabalhou no Metro da cidade. “Comecei na Hidroservice, trabalhou em Belém, Brasília, Mogi das Cruzes, entre ouros lugares como Engevix com os franceses na parte de ferrovia.
Essa questão de fazer faculdade foi muito penoso para Okada, pois na época, a família seguia uma tradição de respeito à hierarquia de que se o filho mais velho não fez faculdade nem seria o caçula que iria fazer. E esse era um dos motivos que Okada queria sair de casa, pois queria estudar, e quando Logatti veio com uma nova possibilidade, agarrou a mesma com unhas e dentes.
Para ele, fazer faculdade foi um desafio vencido. Ele que fez Mackenzie em São Paulo, a despeito da tradição oriental que poderia frustrar seus sonhos, carrega dos pais lições que considera valiosas: a mãe ensinou a não excluir ninguém, a não discriminar. Já o pai, a ser honesto e dizia: os outros podem ser desonestos com você, mas você não. “É essa honestidade que também deixo como legado para meus filhos”.
Araraquara
O saudoso Nobolu foi presidente da Nipo, do Clube dos 50 e candidato a vereador. Recebeu várias homenagens de clubes como 22 de Agosto e até virou nome de rua, através de um projeto de lei de Mário Okama que estudou no IEBA(Instituto de Educação Bento de Abreu) com Jorge; o saudoso Teru, Tieko e a saudosa Ury.
“Eu devo tudo a Araraquara. Começando pela minha família que só melhorou de vida depois que se mudou para Araraquara, Eu me formei aqui no ensino técnico no Logatti. Depois fui para São Paulo fazer faculdade e lá me aposentei”.
Autor de vários projetos, fez matemática por causa de Okada. Ele conta que a fabriqueta de pipoca japonesa da família era feita artesanalmente. O negócio durou até o final da década de 60.
Família
Jorge Okada é casado com Maria Tamaki Okada, desde 1979. O casal que hoje ensina a fazer origamis teve três filhos: Dagoberto Yukio, Guilherme Takayoshi e Theofilo Satoshi. “Eu coloquei esses nomes para que não ocorrem homônimos como o meu, pois tive muita dor de cabeça, pois um homônimo devia em todos os cartórios”.
“Eu devo tudo a Araraquara. Começando pela minha família que só melhorou de vida depois que se mudou para Araraquara, Eu me formei aqui no ensino técnico no Logatti. Depois fui para São Paulo fazer faculdade e lá me aposentei”.
Autor de vários projetos, fez matemática por causa de Okada. Ele conta que a fabriqueta de pipoca japonesa da família era feita artesanalmente. O negócio durou até o final da década de 60.
Família
Jorge Okada é casado com Maria Tamaki Okada, desde 1979. O casal que hoje ensina a fazer origamis teve três filhos: Dagoberto Yukio, Guilherme Takayoshi e Theofilo Satoshi. “Eu coloquei esses nomes para que não ocorrem homônimos como o meu, pois tive muita dor de cabeça, pois um homônimo devia em todos os cartórios”.
Lembranças
“Uma vez uma professora deixou minha irmã de castigo. Quando eu vi peguei uma varinha e comecei a correr atrás da professora. Eu tinha uns três anos”. Eu me lembro de que estudava na escola João Manoel do Amaral que trouxe os alunos para conhecer no jornal O Imparcial o primeiro linotipo. Eu tinha sete anos. A criançada veio toda num caminhão FNM ver a novidade. Fui fazer matemática por causa de Oswaldo São Jorge que escrevia livros sobre a matéria”.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Gê Negrão – Geraldo Hilário da Silva Filho
O famoso apelido surgiu principalmente por conta de ser moreno e por gostar de música, em especial o samba
Nascido em Araraquara no dia 5 de janeiro de 1954, esse grande cara, literalmente, passou a primeira parte de sua infância no São José. “Me lembro que brinquei muito no parque infantil ‘Carmelita Garcez’ e outra parte passei no bairro do Carmo, onde morei até os 17 anos”. Gê, que é engenheiro civil, trabalha numa empresa, mas nunca abandonou a sua grande paixão que é a música. “Essa paixão começou no grupo escolar ‘Florestano Libutti’, onde o diretor era o Aristides Bussadori. “Eu tinha 8 anos de idade e já cantava. Também me recordo que no grupo tinha um orfeão e eu sempre fui ligado à arte. Se não me engano, uma sexta-feira de cada mês, as classes, naquela época, cantavam o Hino Nacional no galpão do grupo e cada classe tinha um ou dois alunos que recitavam, faziam poesia.
Eu sempre estava no time daqueles que declamavam. No próprio grupo tinha o Orfeão regido pela Maria Gaspar. Assim, duas vezes por semana quando terminavam minhas aulas pela manhã eu ficava junto com um outro amigo, o Gilson. Os ensaios aconteciam no anfiteatro da escola para ensaiar o canto orfeônico. Eu gostava daquilo.” Gê se recorda que sempre assistia ao programa Clube dos Artistas, especialmente o Almoço com as Estrelas, com Airton e Lolita Rodrigues. “Eu via as orquestras tocando e observava os bateristas. Eu via, mas não tinha essa informação. Assim, arrumei algumas latas, umas maiores e outras menores e montei uma bateria no fundo de casa. As vezes fico pensando que idéia foi essa de montar uma bateria e tocar com o cabo de vassoura? Tocava do meu jeito, mas o ritmo já estava ‘ juntando’ com a parte de canto.” Nessa questão de ritmo, Gê Negrão conta (rindo) que o músico Didinho Haddad sempre o convidou para tocar com ele, para estudar. “Ele é baterista e considera que eu tenho um ótimo ritmo. Eu nunca fui. Didinho até hoje me diz que está me esperando para eu ir a casa dele cada vez que nos encontramos.”
Os Bersanetti
Assim o tempo foi passando. Gê terminou o grupo e começou o ginásio e lá tinha um grupo de amigos, de uma família tradicional do Carmo, os Bersanetti. Dinho, Salame, Carlinhos Bersanetti, Lelei, Mirandinha, Caduco, Tuca, Zinho, Desastre e outros. “Eles tinham um grupo de samba que sempre se reunia no carnaval e eu era muito amigo da família e nisso ficava vendo o pessoal tocar. De vez em quando alguém dizia para pegar um instrumento como um tamborim. Assim comecei a tocar com eles.
Quando dava os intervalos da orquestra do Clube 22 de Agosto a gente entrava e começava a cantar aqueles sambas antigos e aquilo foi ‘virando’.” Nessa mesma época o ginásio Victor Lacorte não tinha fanfarra. “Assim, todos os alunos, juntamente com o diretor da época, Paulo Cochar, arrecadaram dinheiro, adquiriram instrumentos e montaram a primeira fanfarra da escola. Mas eu já estava me formando e quase saindo de lá, pois não tinha colegial.” Quando foi para o EEBA em 70, a primeira providência de Gê Negrão foi fazer parte da fanfarra da escola. “Em 71 eu já era instrutor da fanfarra e lá fizemos uma revolução colocando as meninas para tocar na fanfarra. Surpreenderam, pois tocavam muito bem, algumas superavam os meninos em talento”.
Festivais e serenatas
Dali do EEBA Gê começou a participar de festivais de música em Araraquara acompanhando alguns grupos, mas sempre na percussão. “Nessa época eu já havia começado a estudar violão. Quando terminou o colegial, fui para a faculdade (Logatti) de engenharia civil. Nessa mesma época conheci o Zé da Conceição e cantei muitas vezes com ele.” Gê conta que também montaram as escolas de samba, as baterias do Clube Araraquarense que fizeram, segundo ele, sucesso pra ‘xuxu’ nos anos 70. “A Escola de samba ‘Apesar de você’, onde o Tadeu Correa da Silva, Cardoso, Padeirinho, Salomão, Carlão, Marinho Belarde, Teroca, Claudião, Aru, Tuca, Paulinho Pasetto, Toninho Bitinga, Vartela, Amarelinho, Lau, Abi, Borghi (in memoriam), meu irmão João Renato (in memoriam), Ivan, Sergio Português, Carlinhos Java (in memoriam), Chiquinho Baterista (In memoriam), entre outros, tocavam também.” Gê conta que foram tocando e fazendo serenata. “Sempre gostei de fazer serenata com um grupo de amigos. Desde a época do ginásio. Escolhíamos uma menina e lá íamos nós. Muitas vezes bastava dizer que morava uma menina em certa casa que fazíamos serenata, às vezes nem sabíamos quem era. Às vezes aparecia, pai, mãe que convidava a gente pra entrar e a gente não sabia o nome de ninguém. A gente cantava pra eles também que gostavam”.
Pedaços de Choro
Essa paixão por cantar fez com que Gê também integrasse grupos musicais. “Desde 96 faço parte do grupo ‘Pedaços de Choro’, que tinha em sua composição Flávio Módulo, Tinho, Carlinhos Bersanetti, Marcos Lima, Itamar e Peru (in memoriam). De 1989 até 2007 fiz parte do Coral Araraquarense regido pelo maestro Moacyr Carlos Júnior e depois passei a integrar o coral Cantus Nobile, regido por Susy Mendes, além disso toco flauta transversal e sax”, conta dizendo que está sempre estudando. Negrão revela que adora música erudita e popular e que estuda flauta com o amigo e professor Claudinho Pesse, além de tocarem juntos.
Quando era garoto, o pai de Gê Negrão sempre quis que tocasse um instrumento. Foi quando começou com o violão. “Meu pai queria que eu tocasse sax e que meu irmão tocasse violão. Assim, eu e meu irmão fomos levando o violão e o sax ficou pra trás. Depois de muito tempo fui vendo, tocando, por estudar flauta, outros instrumentos, jazz, música brasileira fui me apaixonando pelo sax tanto quanto sou pela flauta.” Gê Negrão reflete ao ser indagado sobre fatos marcantes que ocorreram com ele durante sua trajetória musical. São tantas coisas que ele declina de falar, ele que também tocou muito na noite, orgulha-se de ter tido contato com grandes músicos. Recentemente uma das filhas de Gê, Marina, se casou. Ele entrou na igreja e ficou esperando pela filha ao invés de fazer a tradicional entrada do pai levando a noiva até o altar. “Todo mundo ficou na dúvida se perguntando como é que eu tinha entrado e a minha filha não? Mas eu peguei o microfone e fui ao encontro dela cantando ‘Marina’, conta ele emocionado. Assim é Gê Negrão, não somente um homem grande, mas um grande homem.
Grandes caminhos
Para Gê Negrão a música e o esporte são o grande caminho que leva à disciplina e ao respeito. “Quando você estuda música tem que cantar um pouco mais baixo, principalmente quando canta em coral e toca em grupo, pois não posso dar um acorde adiantado do outro. Tenho que esperar, respeitar o tempo para chegar naquele outro acorde, respeitar o volume que estou cantando para aparecer aquela outra voz. Isso já é disciplina, ou seja, meu direito vai até a hora que para lá e começa aqui, começa aqui para lá.
Todos juntos, um não pode destacar do outro, onde tenho que me preparar bem se não vou estragar o dos outros. Então, tanto na música quanto no esporte, pois são paralelas, não adianta a equipe treinar e eu não. Na hora em que for jogar vou atrapalhar o jogo.” Gê Negrão é filho de Geraldo e Maria, irmão do saudoso João Renato.
É casado com Pia há 30 anos é pai de Marina e de Carolina. Para ele ainda falta muita coisa para realizar. “A gente sempre tem vontade de fazer alguma coisa a mais”, diz ele acrescentando que seu envolvimento com a música e com o esporte o ensinaram muito e agradece a todas as pessoas que possibilitaram isso a ele, da disciplina às orientações, principalmente na maneira de se viver, valorizando todas as coisas da vida.
Vôlei
Por conta da alta estatura, Gê Negrão quando entrou para o EEBA passou a jogar na seleção juvenil e jogar na seleção de Araraquara. “Joguei vôlei de 1970 a 1977, sendo que em 73,74, joguei pela cidade de Bauru.” Indagado sobre o porquê não ter seguido com o vôlei, Gê conta que não havia esse incentivo como agora. “Era muito mais difícil. Teve gente que até chegou a ser convocado para uma peneira que teve para a seleção paulista.
Tinha um time bom em Araraquara, onde jogava o Yanke, o Turco, Gil, Tato, Lopasso, Paulo Schwartman, Tatalo, Brandão, Adalberto, Tomás, Lopassinho, Carlinhos Haddad, Nelsinho Solci (in memoriam), Marco Antonio Haddad, o Miudinho (in memoriam), entre outros. Joguei com todo esse pessoal”, diz saudoso não se esquecendo de citar que o técnico era o professor Urias, no EEBA, o professor Volmes.
Um fato marcante Uma vez jogando vôlei por Bauru contra o Santo André, em São Bernardo, mais de 85% dos jogadores eram da seleção brasileira, inclusive um dos jogadores era o famoso Moreno. Certa hora do jogo Gê Negrão se viu frente a frente com ele, que era seu ídolo. Sobrou uma bola para ele, Moreno. Ele ‘subiu’ deu a maior pancada do mundo. A bola espirrou longe. Ponto deles. Aplausos e mais aplausos. Quando ele passou pertinho da rede disse baixinho para Negrão sem que ninguém percebesse: “desculpa cara”. Para Negrão isso foi demais, pois ele teve que fazer aquela cortada. Regras do jogo. Mas a verdade é que se o golpe pega na orelha ‘matava’.
(Publicado em 14 de março de 2010)
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