sábado, 29 de janeiro de 2011



Marcelo Barbieri, o arquiteto de si mesmo!

O menino tímido do interior surpreendeu os colegas do colégio da capital, o Rio Branco. Era mesmo ele? Sim. Era ele, que com sua marca principal, a determinação, ganhou projeção nacional e realizou seu maior desejo: ser o prefeito da cidade em que nasceu.

Marcelo Fortes Barbieri, atual prefeito de Araraquara, nasceu no dia 21 de novembro de 1.956, na Maternidade Gota de Leite. Na época seus pais Nelson Barbieri e Maria Ruth Fortes Barbieri moravam na Avenida Feijó com a Carlos Gomes, na esquina. Ali, Marcelo, que tem como irmãos Maria Cecília (arquiteta), Nelson (engenheiro), Renato (cineasta) e Estela (educadora e artista plástica), passou toda a infância e adolescência. Ele enaltece o período de sua adolescência. “Isso marcou a minha vida, pois estudei no ‘Antonio Joaquim de Carvalho’, ‘Pedro José Neto’ e no ‘EEBA’, onde colegas e professores como Altamira Montese, Lurdes Palota, Dona Ruth, Ulisses, Dona Cidinha e a Dona Miriam, que me ensinou a ler jornal. “Comecei a ler jornal n’O Imparcial, que sempre fez parte da minha vida, tanto que o seu diretor, o saudoso Paulo Silva, foi uma pessoa que me influenciou muito.Mesmo depois de meu pai ter morrido, pois eram muito amigos, ia me visitar sempre na loja. Foi um professor também”.
Aos 17 anos foi para São Paulo fazer os últimos anos do colegial no Colégio Rio Branco, onde estudava Ayrton Senna e a irmã Viviane que era da sua turma. Ali foi goleiro do time de handbol e futebol de salão. Era o ano de 1975. Posteriormente, em 1975, ingressou na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), onde se formou em Administração de Empresas. Marcelo também cursou Economia e Geografia na USP, mas não chegou a se graduar. Barbieri conta que antes de ir para São Paulo não havia pensado em se envolver com a política. Aqui em Araraquara era apenas mais um estudante normal, um adolescente que praticava muito esporte, especialmente a natação, além de gostar muito de estudar e, principalmente, de ler muito. Seu envolvimento com a política praticamente começou quando estudava na FGV. Ali foi eleito representante de classe. “Nessa época mataram o Vladimir Herzog e eu estava na escola no dia em que eles o mataram. Estava vendo um show do Grupo Tarancon e no meio da apresentação foi anunciado o assassinato dele no DOI-CODI. Isso detonou a primeira greve que participei, que a nossa classe propôs à faculdade parar em protesto. Levei a proposta para a assembléia em nome de minha classe e a mesma aprovou em protesto pelo assassinato do jornalista”. A partir desse fato, o até então tímido rapaz do interior foi se envolvendo. De representante de classe passou a diretor do centro acadêmico, depois presidente do centro acadêmico da FGV. Posteriormente, diretor da União Estadual dos Estudantes e mais tarde,vice-presidente da União Nacional dos Estudantes,UNE, na reconstrução e depois no segundo mandato, diretor de relações internacionais da UNE.

MDB

Em 1975 se filiou e começou a atuar no MDB, pois era contra a ditadura. “Quando foi fundado o PT, Partido dos Trabalhadores, participei da reunião de fundação, pois era vice-presidente da UNE e fui convidado. Foi num restaurante em São Bernardo. Mas resolvi não entrar para o partido e ficar no PMDB, pois achava que o mesmo tinha mais condições de fazer a transição do período ditatorial para a democracia. Foi uma opção política minha de ficar no PMDB, portanto eu nunca sai do partido. Tanto que quando virou PMDB por uma força maior da ditadura, na época, que quis acabar com o partido, eu continuei no PMDB. Fui vice-presidente nacional do partido, cheguei a ser presidente nacional durante um período, depois fui tesoureiro do partido em São Paulo”.

Barbieri explica que primeiro foi presidente do partido em Araraquara, em 1.986, na época em que Clodoaldo Medina era prefeito e ele o convidou para assumir a presidência do partido. Na época, Marcelo atuava como empresário, pois o pai dele tinha falecido e havia voltado para Araraquara para ajudar e assumir a empresa da família. “Depois do período da época estudantil, em 1.982, fui candidato a deputado estadual com Montoro, morava em São Paulo e já tinha um filho. Perdi a eleição e o Montoro me convidou para trabalhar na secretaria da Educação do Estado, onde fiquei de 83 a 84. Em 84 meu pai estava com câncer muito mal, e me chamou para voltar para Araraquara”. Barbieri ressalta que voltar para Araraquara não foi algo doloroso, pois estava bem. “Se fosse em 82 quando perdi a eleição. Nessa época meu pai já havia me chamado para voltar. Não voltei, pois estava mal. Havia perdido a eleição e tinha dívida. Senti que não seria bom voltar, mas em 84 a situação era outra. Eu já tinha regularizada a minha situação e, portanto, não me senti numa condição de fraqueza para vir para Araraquara e meu pai estava muito mal, tinha assumido a empresa dos irmãos que haviam separado o patrimônio que tinham em comum, e tinha a loja, a Constrular Barbieri, além da construtora dele. Assim eu fiquei na loja e meu irmão que é engenheiro, o Nelson, havia ficado na construtora. Isso foi em 84.”
Desse Barbieri ficou trabalhando em Araraquara e não foi mais candidato em 86. Depois as empresas que a família tinha em comum se separaram, pois cada um queria tomar um rumo. Com isso a empresa foi desativada e Marcelo ficou com a loja. Mas em 1990 resolveu sair candidato a deputado federal pela região. “Na época ninguém acreditava que eu fosse me eleger, nem a minha mãe. Mas eu acreditava, até parecia meio lunático, e acabei tendo 46 mil votos, sendo 26 mil de Araraquara”. Vale lembrar que havia 20 anos que Araraquara não elegia um deputado. “Assim trabalhava em Brasília e em São Paulo. Como tinha a minha empresa, pedi para o Paulinho Rodrigues administrá-la. Depois a Zi, minha esposa, ficou um tempo na loja e quando fui reeleito em 94, como eu tocava a loja, na época, que era familiar, desativamos a mesma. Ai fiquei 94, fiquei 98 e em 2002 sai a federal e fiquei suplente. Em 2003 o Lula me chamou para trabalhar na Casa Civil como assessor especial dele no Palácio do Planalto, onde fiquei de março a dezembro de 2003”.

Araraquara

Depois de ter trabalhado na Casa Civil, Barbieri voltou para Araraquara e se candidatou a prefeito em 2004. Em 2005 assumiu a Câmara Federal, onde ficou até 2006. “Não fui candidato a deputado federal, apoiei o Dimas e o Massafera, que se elegeram e sai candidato a prefeito em 2008 e fui eleito. Eleito na quarta tentativa, Barbieri conta que o desejo de ser prefeito surgiu depois de acompanhar muito os trabalhos dos ex-prefeitos Valdemar De Santi , Clodoaldo Medina e Rubens Cruz . “Lembro que o De Santi era do MDB e meu voto para prefeito foi dele, pois na época era do meu partido. Depois votei no Medina, que também era do meu partido. Depois o Massafera era prefeito e eu era deputado federal . Acompanhei muito os trabalhos dos prefeitos e comecei a ver que o prefeito realiza e o deputado pede, discute as leis, mas não as executa. E eu, por ter sido empresário, ter acompanhado meu avô e meu pai, que foram empresários, aprendi a ter atração pela parte executiva de empreender, de fazer.
Então essa ‘obsessão’ por ser prefeito era um desejo de realizar. O prefeito tem mecanismos de realização que o deputado e o Legislativo não têm. Gostei de ser deputado, aprendi muita coisa com pessoas relevantes como Ulisses Guimarães, sobre o mundo, o que me deu muita bagagem e para exercer essa experiência no Executivo. Tinha vontade de ser executivo. Fiquei 14 anos no Legislativo e um ano no Palácio do Governo Federal, que me deu mais ânimo de viver o executivo”. Barbieri é indagado sobre o fato de ter se chegado mais à população, de fazer o chamado ‘corpo a corpo’ fez alguma diferença nas urnas. Ele responde que sim, pois o deputado federal fica muito em Brasília, o que acaba o distanciando, pois não há essa presença cotidiana. “Quando não fui candidato a deputado, em 2006, comecei a trabalhar numa outra empresa minha, pequena, mas com outra característica. Assim convivi mais no dia-a-dia da cidade e me envolvi com alguns projetos, como o da termoelétrica. Fiquei morando aqui direto e como deputado ficava muito em Brasília e em São Paulo, ou seja, ausente da cidade. Fui lançado pelo partido em 2007. Tive um ano para trabalhar e foi completamente diferente do que tinha sido antes”. Barbieri diz que um prefeito, diferentemente de um deputado, fica muito próximo da população por conta do trabalho desenvolvido por cada um deles.
O prefeito, por exemplo, vê desde o problema que uma pessoa está tendo com uma febre até o buraco de uma árvore, mas que é importante para aquela pessoa. “ Você tem que cuidar disso, desse dia- a- dia, do buraco, do cupim, mas também das coisas grandes como o da universidade de música”. Para Barbieri, o fato de se aproximar mais da população teve um saldo positivo tanto que acredita que isso o ajudou a ser prefeito, tanto que continua atendendo a população num dos dias da semana especialmente marcado para esse fim. Marcelo diz que essa espécie de agenda tem lhe trazido muito, pois as pessoas falam a verdade, trazem o problema ‘cru’, sem maquiagem. “ Isso me ajuda muito a administrar, pois um caso, às vezes, representa vários casos e está prejudicando a administração e não estava sabendo. “Também não consigo saber tudo, mas ouvindo a população eu vejo muita coisa. 80% dos casos são resolvidos, pois há as barreiras legais e materiais, mas a maioria consigo resolver e isso me deixa satisfeito. Sei que temos que resolver os problemas gerais, mas às vezes é necessário resolver o problema da pessoa humana, pois para ela faz diferença. Muitas vezes ela não consegue resolver com ninguém e vem comigo e eu consigo. Pois a gente tem a força política para resolver. Não estou sendo bonzinho, estou vendo utilidade em fazer isso, me trazem questões que me ajudam a entender o que tem de errado na gestão”.

Quércia

Um fato marcou o Brasil: a abertura das contas do político Orestes Quércia. “Quiseram aprovar a abertura das contas e eu fui contra. Não abri as contas dele. Pedi vistas e ao pedir vistas eu criei uma situação política tensa. Depois abriram, mas não tinha nada. Tanto que a CPI que foi da VASP foi 100% arquivada pelo Ministério Público Federal, que não encontrou nenhuma irregularidade, que é o que eu defendia, pois acompanhei o processo de privatização da VASP. Foi uma boa para o governo estadual e era, se não me engano, um prejuízo de 600 milhões. O Quércia vendeu para o Canhedo, se livrou daquela bucha e depois, infelizmente, a VASP veio a falir, mas faliu como empresa privada, não como Estado. Não tem nenhuma ação contra o Estado por ter se tornado uma empresa privada e o Ministério Público Federal mandou arquivar, pois não tinha nada errado”. Por conta disso Marcelo ficou muito conhecido e não foi uma coisa fácil. “Foi um desgaste emocionalmente falando, mas eu estava convicto de que estava certo e estava com minha consciência limpa de que estava fazendo uma coisa que era justa.
Naquela época, o Quércia, hoje não mais, foi muito criticado e atacado. Não é agradável sofrer um ataque violento da imprensa e eu fiquei junto com ele. Para mim, na verdade, foi um teste de personalidade para que ver se eu tinha caráter ou não, porque você ser amigo da pessoa quando ela está no poder é uma coisa, agora como ele estava fora , marginal ao poder ninguém queria chegar perto. Fui um dos poucos que ficou. Sou companheiro dele desde 1979, quando fui vice-presidente da UNE e ele me ajudou a fazer o Congresso que levou 10 mil estudantes do Brasil inteiro a Salvador. Foi algo muito emocionante. Precisava ter coragem de ajudar um evento como aquele e ele teve”. Na época da abertura das contas de Quércia, o pedido de vistas de Marcelo foi motivo de vários ataques como os editoriais contra ele, principalmente de um dos maiores jornais do Brasil, o Estadão. Uma vez publicaram que ele tinha envolvimento com o jogo do bicho no Rio de Janeiro. Utilizaram para isso um homônimo. A pessoa envolvida no caso era o Marcelo Chalu Barbieri e eu Marcelo Fortes Barbieri. Ele era sobrinho de um bicheiro chamado Zinho. “O Estadão colocou na manchete, tenho guardado isso num quadro: ‘Deputado quercista envolvido no jogo do bicho’. A Lilian Wite Fibe, que apresentava o jornal, também me atacou. Fui ao Rio e falei com o procurador Biscaia, provei que não era eu e ele me deu uma carta comprovando, pois não era eu. Tudo isso foi fruto desse processo que quiseram me envolver num projeto mentiroso, numa coisa caluniosa e que comprovei que era mentira. São coisas que aconteceram e que hoje fazem parte da história. Não tenho nenhuma mágoa por conta disso, pois acabou sendo importante, pois você adquire mais consistência quando passa por momentos de dificuldades”.

Fama de briguento

A fama de bravo, Marcelo coloca na conta da descendência calabresa e vai explicando um pouco da história da razão de sangue de calabrês ser quente. “A Calábria foi invadida pelo império otomano e os árabes quando invadiram a Itália, o comandante Nabucodonosor, das tropas otomanas, mandou queimar os navios e disse : ‘daqui ninguém volta’. Então imagina a tensão que os caras viviam. Se repararem podem notar nas feições da minha família, nós temos uma certa proximidade com árabes, pois realmente aquela região, sul da Itália, sofreu um forte influência árabe naquele período. O povo calabrês é um povo meio briguento, mas hoje estou bem mais calmo”.
Ele conta que quando enfrentou a ditadura, sendo preso por três vezes, numa delas no porão do DOPS, onde ficou por dois dias e duas noites. Sem motivo algum. Algo triste e deprimente, segundo ele. “Aquilo eu tive que enfrentar e se não tivesse força tinha sucumbido ou não teria me metido. Ou eu entrava ou não entrava. Não havia meio termo. Enfrentei Erasmo Dias, que mais tarde acabou virando meu amigo, o Tuma, que era chefe do DOPS, me prendeu, acabou virando meu colega de parlamento. Tudo bem, superei isso. Não tenho mágoa de ninguém. O que não gosto é de coisa errada, de má índole, má fé e, principalmente, não gosto de mentira. Aprendi que você não deve ficar do lado da mentira. O político que faz isso se arrebenta. Tem que ficar do lado da verdade, mesmo que as pessoas não gostem dessa verdade.Hoje tenho muita paciência, adquirida com o tempo, de ouvir e de ponderar”.
Mas uma coisa que Marcelo não admite é a quebra de hierarquia em qualquer setor. Tanto que se algum secretário estiver errado, ou revê a sua posição, mas que ele não pode desautorizá-lo para alguém abaixo dele. “Se assim for é melhor mandá- lo embora. Isso é um processo de amadurecimento. Não nasci assim. A chance de errar é menor se você amadurece. Então, hoje a minha capacidade de explodir é muito pequena. Às vezes acontece quando me deparo com uma mentira e a calúnia, pois ela me indigna. Isso eu enfrento. Não deixo barato, pois tenho que preservar a minha honra. Perco a paciência, me irrito com a mentira”. Quanto à invasão que promoveu no jornal O Imparcial e acabou virando ‘lenda’, Barbieri conta que saiaram no referido matutino, em1996, uma pesquisa feita por seu amigo Viana, que o colocava em terceiro lugar. “Estava errado e fui conversar com ele. Não invadi. Bati na porta e disse que queria falar com o Viana, que fugiu. Mas o respeito muito. Quanto ao fato, pedi desculpas a Dona Cecília, na época diretora do jornal. Nessa eleição cometi muito erros. Já fiz auto critica de vários deles. Briguei com o De Santi e não tinha que brigar. Depois fiquei amigo dele e recebi seu apoio. Depois ganhei dele. Depois de três eleições, a quarta foi a que menos errei. A gente vai aprendendo e reconhecendo os erros”.

Marcelo por Marcelo

O Marcelo é uma pessoa que aprendeu muito com a vida. “Eu voltei para ficar com meu pai quando ele estava morrendo e eu procurei um caminho meu. Fui ser político porque eu queria ser político. Meu não era político e era contra a política, assim como minha mãe. Meu tio Dinho foi deputado quando eu nasci, em 56, e teve todo um trauma familiar por conta disso. Minha família com isso tinha certa aversão à política. Mas eu decidi que ia seguir o meu caminho. Sempre tive determinação. Quando entro numa coisa, não entro mais ou menos. Entro pra valer. Se eu vou ser prefeito vou ser prefeito pra valer, então vou cumprir todas as funções: da comida aos projetos”. Ele dá um exemplo dessa determinação. “Quando tinha 13 anos o cigarro surgiu como algo maravilhoso e fantástico, mas eu fazia natação, o treinador era o Ricardo Simões, que disse quem fumar, pára de nadar. Eu gostava de nadar chegando a 10 mil metros por dia. Era fundista. Ficava nadando e isso me possibilitava ficar meditando. Era um prazer, uma satisfação muito grande. Então, eu nunca fumei. Fui motivo de chacota na época, meu amigos, infelizmente, alguns deles não estão mais entre nós, começaram no cigarro, foram para o álcool e depois para as drogas. Óbvio que hoje o problema das drogas é muito pior, mas já existia. Nesse caso não aceitei a droga, com isso muitos dos amigos se afastaram de mim. Não é porque o outro pensa diferente de mim que vou atrás do que ele pensa para agradar, por isso que às vezes me indisponho, pois se acredito em algo não vou abrir mão, a não ser que argumentos me provem o contrário. Pode vir o mundo contra. Aprendi ao longo dos meus 53 anos a buscar um caminho que eu tenha convicção para chegar a algum lugar. Sou assim em tudo, na vida política, empresarial e pessoal. Quando acredito numa coisa vou atrás”.

Família

Marcelo é casado com Maria Helena Rolfsen Moda Francisco Barbieri, chamada carinhosamente de Zi, há 16 anos. Barbieri tem 4 filhos: Nelson, 27, Izadora, 17, Matheus, 11 e Caio, 5. Marcelo plagia o amigo Quércia e diz que em primeiro lugar você tem que ter o compromisso de estar vivo, em segundo lugar o compromisso com sua família e depois o compromisso com seu país. “A família é uma extensão da sua vida, se não tiver compromisso com sua família é difícil você ter compromisso com a sociedade. Isso é uma coisa de italiano também, pois a minha família sempre foi muito ligada. Lembro que meu tios, meu pai e a gente vinha comer o macarrão da vó Romilda todos os domingos”.
Marcelo diz que a família é muito importante, mas que fez um casamento muito jovem. Tinha 21 anos quando casou com mãe de seu filho Nelson, do Rio de Janeiro. Também foi pai muito novo. “Não deu certo. Tive que vir morar em Araraquara. Pois casamos no Rio e morávamos em São Paulo. Quando meu pai me chamou, ela não quis vir. Gostava dela. Casei por amor. Foi muito dolorido, mas tive que me separar. Ai teve uma fase da vida que fiquei solteiro e acabei tendo uma filha, que é a Izadora, mas não casei com mãe dela. Ai achei que deveria casar de novo e casei com a Zi, mas não foi fácil casar com a Zi. Tive que brigar para casar com ela, que na época estava namorando, ela brigou com o namorado, ai eu casei com ela. Presentei a Zi com muitas flores antes de casarmos, mas ai ela dava as flores para o Neto, que é filho de Maria, e ele levava para a igreja. Acabou que a Nossa Senhora ajudou e casamos”. Marcelo diz que pretende fazer um grande governo em Araraquara, que marque a história da cidade e assim como seu slogan que traga desenvolvimento para todos. “Espero chegar em 2012 com a minha missão cumprida, ou seja, cumpri aquilo que prometi, principalmente na questão ambiental e de acessibilidade”.

(Publicado em 30 de maio de 2010)

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